Detalhes bem cuidados formam o
estilo do novo Peugeot, que aplica o emblema do leão ao capô, sem a
pequena grade da versão chinesa
O interior espaçoso, coerente
com as amplas dimensões, traz bancos confortáveis, painel bem-equipado e
ar-condicionado de duas zonas |
Fazer um sedã a partir de um hatch nunca foi tarefa bem-sucedida na
Peugeot, como mostram o 207 Passion, o 307 Sedan ou mesmo seu antecessor
306: a impressão de um anexo dissonante do conjunto sempre ficou clara.
Isso acaba com o 408, que mostra grande fluidez de linhas e uma traseira
bem integrada ao restante, em parte pela maior inclinação do vidro se
comparado ao do 307. O entre-eixos longo, que faltava a esse antecessor,
contribui para a harmonia.
O desenho moderno é percebido ainda pelos faróis bastante alongados, os
vidros laterais de perfil baixo e o intenso vinco que vai das portas à
traseira. Comparado ao original chinês, o nosso perdeu apenas a seção
preta ao redor do logotipo do leão na frente, que ganhou aspecto mais
"limpo". Com 4,69 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,52 m de
altura e 2,71 m entre eixos, o 408 é um dos maiores carros do segmento
em qualquer das dimensões. O coeficiente
aerodinâmico (Cx) 0,308 (0,69 quando multiplicado à área frontal)
expressa atualidade.
Novo, mas
familiar
No interior, o bom acabamento inclui plásticos de aspecto refinado e com
toque macio no caso da cobertura do painel, não acompanhada pelos
painéis de porta, que usam material rígido. O desenho interno em si não
inova, mas evolui o tema já conhecido do 307 — tem sido habitual na
Peugeot optar por formas tradicionais, enquanto a ousadia fica reservada
a outra marca do grupo, a Citroën. Há muito no 408 que faz lembrar o
antecessor, como o aspecto do volante e dos instrumentos ou os vidros
fixos à frente das janelas dianteiras.
O motorista dispõe de posição de dirigir confortável, com ampla gama de
ajustes, pedais bem posicionados e volante com pega adequada. Os bancos
dianteiros são bastante cômodos e têm apoio lateral suficiente para
reter o corpo, mesmo com o revestimento em couro. Há fácil acesso aos
comandos e leitura bem clara dos instrumentos. Atrás, dois adultos
acomodam-se muito bem, com destaque para o espaço para pernas.
A Peugeot pensou em diversos detalhes, como grande número de
porta-objetos, amplo porta-luvas refrigerado, espaço para garrafas de
1,5 litro nesse compartimento e nas portas dianteiras, dois apoios de
braço centrais na frente, vidros laterais
mais espessos (4 mm) para isolar ruídos, 14 difusores de ar no total,
entrada USB no console para o sistema de áudio e interface Bluetooth que
copia a agenda do telefone celular. O navegador da versão Griffe vem
integrado ao painel, com tela de 7 pol regulável em inclinação e que se
esconde ao desligar o carro. De ampla capacidade, 526 litros, o
porta-malas usa articulações pantográficas
para não amassar as malas ao se fechar a tampa. O banco traseiro é
bipartido, 60:40.
Não é sob o capô do 408 que estão suas novidades: o motor flexível de
2,0 litros e 16 válvulas, com 143 (gasolina) e 151 cv (álcool), é bem
conhecido dos Peugeots e Citroëns vendidos por aqui. A caixa automática,
embora de nova geração, permanece com quatro marchas. Novidade mesmo, só
no segundo semestre, quando a versão Griffe poderá vir com a unidade
de 1,6 litro e 16 válvulas com
turbo e injeção direta, desenvolvida
em cooperação com a BMW (que a usa no Mini) e similar à da
minivan 3008. Com 165 cv e o generoso
torque de 24 m.kgf a apenas 1.400 rpm, é certo que trará melhora
importante em desempenho. A evolução chegará à caixa
automática, nesse caso com seis marchas. Como é hoje, o 408 não
decepciona, mas também não desperta entusiasmo pelas respostas ao
acelerador. Continua |