Motorista acomoda-se bem e há espaço adequado atrás; tela de 7 pol serve a áudio, navegador e a câmeras que mostram 360 graus, com sensores para obstáculos móveis
O Controle Dinâmico em Curvas busca controlar o movimento da carroceria: um sensor de aceleração identifica tal movimento e atua no freio-motor e nos freios em cada roda. Outra função, o Estabilizador Ativo de Carroceria, pode fazer lembrar sistemas sofisticados de controle de suspensão, mas não é o caso: atua de forma semelhante à do dispositivo anterior. Há ainda o Controle Dinâmico de Freio Motor, que recebe sinais de sensores de aceleração e da posição do volante, atuando no freio-motor em curvas e descidas.
Ao volante
A Nissan destaca como um dos pontos fortes do Kicks o isolamento acústico. Logo que acionamos o motor, percebemos que o nível de ruído interno é realmente contido, pelo menos em baixa rotação. No trecho urbano em São Paulo, SP, pudemos avaliar atributos como o volante com boa empunhadura e base reta, a direção com acionamento muito suave e ótimo ângulo de giro e o sistema de câmeras em 360°, que não só mostra os espaços dos quatro lados do carro: sensores alertam sobre pessoas, animais ou qualquer coisa se movendo por perto.
Suspensão foi bem acertada, mas desempenho com 114 cv está abaixo do esperado
Já em rodovia, percebemos que o Kicks merecia um motor mais potente. Os 114 cv para 1.142 kg são pouco diante do que oferece a concorrência nessa faixa de preço (Ecosport, Duster e 2008 têm versões de mesma cilindrada e potência semelhante, mas mais baratas). O fabricante anuncia aceleração de 0 a 100 km/h em 12 segundos e velocidade máxima de 175 km/h, o que confirma a sensação de desempenho tímido. O 2,0-litros de 140 cv do Sentra seria uma interessante opção para ele, para não falar em um turboalimentado.
Os 114 cv para 1.142 kg são pouco diante do que oferece a concorrência nessa faixa de preço: o 2,0-litros do Sentra seria uma interessante opção
Uma das consequências do uso de CVT é a grande variação de rotação em retomada de velocidade, transmitindo muito ruído do motor para o interior — acima de 4.000 rpm a sensação inicial de silêncio se desfaz e os ocupantes precisam elevar a voz. Fizemos algumas simulações com a transmissão: na posição D (drive), a 120 km/h com acelerador leve, o motor se mantém em baixas 1.800 rpm para favorecer a economia e reduzir os ruídos. Já na posição S, de Sport, acionada por um botão escondido na alavanca, na mesma velocidade o motor vai a 3.500 rpm para responder com rapidez ao acelerador, como em um trajeto sinuoso.
Contudo, ao afundar o pé na acelerador a 60 km/h e levar até 120 km/h, eventual diferença entre as duas posições se torna bem sutil, pois em qualquer caso o motor é levado até 6.000 rpm para pleno aproveitamento de sua potência. Existe ainda a opção L (low, baixa). Como os veículos com CVT apresentam freio-motor muito baixo, o motorista pode optar por manter o L para enfrentar uma descida ou subida íngreme, pois a função simula uma relação de transmissão mais curta. Pena que o Kicks não conte com controlador de velocidade, que faz falta em viagens longas.
Motor de 1,6 litro e transmissão automática CVT são os mesmos de March e Versa
Apesar de não conseguirmos avaliar todo o aparato de controles eletrônicos no trajeto de avaliação, o Kicks revelou bom compromisso entre estabilidade e conforto no ajuste de suspensão. A visibilidade geral é boa, mas a largura das colunas traseiras se traduz em grande área de ponto cego, a ser compensada pelos retrovisores amplos e bem projetados e as várias câmeras. O que deve incomodar em viagens é a autonomia com álcool pelo diminuto tanque de 41 litros, um mal frequente na marca.
Com uma grande campanha 100% baseada nos Jogos Olímpicos — o Kicks foi o carro oficial do revezamento da tocha olímpica —, a Nissan anuncia as vendas oficialmente para dia 5 de agosto, data de abertura dos jogos, mas a pré-venda pelo site oficial resultou em 1.800 pessoas predispostas a comprar o novo carro antes mesmo de olharem de perto. Esperamos que eles não se frustrem pelo desempenho…
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Ficha técnica
Motor | |
Posição | transversal |
Cilindros | 4 em linha |
Comando de válvulas | duplo no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo |
Diâmetro e curso | 78 x 83,6 mm |
Cilindrada | 1.598 cm³ |
Taxa de compressão | 10,7:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial |
Potência máxima (gas./álc.) | 114 cv a 5.600 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 15,5 m.kgf a 4.000 rpm |
Transmissão | |
Tipo de caixa | automática de variação contínua |
Tração | dianteira |
Freios | |
Dianteiros | a disco ventilado |
Traseiros | a tambor |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção | |
Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | elétrica |
Suspensão | |
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal |
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal |
Rodas | |
Dimensões | 17 pol |
Pneus | 205/55 R 17 |
Dimensões | |
Comprimento | 4,295 m |
Largura | 1,76 m |
Altura | 1,59 m |
Entre-eixos | 2,61 m |
Capacidades e peso | |
Tanque de combustível | 41 l |
Compartimento de bagagem | 432 l |
Peso em ordem de marcha | 1.142 kg |
Desempenho e consumo (gas./álc.) | |
Velocidade máxima | 175 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 12,0 s |
Consumo em cidade | 11,4/8,1 km/l |
Consumo em rodovia | 13,7/9,6 km/l |
Dados do fabricante |