No console, o comando que ajusta
diversos parâmetros do Jeep ao tipo de terreno; no teto do Limited, o
monitor de DVD para o banco traseiro
O motor Pentastar V6, de nova
geração, usa variação nas válvulas para obter 90% do alto torque máximo
na ampla faixa de 1.600 a 6.400 rpm
Dirigido em asfalto, o Grand
Cherokee revelou melhor comportamento; no trecho fora de estrada,
manteve a valentia que fez a fama do utilitário |
Para proteger os ocupantes em caso de colisão há várias bolsas
infláveis: duas frontais, duas laterais (para os bancos dianteiros),
duas do tipo cortina (que abrangem ambas as fileiras de bancos) e outra
para os joelhos do motorista. Os apoios de cabeça são
ativos e a pressão dos pneus é
monitorada.
Motor suficiente
A Jeep acostumou os brasileiros, desde a primeira geração do utilitário,
a contar com o torque e o som agradável de um motor V8 — primeiro o
clássico 318 de 5,2 litros, depois o mais moderno de 4,7 litros e, na
terceira geração, a alternativas dos venerados Hemis de 5,7 e 6,1
litros, este restrito à versão de alto desempenho
SRT-8. Com o novo Grand Cherokee,
porém, os oito cilindros ficam para a história, ao menos por enquanto.
Mesmo assim, o novo V6 atende bem à proposta do carro. Todo de alumínio
e com variação do tempo de abertura das
válvulas de admissão e escapamento, oferece boa disposição em
rotações baixas. Seus 286 cv surgem a 6.350 rpm e o torque máximo de
35,4 m.kgf vem a 4.300 rpm, mas 90% desse valor estão disponíveis em
toda a faixa de 1.600 a 6.400 rpm. Segundo a Jeep, ele leva o novo
modelo de 0 a 100 km/h em 9,1 segundos e a 206 km/h de velocidade
máxima. Uma vantagem da redução de cilindrada é o consumo mais comedido:
ainda de acordo com o fabricante, o modelo faz 6,2 km/l na cidade e 11,4
km/litro na estrada — é 10% mais econômico que o antigo V6 de 3,7
litros, embora 38% mais potente.
O câmbio automático é versátil por permitir trocas manuais, mas, apesar
de ter cinco marchas, faz reduções frequentes e desnecessárias para
terceira e segunda marchas. E as trocas sequenciais são pouco
convidativas por exigir movimentos laterais. No console central, atrás
da alavanca de mudanças, um botão seletor permite que o motorista
escolha o melhor desempenho em diferentes tipos de piso: pedras, neve,
lama ou areia. Há também uma posição automática, em que o carro se
adapta sozinho a diferentes condições, e outra esportiva, voltada ao uso
vigoroso em asfalto.
Na avaliação em estrada em Angra dos Reis, RJ, o Grand Cherokee mostrou
um rodar silencioso. A 100 km/h pouco se ouvem os largos pneus 265/60 R
18, prova de um isolamento acústico caprichado. O comportamento em
curvas melhorou, por conta das suspensões, e as ondulações já não
prejudicam tanto o controle do carro como antes. A direção tem
assistência na medida exata, tanto em manobras como no tráfego rápido em
estrada, e o volante com boa empunhadura reforça a sensação de dirigir
agradável.
Em trechos de terra e piso irregular, o Grand Cherokee não perde a pose
e mantém o conforto para os ocupantes. As suspensões estão bem
calibradas para essa condição. Outro ganho importante com a carroceria
atual está na maior rigidez torcional em razão da maior quantidade de
pontos de solda. O sistema de tração integral adotado, chamado de
Quadra-Trac II, usa vários sensores a fim de “perceber” o momento exato
de possíveis perdas de tração e com isso adotar correções necessárias.
Quando a falta de aderência em uma roda é detectada, até 100% do torque
disponível é direcionado para o eixo com mais tração. O acionamento da
reduzida é feito por um botão próximo ao seletor de terrenos, mas a Jeep
manteve a bomba rotativa para assegurar a confiabilidade do
funcionamento. Com a reduzida engatada, a impressão é que se pode subir
uma parede com o carro. A vedação da carroceria também foi posta à prova
e se mostrou eficiente em dois trechos alagados do teste.
Para quem não se convenceu com os seis cilindros, a Jeep ainda não tem
data para oferecer um V8. Segundo Emílio Paganoni, gerente de produto da
marca, quando isso ocorrer a versão SRT de 6,4 litros
— ainda a ser revelada nos EUA —
será a primeira, pois esse motor está mais apto a rodar com nossa
gasolina (com 22% de álcool) que o V8 de 5,7 litros e 360 cv, que hoje
só suporta a adição de 10% do combustível de origem vegetal. Já o V6
Pentastar é um E85, capaz de usar até 85% de álcool. |
MOTOR
- longitudinal, 6 cilindros em V; duplo comando variável nos cabeçotes,
4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 96 x 83 mm.
Cilindrada: 3.604 cm3. Taxa de compressão: 10,2:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 286 cv a 6.350 rpm. Torque máximo:
35,4
m.kgf a 4.300 rpm. |
CÂMBIO
- automático, 5 marchas; tração integral. |
FREIOS
- dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento
(ABS). |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente, braços sobrepostos; traseira,
independente, multibraço. |
RODAS
- 8 x 18 pol; pneus, 265/60 R 18. |
DIMENSÕES
- comprimento, 4,822 m; largura, 1,943 m; altura, 1,781 m;
entre-eixos, 2,915 m; capacidade do tanque, 93,5 l; porta-malas,
782
l; peso, 2.191 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 206 km/h; aceleração
de 0 a 100 km/h, 9,1 s. |
CONSUMO - em cidade,
6,2 km/l; em estrada, 11,4 km/l. |
Dados do fabricante |
|