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Com desempenho de sobra, sexta marcha de repouso e uma suspensão firme, mas que não traz desconforto, o X6 está apto a longas viagens

Curiosidade no quadro de instrumentos: a indicação de como o torque do motor está sendo distribuído entre as quatro rodas a cada momento

Viajar em velocidade de cruzeiro em estrada se traduz em conforto e silêncio, com o carro sob constante controle do motorista. Para esta avaliação completa a BMW nos cedeu o mesmo carro que tivemos oportunidade de dirigir no evento de lançamento, o que serviu para corrigir uma impressão daquela ocasião: a de que o carro apresentava certa instabilidade direcional em altas velocidades.

Confirmou-se a suspeita de que o asfalto da primeira avaliação não estava bem regular. Com mais tempo com o carro e a possibilidade de avaliá-lo em diversos tipos de asfalto, é possível afirmar que o X6 apresenta estabilidade direcional muito boa e condizente com sua proposta. Em piso bem regular, trafega em velocidades superiores a 200 km/h com a mesma naturalidade que a 100 km/h. E contorna curvas como se estivesse em trilhos: além da excelente arquitetura e da calibração primorosa da suspensão, há todo o aparato eletrônico que ajuda a manter o carro no trajeto correto.

Curtir o X6 e explorar toda sua capacidade técnica é o melhor que esse carro pode oferecer. Mas ainda há o fator de atração, com os pescoços torcidos nas ruas para ver as linhas do carro. As opiniões sobre seu desenho se dividiram, mas o grupo que aprovou o estilo e o conceito foi bem maior do que o grupo que reprovou. E parece que isso se repetiu no mundo inteiro, pois há filas em diversos mercados para a aquisição de um.

No Brasil, como já é praxe, seu preço é quase proibitivo. A versão xDrive 35i tem valor sugerido de R$ 325 mil sem nenhum opcional e, como avaliada, R$ 330 mil. Um carro caro, sem dúvida, para poucos felizardos que terão o prazer de colocar um desses na garagem. E serão felizardos que, por buscar algo totalmente diferente do que já se viu em termos de linhas exteriores, terão de aguardar sua vez na fila, já que a BMW informou que todas as unidades com chegada prevista para este ano já foram vendidas.

Prático, o X6 não é. Leva só quatro pessoas, tem dimensões avantajadas e desproporcionais para o número de ocupantes e bagagem que é capaz de transportar, consome muito combustível e não cabe em qualquer vaga de estacionamento, ainda que se usem os sistemas de auxílio. Mas quem falou que todo carro precisa ser prático e funcional? Basta o mais cético dos motoristas se sentar ao volante de um X6 e acelerar fundo, com os vidros abertos de modo que o som do motor e dos escapamentos invada o habitáculo, para que a opinião racional fique em casa.

Isso é o X6: um carro que exige que o futuro proprietário tenha o coração na ponta da caneta no instante em que faz o cheque.

Comentário técnico
O motor de seis cilindros é todo construído em alumínio e conta com recursos de última geração, como o variador de tempo das válvulas de admissão e escapamento (sistema Duplo Vanos) e os dois turbos de tamanho reduzido e baixa inércia, que entram em funcionamento juntos e fazem com que essa unidade tenha um comportamento de motores muito maiores.

A injeção direta de combustível conta com injetores piezoelétricos, montados entre as válvulas e muito próximos às velas, e trabalha a uma pressão de 200 bars ao injetar gasolina nas câmaras de combustão. Em conjunto com os demais atributos tecnológicos do motor, permitiu aos engenheiros alemães que determinassem a taxa de compressão de 10,2:1, alta para um motor turboalimentado.

O xDrive, sistema que fez sua estréia na segunda geração do X5, distribui a tração entre o eixo dianteiro e o traseiro conforme a necessidade. A transferência de um eixo para o outro pode ocorrer por falta de aderência ou mesmo para equilibrar o carro em uma situação limite, momento em que o controle de estabilidade DSC (Dynamic Stability Control) atua. A divisão entre os eixos pode chegar a 100% em um deles.

Em conjunto a esse dispositivo, o X6 traz ainda o DPC (Dynamic Performance Control, controle dinâmico de desempenho), inovação que, por enquanto, equipa somente o X6. Aplicado apenas ao eixo traseiro, o DPC gerencia a tração nesse eixo e transfere parte dessa tração entre uma roda e a outra, conforme a necessidade. Não é um diferencial autobloqueante: distingue-se deste pela possibilidade de acelerar mais a roda que se encontra do lado externo da curva, por exemplo. Dessa maneira, o torque adicional se traduz na tendência do carro em girar em torno de seu próprio eixo vertical, o que equivale a um movimento da direção no sentido da curva. Além disso, o DPC contribui para estabilizar o carro quando são feitos movimentos bruscos com o volante ou em uma curva a velocidade muito alta.

Se o carro ameaçar girar mais que o ideal em uma curva, ou seja, a traseira está escapando, o xDrive reduz a força aplicada às rodas do eixo posterior e o DPC diminui a tração da roda do lado externo da curva (submetida a uma carga maior devido à força centrífuga), desviando-a para a roda traseira interna. Esse efeito estabilizador é produzido com grande velocidade e dosado de forma precisa, de modo que o motorista não se dá conta dele — percebe que o sistema está atuando apenas pelo mostrador no painel, com uma reprodução gráfica de onde está sendo aplicada a tração naquele instante. Caso a situação seja oposta, ou seja, o carro gira menos do que deveria para seguir sua trajetória e desenha uma saída de frente, o xDrive diminui a força transmitida às rodas dianteiras e, ao mesmo tempo, o DPC desloca o torque para a roda posterior do lado externo da curva, para a estabilização do carro.
Uma peculiaridade é que a distribuição variável entre as duas rodas traseiras ocorre não apenas em condições de aceleração, mas também em desaceleração.

Todo esse sistema funciona com um gerenciamento eletrônico que atua no diferencial por meio de sistema planetário duplo com embreagem multidisco, localizado em cada uma das saídas do diferencial antes de se conectar com a semi-árvore de cada lado. Caso o sistema sofra uma demanda muito grande e sua temperatura suba mais que o recomendado, o sistema planetário e as embreagens deixam de funcionar e a distribuição de tração passa a ser feita pelos freios: a roda que não deve tracionar sofre sua ação, permitindo que a outra rode livremente.
 
Ficha técnica

MOTOR - longitudinal, 6 cilindros em linha; bloco e cabeçote de alumínio; duplo comando variável no cabeçote, 4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 84 x 89,6 mm. Cilindrada: 2.979 cm3. Taxa de compressão: 10,2:1. Potência máxima: 306 cv de 5.800 a 6.250 rpm. Torque máximo: 40,8 m.kgf de 1.300 a 5.000 rpm. Potência específica: 102,7 cv/l. Injeção direta, 2 turbocompressores, resfriador de ar.

CÂMBIO - automático, 6 marchas; tração integral. Relações: 1ª) 4,17; 2ª) 2,34; 3ª) 1,52; 4ª) 1,14; 5ª) 0,86; 6ª) 0,69; diferencial, 3,91. Velocidade por 1.000 rpm (em km/h): 1ª) 9; 2ª) 15; 3ª) 23; 4ª) 31; 5ª) 41; 6ª) 51.
FREIOS - dianteiros a disco ventilado, 365 mm ø; traseiros a disco ventilado, 345 mm ø; antitravamento (ABS).
DIREÇÃO - de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica; diâmetro de giro, 12,8 m.
SUSPENSÃO - dianteira, independente, braços sobrepostos, mola helicoidal, estabilizador; traseira, independente, multibraço, mola helicoidal, estabilizador.
RODAS - 9 x 19 pol; pneus dianteiros, 255/50 R 19 W; pneus traseiros, 285/45 R 19 W.
DIMENSÕES - comprimento, 4,877 m; largura, 1,983 m; altura, 1,69 m; entreeixos, 2,933 m; bitola dianteira, 1,644 m; bitola traseira, 1,706 m; coeficiente aerodinâmico (Cx), 0,34; capacidade do tanque, 85 l; porta-malas, 570 l (1.450 l com bancos rebatidos); peso, 2.145 kg; relação peso-potência, 7 kg/cv.
GARANTIA - 4 anos ou 80.000 km; informações de fábrica, 0800 7073578.
CARRO AVALIADO - Ano-modelo, 2008; pneus, Bridgestone Dueler H/P Sport; quilometragem inicial, 4.000 km.

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