Teto solar, ajuste elétrico
dos bancos com memórias, painel bem-equipado e, na coluna de direção,
câmbio automático de sete marchas
Com 224 cv e elevado torque,
o motor V6 leva as 2,2 toneladas do ML com desenvoltura que surpreende:
de 0 a 100 km/h em 8,6 segundos |
Não só é notável o fato em si — um modelo a diesel menos ruidoso do que
um a gasolina —, como também a escala de ruído ser logarítmica, em que a
diferença é muito maior do que os números sugerem.
No interior, o acabamento e a disposição dos controles típicos da marca
promovem a desejada sensação de bem-estar. A diminuta e prática alavanca
seletora de câmbio, chamada de Direct Select pela fábrica, fica na
coluna de direção, muito fácil e conveniente de usar. Para operação
manual o volante possui botões por trás, ao fácil alcance dos dedos e
que, ao contrário de muitos sistemas de alavancas-borboleta, acompanha o
giro do volante.
Os destaques no interior são mesmo numerosos. O volante multifunção traz
comandos de áudio, telefone, navegação e computador de bordo. O
ar-condicionado de zonas múltiplas tem ajuste até na região do banco
traseiro, cujo espaço é generoso. Os apoios de cabeça dos bancos
dianteiros deslocam-se para frente em 40 mm em impacto frontal, de
maneira a evitar o efeito-chicote, quando a cabeça retorna com violência
para trás, momento perigoso para a coluna cervical. Bolsas e cortinas
infláveis não faltam. No banco dianteiro direito há reconhecimento
automático de banco infantil voltado para a traseira, situação em que a
bolsa inflável é desativada para evitar lesões na criança.
Controle de
tração eletrônico
O ML 320 CDI proporciona o controle de tração necessário para transpor
situações difíceis por meio da atuação dos freios, de maneira que basta
uma roda ter contato para garantir o avanço do veículo. Por meio de
botão no painel o diferencial central é bloqueado e as marchas, no caso
primeira e ré para condições difíceis, ficam mais tempo retidas. Além
disso, o sistema antitravamento (ABS) dos freios entra em um modo em que
as freadas em terreno acidentado ou escorregadio não são prejudicadas.
Numa pista de teste acidentada preparada para esse fim, o ML a diesel
mostrou ser capaz de proezas como arrancar da imobilidade, em terreno
escorregadio, e superar uma rampa de 70% de inclinação, correspondente a
35°. Na Alemanha, informou Rogério Montagner, gerente de marketing de
produto, existe um pacote para o fora-de-estrada especial que inclui
bloqueio do diferencial traseiro e desligamento das barras estabilizadoras, entre outros recursos que melhoram ainda mais a aptidão
para situações difíceis. É importante salientar que o carro usa pneus
para alta velocidade em asfalto, longe de ser adequados para o
fora-de-estrada.
Continua |
O caso do diesel em utilitários |
A Mercedes-Benz usou um artifício para convencer o Denatran de
que o ML 320 CDI satisfaz as exigências em vigor para emprego de
motores a diesel em utilitários, expressas na Portaria 23, de
6/6/94, do extinto Departamento Nacional de Combustíveis. Pela
peça legal, só podem consumir diesel veículos com capacidade de
carga igual ou superior a 1.000 kg, excetuando-se aqueles de
tração nas quatro rodas, com caixa de mudança múltipla e redutor
— que o Mercedes não tem, a não ser como item opcional em outros
mercados.
O artifício consistiu em demonstrar que, no modo fora-de-estrada
do sistema de tração, o veículo tem capacidade ascensional real
igual à de outro que tenha aqueles itens que estabelecem a
exceção. Assim, estão de parabéns a Mercedes-Benz e o Denatran —
este ao reconhecer tacitamente que a portaria em questão é
ultrapassada, oriunda que foi de uma outra, desta vez do
Conselho Nacional do Petróleo, em 1976, num momento em que o
Brasil sentia no bolso os efeitos da primeira crise do petróleo,
ocorrida três anos antes. O objetivo era conter o consumo de
diesel de qualquer maneira, que era — e ainda é — o derivado de
petróleo que determina o consumo total de petróleo do país. |
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