Chinês em tamanho família

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A JAC J6 chega como alternativa às antigas minivans nacionais de
maior porte, mas poderia compensar as incertezas pelo preço

Texto: Fabrício Samahá e Geraldo Tite Simões - Fotos: divulgação

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O desenho é um ponto alto da J6, que mostra linhas inspiradas e mais modernas que as das concorrentes locais; o preço parte de R$ 58,8 mil

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As rodas de 17 pol (embaixo) são opcionais na versão de sete lugares; para o Brasil o motor 1,8 deu lugar a um de 2,0 litros com maior torque

Por fora nem parece tão grande, nem tão "familiar", porque as linhas — desenhadas, segundo a empresa, em parceria com o estúdio italiano Pininfarina — estão mais para esportivas que para o ar conservador habitual das minivans. O resultado, a JAC J6, é um carro com capacidade para cinco ou sete pessoas que preserva um estilo elegante e bem resolvido. Trata-se do terceiro modelo entre cinco que a marca chinesa programou para o mercado brasileiro, depois do J3 hatch e do sedã J3 Turin e precedendo o sedã médio J5 e o hatch pequeno J2, que chegam no próximo ano.

A extensa apresentação do presidente da empresa, Sergio Habib, destacou alguns interessantes aspectos do mercado, como a queda livre do segmento de minivans. Segundo ele, hoje são vendidas 2.000 unidades por mês na categoria, mas o potencial seria de 8.000, sendo a defasagem atribuída à falta de novidades no mercado. De fato, com exceção da Nissan Livina/Grand Livina, a indústria local ainda oferece as mesmas minivans de maior porte de 10 anos atrás
a Chevrolet Zafira e a Citroën Xsara Picasso. Por isso ele aposta que o J6 pode chegar a 1.500 unidades por mês nas duas versões, para cinco e sete pessoas, a última chamada de Diamond.

Com preços sugeridos de R$ 58.800 (básica) e R$ 59.800 (Diamond), o conteúdo de série inclui bolsas infláveis frontais, freios com sistema antitravamento (ABS) e distribuição eletrônica de força entre os eixos (EBD), faróis de neblina e luz traseira de mesmo fim, sensores de estacionamento na traseira, ar-condicionado com controle automático de temperatura, rádio/toca-CDs com MP3 e comandos no volante e rodas de alumínio de 16 pol. A Diamond acrescenta os dois lugares e pode vir com rodas de 17 pol (pneus 215/45 em vez de 205/55), por R$ 1.600, enquanto revestimento interno em couro custa R$ 1.400 para a versão básica e R$ 1.800 para a Diamond. Pintura metálica sai a R$ 1.190.

Como se situa diante da concorrência? A Zafira Expression, com sete lugares e motor de 2,0 litros e 140 cv, custa R$ 65,3 mil; a Xsara Picasso Exclusive, com espaço para cinco e motor 1,6 de 113 cv, sai por R$ 56,2 mil; e a Grand Livina, com sete lugares e motor 1,8 de 125 cv, custa R$ 62,3 mil. Alternativas importadas, como Citroën C4 Picasso e Kia Carens, ficam na faixa de R$ 70 mil ou mais. O que falta mesmo à chinesa é opção de caixa automática, item presente na concorrência (exceto a Xsara), mas que a JAC não pretende oferecer por enquanto.

Comparada às nacionais, a J6 é maior: 4,55 metros de comprimento, contra 4,42 m da Grand Livina, 4,33 m da Zafira e 4,28 m da Picasso; e 1,77 m de largura, ante 1,74 m do modelo Chevrolet, 1,75 m do Citroën e 1,69 m do Nissan. Seu entre-eixos de 2,71 m perde para o da Picasso (2,76 m) e fica em empate técnico a Zafira (2,70 m), mas supera bastante o da Grand Livina (2,60 m). Em peso, contudo, a JAC é o elefante do grupo por larga margem: 1.500 kg contra 1.380 kg da Zafira, 1.308 kg da Picasso e 1.293 kg da Grand Livina, todas com câmbio manual.

Para chegar ao mercado brasileiro a J6 precisou de mudanças, tanto em itens estéticos — como a iluminação do painel e dos comandos, que aqui é azul — quanto na mecânica. O motor original de 1,8 litro foi substituído por um de 2,0 litros a gasolina da própria JAC, com duplo comando e quatro válvulas por cilindro, que desenvolve potência de 136 cv e torque de 19,1 m.kgf. O 1,8 era até mais potente, 143 cv, mas oferecia apenas 16,7 m.kgf. Outra solução adotada para o Brasil é a terceira fila de bancos, que expande a capacidade para sete pessoas.

No interior do J6 a impressão geral é de bom acabamento, apesar dos plásticos rígidos. O motorista acomoda-se bem, com volante e assento ajustáveis em altura (também no lado do passageiro), e o banco da segunda fila tem espaço adequado para três adultos. O acesso aos bancos suplementares traseiros na Diamond é facilitado pela forma como os da segunda fila basculam, mas, como se espera, tais assentos são destinados a crianças: um adulto com mais de 1,70 metro de estatura não só fica desconfortável, como tem dificuldade para chegar até lá. O conforto também é notado pelo agradável tecido dos bancos, mas o volante muito grande e com a empunhadura fina causa estranheza. Continua

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Data de publicação: 4/8/11

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