O revestimento interno é mais simples que o esperado para um Privilège, mas os bancos acomodam bem; o encosto de cabeça central traseiro faz parte do pacote opcional de segurança

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A seção central do painel, redesenhada, concorre para melhor aspecto do interior; computador de bordo é item de série nessa versão superior

Falhas de ergonomia: comandos de ventilação para baixo, difíceis de visualizar, e botões dos vidros traseiros que requerem contorcionismo

Em termos de potência, ele oferece 107 cv com gasolina e 112 cv com álcool; em torque são 15,1 e 15,5 m.kgf (na ordem) a 3.750 rpm. Já a unidade usada com câmbio manual tem 92/95 cv e 13,7/14,1 m.kgf a 2.850 rpm. Mesmo com o torque máximo em regime mais alto, o quatro-válvulas faz esperar vantagem em potência e torque em qualquer regime. Além disso, esse motor conta com elementos mais modernos, como o acionamento de válvulas por alavanca roletada, que beneficia a operação suave.

Esses ganhos compensam as perdas trazidas pela caixa, de modo que o Automatic acelera de 0 a 100 km/h nos mesmos 11,7 segundos do Sandero manual (com álcool) e fica apenas 3 km/h atrás dele em velocidade máxima. Na estrada, a moderada rotação do motor (cerca de 3.500 rpm a 120 km/h) contribui para um nível de ruído mecânico adequado, embora o escasso revestimento absorvente deixe passar outros barulhos, como o da rolagem dos pneus. A Renault — lamentamos — não informa consumo, mas é possível esperar de 10% a 15% a mais por conta do câmbio.

De resto, para dirigir, a nova versão não difere das já conhecidas, com um rodar relativamente confortável e com sensação de robustez para nosso padrão viário, embora os amortecedores traseiros sejam mais firmes que o ideal. Também poderia ficar mais macia a direção, que em baixa velocidade requer um esforço inesperado em sistemas assistidos. Já os freios, com opção por sistema antitravamento (ABS), estão bem dimensionados.

Evolução só para os olhos   Câmbio automático à parte, o modelo 2012 do Sandero traz outras novidades, tanto na aparência externa quanto — e sobretudo — no interior. Por dentro foi redesenhada a seção central do painel e houve a recolocação dos controles elétricos dos vidros nas portas, em vez da montagem no painel usada até então. O resultado é bom em termos visuais, mas não muda a percepção de que esse é apenas um carro do segmento de entrada.

Por quê? Primeiro, porque o tato não foi atendido como os olhos, já que permanecem os plásticos duros por toda parte e um tecido simples nos bancos. Segundo, porque mesmo os olhos são incomodados por falhas como parafusos bem aparentes e uma estranha espuma grossa junto à base do para-brisa. E terceiro, porque falhas de ergonomia já bem conhecidas permanecem — e, pior, acompanhadas de novas.

Os comandos de ventilação ganharam melhor aspecto, mas continuam mal posicionados, como se o motorista estivesse sentado no assoalho. Se as molduras cromadas dos botões dão um ar requintado, tornou-se mais difícil perceber para que direção eles apontam; como exemplo, não se vê que o comando da esquerda está direcionando ar para os difusores do painel. O seletor da recirculação de ar está fica quase invisível embaixo do botão central. Pior que isso, só o ajuste elétrico dos retrovisores sob a alavanca de freio de estacionamento, que inviabiliza um acerto com o carro em movimento.

Há um novo rádio/toca-CDs com leitura de MP3, tamanho duplo, grandes botões, interface Bluetooth para telefone celular e entradas USB e auxiliar do tipo P2. Um grande progresso sobre o aparelho de comandos diminutos usado até então, e que sempre criticamos. Mas (e como há "mas" nesse carro!) quem inventou que o botão giratório central deve ser usado para trocar de faixa, cabendo a duas teclas o ajuste de volume? Continua

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