Os bancos confortáveis vêm
revestidos em couro apenas na Griffe; o de trás pode ser rebatido em
60/40 e inclui fixações Isofix para cadeira
Olhos na estrada: a
velocidade é projetada na tela próxima ao para-brisa, função que na
Europa inclui navegador e controle de distância
A capacidade de bagagem pelo
método VDA é regular, 432 litros, mas o compartimento tem boas soluções
como a plataforma com três alturas |
Apesar da sensação de volume, a primeira minivan média da Peugeot no
Brasil — nos anos 90 foi importada a 806, de maior porte — não é grande
nas medidas: com 4,36 metros de comprimento, 1,83 m de largura e 2,61 m
de distância entre eixos, é 11 cm mais curta (tanto de ponta a ponta
quanto no entre-eixos) que a C4 Picasso de cinco lugares e tem largura
igual à da concorrente. O coeficiente
aerodinâmico (Cx) declarado é muito bom, 0,296.
O ambiente interno traz bancos amplos e um painel com detalhes
esportivos, como o quadro de instrumentos, que deixam boa impressão.
Chama atenção o acabamento muito cuidadoso. O motorista dispõe de amplas
regulagens — difícil não encontrar uma boa posição. A visibilidade é
ótima, com colunas dianteiras finas para um carro dessa categoria,
embora as traseiras bem largas atrapalhem um pouco. O grande console
central separa bem motorista e acompanhante e basta acionar um botão,
nesse console, para o forro se abrir e permitir a passagem de muita luz
através do teto panorâmico. Por ser alta (1,63 m), é fácil de entrar e
sair e as portas abrem-se em grande ângulo.
Uma vez acionada a partida, surge a primeira surpresa: um pequeno painel
de policarbonato sobre o quadro de
instrumentos reflete informações como velocidade instantânea e a do
limitador. Inédita em sua faixa de preço, a técnica importada dos aviões
militares permite a leitura das informações sem o motorista desviar
muito o olhar da estrada. O emprego da tela foi uma boa ideia, pois em
geral esses sistemas usam o próprio para-brisa, construído de maneira
especial e com onerosa reposição em caso de danos ao vidro. Na Europa a
projeção abrange navegador e controle de distância até o veículo à
frente, não disponíveis aqui.
A segunda surpresa é não encontrar o freio de estacionamento, que tem
comando elétrico, como na C4 Picasso. Com o motor ligado, basta colocar
o câmbio na posição D, acelerar e o freio se desliga. Para acionar
novamente, coloca-se a alavanca na posição P, desliga-se e pronto — ou
se aperta o botão, mesmo com o motor ligado. O carro conta ainda com
assistente de saída em aclive, que o mantém freado por até dois segundos
em rampas com mais de 3% de inclinação, para facilitar a arrancada sem
que o motorista precise usar o freio de serviço.
O banco traseiro acomoda bem e seu rebatimento pode ser feito em 60:40,
acompanhado se preciso pelo do encosto do passageiro da frente. Os
espaços para objetos, numerosos, incluem um compartimento refrigerado de
13,5 litros no console e há tomadas de 12 volts na frente, na traseira e
no compartimento de bagagem. Ali, uma lanterna com bateria recarregável
no próprio carro tem autonomia de 45 minutos. Com capacidade de 432
litros pelo mais comum padrão VDA (a Peugeot usa outro método que a leva
a 512 l), o compartimento chega a 1.241 l (ou 1.604 l) com o rebatimento
do banco traseiro e o uso até o teto.
A tampa traseira é dividida em duas partes: a convencional que se abre
para cima e uma menor que desce, como na Fiat Marea Weekend. Mas também
aqui a Peugeot foi criativa. No uso normal basta abrir a tampa superior
— que, por ser menor, requer menos espaço livre e é mais leve — para
encontrar um assoalho nivelado com a base de acesso. Sob esse piso
tem-se um espaço adicional. Se a carga for mais volumosa, abre-se a
seção inferior da tampa, que suporta até 200 kg, e reposiciona-se a
plataforma para o nível intermediário. Pode-se ainda montar o assoalho
na posição inferior, nesse caso com pequeno degrau após superar a base
de acesso.
Continua |