Na limitada avaliação em São
Paulo, o Edge mostrou acima de tudo conforto, silêncio e suavidade;
faltou espaço para avaliar desempenho
Evolução da versão anterior, o
V6 de 3,5 litros agora tem comando com variação contínua e independente,
que trouxe mais potência e torque
Mais segurança e conveniência:
alertas de carro em ponto cego e na perpendicular, partida remota e
chave que pode limitar certas funções |
Além dos itens de segurança ativa e passiva
já comuns no segmento, o Edge recebe dispositivos já vistos no Fusion
2011. O monitoramento de ponto cego (BLIS) tem sensores que avisam, com
uma luz nos retrovisores, se um veículo entra na área fora do campo de
visão dos espelhos. O alerta de tráfego cruzado facilita a saída de ré
de uma vaga de estacionamento, ao avisar sobre a aproximação de veículo
na direção perpendicular.
Há ainda conveniências como a chave configurável, útil para se entregar
o carro a manobristas ou, por exemplo, um filho adolescente: o
proprietário pode limitar a velocidade máxima e o volume de áudio e
controlar outros parâmetros de segurança, como impedir a desativação do
controle de tração e do monitor de pontos cegos. O sistema de áudio Sony
da versão Limited usa 12 alto-falantes de alta qualidade e amplificador
digital para potência de 390 watts (RMS). O já conhecido teto solar tem
duas seções, a dianteira móvel e a traseira fixa.
De concepção moderna, o motor V6 de 3,5 litros do Edge, com bloco de
alumínio e quatro válvulas por cilindro, foi aprimorado no modelo 2011.
O comando de válvulas passa a ter variação
de tempo contínua e independente entre admissão e escapamento, o que
elevou a potência de 269 cv a 6.250 rpm para 289 cv a 6.500 rpm e o
torque máximo de 34,5 m.kgf a 4.500 rpm para 35 m.kgf a 4.000 rpm — ou
seja, valor maior em regime mais baixo. A caixa automática permanece com
seis marchas, mas agora admite mudanças manuais, e a tração integral é
do tipo sob-demanda, em que as rodas traseiras são acionadas só quando
as dianteiras acusam perda de aderência.
No restante a Ford manteve o conjunto mecânico atual e eficiente do Edge,
que inclui suspensão independente nas quatro rodas, pelo conceito
multibraço na traseira, e apoiada em
subchassis. O maior trabalho foi na
redução de ruídos, o que incluiu para-brisa e vidros laterais com
isolamento acústico, espumas expansíveis nas caixas de rodas e no pilar
traseiro e até uma revisão no conversor de torque da caixa automática,
para menor rotação do motor nas acelerações graduais.
Ao volante
De um azul perolizado de encher os olhos e com o belíssimo revestimento
dos bancos em couro cinza claro, o Edge Limited que selecionamos para a
breve avaliação de lançamento se destacava entre os demais. O interior é
bastante espaçoso e o compartimento de bagagem, com capacidade informada
de 909 litros até o teto, supre com folga as necessidades até da mais
exagerada mãe de família.
Uma vez ao volante do crossover feito na fábrica de Ontário, no Canadá,
localizada entre a cidade de Toronto e as famosas cataratas do Niágara,
a sensação de requinte permanece. Com um olho pregado no peculiar painel
e outro no sofisticado sistema de áudio, apertamos de leve o botão
Engine Start Stop — que desobriga ao uso da chave, pois basta que ela
esteja por perto, dentro do carro — e o surdo despertar do V6 nos
conforta: nada de rugidos agudos, nada de deselegância.
Compassado, o 3,5-litros combina com a sobriedade de formas e espírito,
pela forma suave como as duas toneladas se movem. Instalados numa
posição confortável, ganhamos a rua e... que pena! O trajeto de ínfimos
quilômetros pela capital paulista, e todos retos, frustraria até mesmo
quem por automóveis não se interessa. O que dizer de nós? Numa manhã em
São Paulo em época natalina, o que se pode afirmar com honestidade é que
o novo Edge é silencioso, confortável, imponente e elegante.
E que a caixa automática atua com grande suavidade, sendo quase
imperceptível nas mudanças. Pequena perplexidade vem do modo pelo qual a
Ford optou para as trocas manuais de marchas: no lugar de borboletas no
volante ou da alavanca se mover para frente e para trás (ou para os
lados, como nos Mercedes-Benz), a mudança é feita por um botão "+/-" na
lateral do pomo da alavanca, o que não nos parece ideal. A sensação ao
dirigir — apesar da altura e da clara sensação de peso — é mais de
automóvel que de utilitário, confirmada pela forma civilizada com que a
suspensão digere as irregularidades do piso.
O Edge encaixa-se em uma categoria em franco crescimento, que tem opções
variadas em marca, estilo, origem, tamanho e potência. Os concorrentes
mais diretos são Chevrolet Captiva V6
AWD 3,6 (R$ 99,9 mil), Dodge Journey R/T 2,7 (R$ 107,9 mil), Hyundai
Santa Fe 3,5 (R$ 120 mil), Hyundai Veracruz 3,8 (R$ 139,9 mil),
Kia Sorento V6 3,5 (R$ 124,9 mil),
Mitsubishi Outlander V6 3,0 (R$ 125 mil) e
Volvo XC60 Comfort 3,0 (R$ 139,3 mil), além do
Toyota Hilux SW4 V6 4,0 (R$
149,4 mil), que segue mais a linha de utilitário tradicional. |
MOTOR
- transversal, 6 cilindros em V a 60°; duplo comando variável nos cabeçotes,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 92,5 x 86,7 mm.
Cilindrada: 3.496 cm3. Taxa de compressão: 10,8:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 289 cv a 6.500 rpm. Torque máximo:
35
m.kgf a 4.000 rpm. |
CÂMBIO
- automático, 6 marchas; tração integral. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO - dianteira, independente McPherson;
traseira, independente multibraço. |
RODAS
- 8 x 20 pol; pneus, 245/50 R 20 (Limited). |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,679 m; largura, 1,93 m; altura, 1,709 m;
entre-eixos, 2,825 m; capacidade do tanque, 72 l; porta-malas, 909
l (até o teto); peso, 2.075 kg. |
DESEMPENHO - não
disponível. |
CONSUMO
- em cidade, 8,6 km/l; em estrada, 12,7 km/l. |
Dados do fabricante |
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