O jeito é de minivan, mas com
assoalho mais elevado e altura útil interna de automóvel; o porta-malas
é amplo e o banco traseiro tem ótimo espaço para pernas |
Existem carros que desafiam a classificação em categorias. O Chrysler PT
Cruiser é um deles: visto como uma minivan pelo governo americano, que o
coloca na classe dos utilitários, é para outros um automóvel de dois
volumes e cinco portas. Há quem chame também o Honda Fit de minivan, mas
ele é mais baixo que um Citroën C3 e tem até versão de três volumes no
exterior. Já crossovers como o Mitsubishi Outlander fazem a ponte entre
peruas e utilitários esporte.
O Mercedes-Benz Classe B é outro desses modelos difíceis de definir. À
primeira vista é uma minivan, do porte da Meriva, mas esse rótulo já não
lhe cai bem quando é conhecido melhor. As coisas se complicam no caso da
mais recente versão lançada no Brasil, a B 200 Turbo, com motor de 2,0
litros, turbocompressor e potência de
193 cv. Ou alguém já viu uma Meriva andando como um Golf GTI?
Lançado em março de 2005 no Salão de Genebra, o Classe B representa uma
evolução da idéia inaugurada em 1997 com o primeiro Classe A, que foi
fabricado também no Brasil. Em vez de ganhar altura interna com o teto
elevado, como nas minivans ou no Fit, a Mercedes optou por levantar todo
o compartimento de passageiros cerca de 20 centímetros, deixando a parte
inferior do "sanduíche" para absorver órgãos mecânicos em caso de
impacto frontal, além de colocar os ocupantes em altura mais segura em
colisões laterais. Essa receita permanece no novo carro, que no entanto
é bem maior que o antigo "A": 4,27 metros de comprimento e nada menos
que 2,77 m de distância entre eixos, mais que em um Fusion.
Com essas dimensões, mais a altura expressiva de 1,60 m, as formas do
Classe B não poderiam ser das mais harmoniosas. Mas o carro consegue
transmitir simpatia e modernidade, com destaque para o forte vinco nas
laterais, os sulcos formados no capô que emolduram a grade por baixo e
os refletores elipsoidais do facho baixo
dos faróis. A estrela da marca vem inserida na grade, como é regra em
seus modelos menos formais, e a versão Turbo tem rodas de 16 pol com
pneus 255/55.
O interior é funcional e bem-acabado, mas sem ousadia no desenho, como
habitual nos Mercedes. Não poderiam faltar o volante de quatro raios, o
painel com instrumentos amplos e bem legíveis e a alavanca à esquerda da
coluna de direção, onde se concentram os comandos, sem correspondente no
lado oposto. Para ser mais fiel às tradições, só mesmo se a alavanca do
freio de estacionamento desse lugar a um pedal. Também comum a outros
modelos da marca é a chave eletrônica, sem serrilha, que é apenas
encaixada no painel (há uma minichave dentro dela para o caso de o
controle remoto das portas não funcionar por qualquer motivo).
Continua |