O XP-882 teve evoluções. No Salão de Paris de 1973 aparecia o Four Rotor, com motor rotativo Wankel de quatro rotores e 420 cv (agora líquidos). A solução era estudada pela GM — como várias outras marcas —, mas foi abandonada por problemas de confiabilidade e elevado consumo. As portas abriam-se como asas de gaivota e tanto a frente quanto a traseira eram baixas e afiladas.
Três anos mais tarde o Four Rotor era renomeado Aerovette e ganhava um V8 de 6,6 litros em posição central-traseira transversal. Suas formas ousadas já pareciam viáveis para a produção em série, o que a GM cogitava para 1980, mas as boas vendas do Corvette C3 a levaram a estender seu ciclo de vida e, quando chegou a hora da substituição, a quarta geração de 1984 manteve o motor dianteiro.
Depois de longa ausência, um Corvette conceitual voltaria aos salões apenas no evento de Detroit de 1986. O Corvette Indy era mais uma proposta de motor central, desta vez um V8 compacto (apenas 2,65 litros) com duplo comando nos cabeçotes, 32 válvulas e dois turbos com resfriadores de ar. Desenhado pela inglesa Lotus, era o mesmo motor Chevrolet da Fórmula Indy, com cerca de 600 cv.
O projeto incluía tração integral, direção atuante nas quatro rodas, freios antitravamento (ABS), controle de tração e suspensão ativa, que ajustava o amortecimento e mantinha constante a altura de rodagem. Em vez de retrovisores, um monitor de vídeo no painel mostrava o que havia atrás do veículo. O primeiro Indy, em prata e não funcional, foi seguido pelos exemplares branco e vermelho, capazes de rodar.
Depois dele veio o CERV III, sigla para Chevrolet Engineering Research Vehicle, terceiro projeto. Mais uma vez a GM estudava colocar um motor V8, agora o 350 de 5,75 litros, em posição central-traseira. Avançado, o conceito de 1990 usava fibra de carbono, fibra de aramida (kevlar) e alumínio na carroceria, freios a disco duplo — com dois discos para cada roda — e tração integral. O V8 com dois turbos fornecia 650 cv e fazia esperar a velocidade máxima de 362 km/h.
Depois do CERV III houve um grande hiato, no qual a GM apresentou apenas uma leve variação do C5, o Corvette de quinta geração. No evento de carros preparados SEMA Show de 2002 aparecia o White Shark (tubarão branco), derivado da carroceria Hardtop, com frente e traseira remodeladas e, claro, mais potência. O V8 de 5,7 litros deu lugar a um LS1 de 6,6 litros, com 520 cv, e foi usado um câmbio automático de quatro marchas. A frente mostrava inspiração em um tubarão e os para-lamas eram mais largos.
Após outro período de calmaria, a Chevrolet retornou a um Corvette de conceito com o Stingray de 2009, revelado no Salão de Chicago e destinado ao uso no filme daquele ano da série Transformers. A inspiração veio do carro de corridas Sting Ray de 1959, meio século antes, e alguns traços podem ser vistos no novo Corvette C7. Não foram informados dados técnicos.
As criações de estúdios
Conceitos com base no Corvette não foram elaborados apenas pela GM. O estúdio italiano Pininfarina elaborou para o Salão de Paris de 1963 o Rondine, com base no chassi do Sting Ray lançado naquele ano. O cupê desenhado por Tom Tjaarda tinha os faróis expostos mesmo quando desligados (embora mantivesse as tampas acima deles), teto com perfil mais tradicional e traseira angulosa.
Em 1984 foi a vez de Bertone, outro estúdio da Itália, que apresentou o Ramarro. As formas retilíneas tornavam-se algo estranhas com as proporções do carro, que tinha a cabine bastante recuada, e as portas deslizavam para frente. No interior os bancos dianteiros formavam um só, mas com a parte central elevada como um console.
A Bertone voltava a usar um Corvette como base em 1990, com o Nivola do Salão de Turim. Dessa vez o motor do ZR-1 de série, um V8 de alumínio de 5,75 litros, foi instalado em posição central-traseira, enquanto a carroceria tinha formas longas, largas e baixas e a suspensão usava sistema hidropneumático. O nome era uma homenagem ao piloto Tazio Nuvolari, apelidado de Nivola.
Em 1992, um concurso envolvendo três estúdios para desenhar uma proposta para a quinta geração do Corvette teve como vencedor o Sting Ray III elaborado pelo Advanced Concept Center, do sul da Califórnia. Com detalhes de estilo inspirados nos Corvettes dos anos 60, o conceito tinha menores dimensões que o C4 no qual foi baseado, volante e pedais ajustáveis (os bancos, porém, eram fixos), suspensão ativa, direção nas quatro rodas e motor LT1 de 300 cv, o mesmo do modelo 1992 de série.
No Salão de Genebra de 2003, a ItalDesign de Giugiaro mostrava o Moray, homenagem ao 50°. aniversário do esportivo da GM. O estilo tinha inspiração em carros do passado. O motor V8 ampliado para 6,0 litros desenvolvia 400 cv.
Em 2009 era a vez do Bertone Mantide, também criado pelo estúdio italiano, que anunciava inspiração em carros de Fórmula 1 e na indústria aeroespacial. Com carroceria de fibra de carbono e o motor de 6,2 litros com compressor do Corvette ZR1, prometia acelerar de 0 a 100 em 3,2 segundos.
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