O motor nacional mostra vigor no
Fiesta e vibra muito pouco; somado à suspensão firme, a sensação é de
carro feito para a direção esportiva
No curto teste no Uruguai
faltaram ocasiões para uma melhor avaliação, mas o Fiesta hatch mostrou
atributos para ganhar seu lugar por aqui |
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Por dentro, tudo repete o já visto no Fiesta sedã, do atraente painel
aos bancos de bom aspecto na versão completa, passando por volante
(ótimo) e painéis de porta (um tanto pobres, sobretudo pelas maçanetas).
O motorista conta com boa posição de dirigir; já no banco traseiro o
espaço é crítico, o que pode consistir obstáculo a seu sucesso para
alguns perfis de público. Também não convence o porta-malas para 290
litros, até menor que o do
antigo modelo (305), e com base de acesso bastante alta.
No retrovisor esquerdo, o segmento convexo para ampliar o
campo visual não inova: é apenas uma alternativa ao espelho
biconvexo, que foi usado por algum tempo no atual Focus, mas é proibido pela incoerente legislação norte-americana (o Fiesta mexicano é
feito para atender sobretudo aos Estados Unidos). Funciona bem, mas
seria o caso de oferecer o item a todos os pacotes, já que o retrovisor
de série é plano e muito limitado em visibilidade.
Também inédito no modelo é o sistema Sync, desenvolvido pela Ford com a Microsoft. Por meio da interface Bluetooth pode-se atender e fazer ligações,
consultar a agenda, ler e enviar mensagens de texto com comando de voz
(o sistema pronuncia as mensagens) e executar músicas arquivadas no
telefone. Ou ainda buscar músicas de
determinado gênero musical ou artista e criar uma lista de faixas
personalizada. Contudo, a leitura dos dados no mostrador de 4 pol fica
um pouco comprometida com a claridade durante o dia.
Novidades técnicas
A parte mecânica do
hatch não traz novidades em relação ao sedã: o motor é o
moderno Sigma produzido em Taubaté, SP, com bons dotes de
potência (115 cv) e torque (16,2 m.kgf, com álcool) e que se
mostra adequado ao peso do modelo, 1.145 kg. É pena que a versão usada
para o Brasil deixe de fora a variação do tempo de
válvulas, aplicada para os países ao Norte. O câmbio manual é também o
mesmo, assim como os conceitos de suspensão e
os freios.
As novidades estão em auxílios ao motorista, dos quais o mais importante
é o controle eletrônico de estabilidade, raramente oferecido em carros pequenos no Brasil
(equipa também o Fiat 500). Junto dele vem o sistema de retenção para
facilitar saídas em aclives (ou de ré em declives): quando se libera o
pedal de freio, o carro é mantido freado por 3,5 segundos ou até que o
acelerador comece a movê-lo. As rodas de 16 pol também são as primeiras em um
Fiesta no mercado nacional.
No lançamento à imprensa, realizado na bela Punta Del Este, no Uruguai,
a Ford programou um percurso muito curto com apenas 35 quilômetros para cada
motorista. O que se conseguiu foi confirmar impressões que o sedã havia
deixado em suas várias avaliações pelo Best Cars: um agradável motor que
gosta de "girar" e não reclama com ruídos ou vibrações, câmbio leve e
preciso, direção bem acertada e suspensão firme para um comportamento até esportivo. Restaram
limitações para uma análise ideal, como velocidades um tanto baixas e
pistas muito bem pavimentadas, onde mal se pôde conferir a absorção de
irregularidades. Por isso, fica a expectativa pela avaliação completa.
Internamente, algumas ressalvas: há um apoio de braço junto ao banco do
motorista, mas não para o passageiro; o para-brisa continua sem faixa
degradê, que faz falta em nosso clima; e não existem alças de apoio no
teto.
Se carro bonito é meio caminho para o sucesso, o novo Fiesta hatch
começa bem sua carreira. Se o que importa são atributos mecânicos, como
motor e suspensão bem acertados, também. Já se a prioridade é para
espaço interno ou a relação entre tamanho e preço, é melhor olhar para
os lados — até mesmo para aquele Focus hatch, pouca coisa mais caro, no
canto da mesma concessionária. De qualquer forma, como cada um tem seus
critérios de escolha, o belo hatchback mexicano certamente terá seu
lugar no mercado. |
MOTOR
- transversal, 4 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote, 4
válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 79 x 81,4 mm. Cilindrada:
1.596 cm3. Taxa de compressão: 11:1. Injeção multiponto
sequencial. Potência máxima: 110 cv (gas.) e 115 cv (álc.) a 6.250 rpm. Torque máximo:
15,8
m.kgf (gas.) e 16,2 m.kgf (álc.) a 4.250 rpm. |
CÂMBIO
- manual, 5 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a tambor; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência elétrica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente McPherson; traseira, eixo de torção. |
RODAS
- 6 x 15 pol ou 6,5 x 16 pol; pneus, 185/60 R 15 ou 195/50 R 16. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,064 m; largura, 1,697 m; altura, 1,446 m;
entre-eixos, 2,489 m; capacidade do tanque, 47 l; porta-malas, 290
l; peso, 1.145 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 190 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 12,1 s (gas.) e 11,7 s (álc.) |
CONSUMO
- em cidade, 11,0
km/l (gas.) e 7,5 km/l (álc.); em estrada, 13,9 km/l (gas.) e 9,3
km/l (álc.). |
Dados do fabricante |
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