O C 200 Kompressor
Avantgarde: maiores dimensões e linhas angulosas que buscam um ar de
solidez, embora haja quem prefira as formas suaves da geração anterior
O acabamento de entrada,
Classic, diferencia-se pelas rodas de 16 pol e a frente tradicional dos
sedãs da Mercedes, com a estrela "espetada" no capô |
Apenas cinco meses depois do lançamento europeu (em janeiro), chega ao
Brasil a terceira geração do Mercedes-Benz Classe C, sucessora de um
modelo que vendeu 1,4 milhão de unidades no mundo todo desde 2000,
apenas na versão sedã. Sua missão é enfrentar o
BMW Série 3, reformulado há dois
anos, e outros modelos pouco mais antigos, como
Audi A4, Jaguar X-Type e Volvo S60. A
linha responde por 48% das vendas de sedãs Mercedes no mundo e 74% no
Brasil, o que revela sua grande importância para a empresa.
Por enquanto vêm três versões. O C 200 Kompressor (que de início
responde por 70% das importações) chega nos acabamentos Classic, com
preço sugerido de R$ 162,5 mil, e Avantgarde, por R$ 179,9 mil, ambos
com motor de 1,8 litro, compressor
e potência de 184 cv. O outro é o C 280 Avantgarde, que sai a R$ 217 mil
e tem motor V6 de 3,0 litros (não 2,8 como a designação faz supor) e 231
cv. O modelo anterior era vendido como C 180 K Classic (143 cv, R$ 147
mil), C 200 K Avantgarde (163 cv, R$ 168 mil) e C 350 Avantgarde (V6 de
3,5 litros, 272 cv, R$ 235 mil).
O novo C 350, já disponível na Europa com o mesmo motor, só deve chegar
no próximo ano. O atraso pode decepcionar quem faz questão do melhor
desempenho, pois a concorrência alemã oferece motores mais potentes — o
V6 3,2 de 255 cv do A4 e, sobretudo, o novo 3,0 turbo de 306 cv do BMW
335i. Com a linha atual, a Mercedes enfrenta as versões 320i (2,2, 170
cv, R$ 161 mil) e 325i (2,5, 218 cv, R$ 214 mil) da marca bávara, os A4
com motor 1,8 turbo (163 cv, R$ 180,2 mil) e 2,0 turbo (200 cv, R$ 195
mil), os X-Type de 2,5 litros (194 cv, R$ 180 mil) e 3,0 litros (231 cv,
R$ 224 mil) e os S60 turbo de 2,0 litros (180 cv, R$ 159 mil) e 2,5
litros (210 cv, R$ 197,5 mil).
De certo modo inspirado no do atual
Classe S, o novo desenho do
Classe C seguiu um estilo conservador, sem apostar em ousadias que
pudessem não agradar. Os traços mais originais são o forte vinco
lateral, ascendente rumo à traseira, e o inédito uso de grades
diferentes entre as versões. A do Classic traz o aspecto tradicional dos
sedãs da marca, com barras grossas e a estrela "espetada" no capô,
enquanto no Avantgarde aparecem barras mais espaçadas e a estrela no
centro, como nos esportivos da Mercedes — também em minivans,
utilitários esporte, furgões e caminhões, mas isso é outra história. As
lanternas traseiras têm pequenos furos que, segundo a empresa, expulsam
ar admitido embaixo do carro e reduzem a turbulência aerodinâmica atrás
dele.
No conjunto, nota-se a intenção (comum hoje em várias marcas) de passar
solidez por meio de linhas angulosas, fortes vincos, o capô que desce
pelos pára-lamas. Nem os belos faróis em forma de oito que marcaram a
geração anterior foram poupados — os novos chegam a parecer os de um
simples Astra. Na traseira, as lanternas piramidais deram lugar a
modelos comportados. Em nossa opinião, o Classe C antigo era mais
harmonioso e duradouro, não parecendo hoje ter sete anos de mercado, o
que talvez não venha a se repetir com o novo.
Continua |