Perfil de cupê, altura do
solo de utilitário esporte, cinco portas, quatro lugares: a interessante
fusão de categorias consegue muito charme |
Já há algumas décadas — talvez desde 1970, quando surgiu na Inglaterra o
Range Rover — existe um conceito
de veículos que mistura características de uma perua e de um jipe, de
maneira a conciliar conforto e a capacidade de enfrentar variadas
condições de fora-de-estrada ou regiões com gelo e neve. São os
utilitários esporte. Com o passar dos anos esses veículos evoluíram sob
variados aspectos, mas parte do público buscava algo diferente.
Procurava o ar robusto e imponente dos utilitários, mas exigiam mais em
esportividade e desempenho.
Foi quando surgiram os crossovers, palavra inglesa que significa
cruzamento — no caso, entre um utilitário esporte e um automóvel. A BMW
entrou no grupo dos fabricantes de utilitários esporte em 1999 com o
lançamento do X5. Baseado na plataforma do sedã Série 5, a marca bávara
o considerava um SAV, Sports Activity Vehicle ou veículo para atividades
esportivas. Era mais uma variação sobre o tema. Depois de todos esses
anos de sucesso do X5, que já está na segunda
geração, a BMW percebeu que poderia misturar com mais ênfase esses
conceitos diferentes. Foi concebido o X6, lançado em janeiro no Salão de
Detroit e que agora chega ao Brasil.
A BMW o define como um SAC, Sports Activity Coupé ou cupê para
atividades esportivas. Na realidade, o X6 é um utilitário esporte de
cinco portas — portanto, nada de cupê, definição que implica ter apenas
duas portas — com desenho mais esportivo e proposta mais voltada ao
desempenho. A habilidade de transportar a família e sua bagagem, em
viagens que possam passar por trechos de terra ou com neve, proposta
original dos utilitários esporte, fica um pouco de lado.
O X6 tem dimensões muito semelhantes às do X5, mas passa a impressão de
ser menor — o que deve ser creditado a vários atributos de seu desenho.
O primeiro é a menor altura combinada à maior largura que no X5. Além
disso, o novo modelo tem a bitola traseira maior que a dianteira, maior
distância entre eixos, capô (de alumínio) bem alongado,
balanço dianteiro curto e linhas do teto
bastante esportivas, com queda bem perceptível a partir do centro do
carro até a traseira.
Todo esse conjunto faz o desenho do X6 bem diferente e interessante. Em
sua porção dianteira ele lembra muito o X5 e leva a crer que
compartilham a frente, coisa que não ocorre: o X6 tem faróis,
pára-lamas, capô e pára-choque próprios. A parte lateral é a que mais se
destaca pelo teto inspirado nos de cupês. O carro transporta só quatro
pessoas e, no centro do banco traseiro, há um compartimento com
porta-copos e local para objetos. As rodas da versão xDrive 35i são de
19 pol, com talas e pneus diferentes na dianteira (255/50-19) e na
traseira (285/50-19), e na 50i são de 20 pol. Tal diferença impacta no
Cx, apenas razoável, de 0,34 na primeira
versão e 0,36 na segunda.
A traseira é tomada pela tampa do porta-malas, que vem desde a linha do
teto e abriga a placa e a maior parte das lanternas, além dos logotipos
da marca e do modelo — a descrição das versões está nas laterais. A
tampa na versão para o Brasil não conta com a abertura automática
oferecida no exterior, mas tem uma regulagem que permite duas alturas
distintas de abertura, conveniente em locais com teto baixo ou para
usuários com menor estatura. O porta-malas comporta 570 litros, segundo
a BMW, apenas 50 a menos que no X5.
Continua |