Apenas a grafia distingue os
quadros de instrumentos (em cima o do Punto); o mostrador central pode
exibir o gráfico de pressão do turbo
Cobertura metálica nos pedais
e no apoio de pé esquerdo, só no Punto |
O
Linea usa
articulações pantográficas na tampa e ambos
trazem comando de abertura no assoalho, junto ao banco do motorista, de
onde também se abre a portinhola do tanque. Boa medida da Fiat é
fornecer estepe com roda e pneu iguais aos demais, conveniente no uso e
econômico em caso de reposição; contudo, no Punto ele impõe um desnível
no assoalho. Um dos parafusos
de cada roda é do tipo antifurto, que requer um complemento codificado
para ser removido.
Motor igual, sons diferentes
O coração comum aos
irmãos é uma variação do Fire de 1,4 litro bem conhecido na linha Palio.
Com quatro válvulas por cilindro,
turbocompressor à pressão máxima de 1 bar e
resfriador de ar, a configuração
escolhida para o Brasil (na Europa existem outras mais e menos "bravas")
fornece potência de 152 cv a 5.500 rpm e torque de 21,1 m.kgf entre 2.250 e 4.500 rpm. Os motores turbo de hoje conseguem oferecer tal
curva plana porque atingem a pressão máxima bem cedo, abaixo de 2.000
rpm, e acima desse regime apenas a controlam pela central eletrônica.
Freios, suspensão, rodas e pneus também foram modificados no Punto (saiba
mais).
Embora a diferença de peso não seja grande — de 1.230
para 1.305 kg são 75 kg, o mesmo que um adulto a mais no carro —, a
sensação de agilidade é bem maior no Punto, talvez pelos diferentes
níveis de ruído. Nos dois o motor é um pouco fraco abaixo de 2.000 rpm,
quando se percebe a baixa cilindrada. Essa característica se nota mais
no Linea, em que chega a incomodar. Passado esse patamar, o desempenho é
muito bom em qualquer um deles, com vantagens sobre motores de
aspiração natural: não há redução de
potência com o aumento da altitude (nos aspirados perde-se cerca de 1% a
cada 100 metros, pela menor pressão atmosférica) e basta abrir o
acelerador, em qualquer regime acima de 2.000 rpm, para "acordar" o
motor e obter rápido crescimento de velocidade.
O propulsor produz poucas vibrações, ao contrário do Fire aspirado de
oito válvulas (a versão de 16 válvulas do
Fiat 500 já é bem superior nesse aspecto), e alguma aspereza só se
nota ao redor de 6.000 rpm, já bem acima do pico de potência e perto da
rotação máxima (6.600). Como é habitual nos turbos de fábrica, não se
ouve muito o compressor "encher" o motor nem há "espirros" de alívio de
ar para a atmosfera quando se fecha o acelerador. O Punto mostra boa
dose de "ronco" da admissão de ar, medida intencional para transmitir
esportividade, mas o som de escapamento é sutil. Fez bem a Fiat, pois a
admissão se faz notar conforme o acelerador é mais aberto, enquanto um
escapamento ruidoso se manifestaria também em velocidade constante,
incomodando em uso rodoviário. O Linea, por sua vez, é silencioso mesmo
na admissão.
Continua |