Por fora nem parece tão grande, nem tão "familiar", porque as linhas —
desenhadas, segundo a empresa, em parceria com o estúdio italiano Pininfarina —
estão mais para esportivas que para o ar conservador habitual das minivans. O
resultado, a JAC J6, é um carro com capacidade para cinco ou sete pessoas que
preserva um estilo elegante e bem resolvido. Trata-se do terceiro modelo entre
cinco que a marca chinesa programou para o mercado brasileiro, depois do
J3 hatch e do sedã J3
Turin e precedendo o sedã médio J5 e o hatch pequeno J2, que chegam no próximo
ano.
A extensa apresentação do presidente da empresa, Sergio Habib, destacou alguns
interessantes aspectos do mercado, como a queda livre do segmento de minivans.
Segundo ele, hoje são vendidas 2.000 unidades por mês na categoria, mas o
potencial seria de 8.000, sendo a defasagem atribuída à falta de novidades no
mercado. De fato, com exceção da Nissan
Livina/Grand Livina, a indústria local ainda oferece as mesmas minivans de
maior porte de 10 anos atrás
—
a Chevrolet Zafira e a Citroën Xsara Picasso. Por isso ele aposta que o
J6 pode chegar a 1.500 unidades por mês nas duas versões, para cinco e sete
pessoas, a última chamada de Diamond.
Com preços sugeridos de R$ 58.800 (básica) e R$ 59.800 (Diamond), o conteúdo de
série inclui bolsas infláveis frontais, freios com sistema antitravamento (ABS)
e distribuição eletrônica de força entre os eixos
(EBD), faróis de neblina e luz traseira de mesmo fim,
sensores de estacionamento na traseira,
ar-condicionado com controle automático de temperatura, rádio/toca-CDs com MP3 e
comandos no volante e rodas de alumínio de 16 pol. A Diamond acrescenta os dois
lugares e pode vir com rodas de 17 pol (pneus 215/45 em vez de 205/55), por R$
1.600, enquanto revestimento interno em couro custa R$ 1.400 para a versão
básica e R$ 1.800 para a Diamond. Pintura metálica sai a R$ 1.190.
Como se situa diante da concorrência? A Zafira Expression, com sete lugares e
motor de 2,0 litros e 140 cv, custa R$ 65,3 mil; a Xsara Picasso Exclusive, com
espaço para cinco e motor 1,6 de 113 cv, sai por R$ 56,2 mil; e a Grand Livina,
com sete lugares e motor 1,8 de 125 cv, custa R$ 62,3 mil. Alternativas
importadas, como Citroën C4 Picasso e Kia Carens, ficam na faixa de R$ 70 mil ou
mais. O
que falta mesmo à chinesa é opção de caixa automática, item presente na
concorrência (exceto a Xsara), mas que a JAC não pretende oferecer por enquanto.
Comparada às nacionais, a J6 é maior: 4,55 metros de comprimento, contra 4,42 m
da Grand Livina, 4,33 m da Zafira e 4,28 m da Picasso; e 1,77 m de largura, ante
1,74 m do modelo Chevrolet, 1,75 m do Citroën e 1,69 m do Nissan. Seu
entre-eixos de 2,71 m perde para o da Picasso (2,76 m) e fica em empate técnico
a Zafira (2,70 m), mas supera bastante o da Grand Livina (2,60 m). Em peso,
contudo, a JAC é o elefante do grupo por larga margem: 1.500 kg contra 1.380 kg
da Zafira, 1.308 kg da Picasso e 1.293 kg da Grand Livina, todas com câmbio
manual.
Para chegar ao mercado brasileiro a J6 precisou de mudanças, tanto em itens
estéticos — como a iluminação do painel e dos comandos, que aqui é azul — quanto
na mecânica. O motor original de 1,8 litro foi substituído por um de 2,0 litros
a gasolina da própria JAC, com duplo comando e quatro válvulas por cilindro, que
desenvolve potência de 136 cv e torque de 19,1 m.kgf. O 1,8 era até mais
potente, 143 cv, mas oferecia apenas 16,7 m.kgf. Outra solução adotada para o
Brasil é a terceira fila de bancos, que expande a capacidade para sete pessoas.
No interior do J6 a impressão geral é de bom acabamento, apesar dos plásticos
rígidos. O motorista acomoda-se bem, com volante e assento ajustáveis em altura
(também no lado do passageiro), e o banco da segunda fila tem espaço adequado
para três adultos. O acesso aos bancos suplementares traseiros na Diamond é
facilitado pela forma como os da segunda fila basculam, mas, como se espera,
tais assentos são destinados a crianças: um adulto com mais de 1,70 metro de
estatura não só fica desconfortável, como tem dificuldade para chegar até lá. O
conforto também é notado pelo agradável tecido dos bancos, mas o volante muito
grande e com a empunhadura fina causa estranheza.
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