Modelo argentino completa renovação da linha Fiat; na Autoclasica, juíza apreende réplica anunciada como original
Fiat se aproxima do fechamento de ciclo para renovação de produtos. Medida corajosa. No caso o veículo para tal movimento era o conhecido, até o dia 20, como Projeto X6S. Naquela data divulgou-se o nome oficial, Cronos. Coisa mítica, o mais novo dos Titãs, filho de Urano, o céu, com Gaia, a Terra. É o Deus do Tempo, regente dos destinos.
O Cronos quer integrar o processo de modernização da marca, quase fechando o ciclo de mudanças iniciado pela picape Toro, pelo Mobi e pelo hatch Argo. Fiat desenvolve um arremedo de jipe pequeno, ausente em seu leque de produtos. Produção será na fábrica de Ferreyra, Córdoba, Argentina, após investimento de US$ 500 milhões para atualizá-la. O Cronos terá concorrente bem próximo de suas medidas e características, o Virtus da Volkswagen. No leque Fiat substituirá Grand Siena e Linea. No mercado em fevereiro.
Juíza apreende carro falso no Autoclasica
Dra. Sandra Arroyo Salgado, juíza federal de San Isidro, beiradas de Buenos Aires e em cujo hipódromo se realiza o Autoclasica, maior encontro antigomobilista da América Latina, ao seu encerrar mandou apreender uma de suas maiores atrações, um Cisitalia – falso.
Questão básica, o automóvel exposto pelo proprietário não era autêntico e como indicado modelo 202 MM de 1947, mas réplica construída em Mercedes, grande Buenos Aires. Juíza determinou remoção a depósito público.
O crime
Constitui crime expor réplica de carro clássico? Claro que não.
O bom sítio argentino Autoblog explica, ante a estrutura legal do país vizinho, de conceito assemelhado no Brasil, que o crime de falsificação ocorre quando o proprietário não informa claramente tratar-se de recriação de modelo antigo. Caracterizando a situação, o expositor informou, nos cartazes e material sobre o evento, tratar-se de exemplar construído na Itália há mais de meio século. Mas a réplica foi montada poucos meses antes.
O processo deverá aclarar o responsável pelo divulgar de informação falsa: o organizador do Autoclasica, o Club de Automobiles Clasicos de Argentina? O patrocinador Motul, fábrica de lubrificantes, entregando ao proprietário identificação com os dados irreais?
Exibia o selo da FIVA, a Federação Internacional de Veículos Antigos, certificando a nível internacional a originalidade dos veículos expostos no evento. Os jurados de prestígio da FIVA aprovaram essa falsificação? Ou o selo foi usado sem autorização? É outro ponto a ser apurado pela Justiça.
No Autoclásica, é comum exibir e vender réplicas de automóveis históricos, como bem o faz a Pur Sang, construtora de réplicas de Bugatti e Alfa Romeo. E no evento há prêmio especial para as melhores recriações de época para este tipo de veículos. Chamam-no “Artesanias Argentinas”.
Prêmio excita os jurados de tal forma que, muitas vezes, se opõe ao gosto do público. Este ano, por exemplo, recompensaram um carro esporte, o Rubén García, com motor Fiat 128 dos anos 1970. Na cerimônia esqueceram de premiar ou mencionar o carro mais atrativo no show: Ferrari ex-Schumacher da Fórmula 1, cedido pela família Perez Companc. Uma cópia original, é claro, não uma réplica (coluna passada apontou o estranho comportamento e a aparente abrasão entre os dois maiores colecionadores de lá).
Mas para serve uma réplica? Com os preços elevados dos carros clássicos, esses artesanatos permitem experimentar as sensações de condução transmitidas pelos veículos vintage. É passatempo divertido, e não é crime.
A Lei proíbe, no entanto, sejam esses modelos vendidos ou exibidos com informações falsas sobre origem ou fabricante. Para ser claro: é bom vender um Ruben Garcia 2017, mas ilegal seria vendê-lo dizendo ser García reencarnação de Enzo Ferrari. O uso de marcas registradas também é penalizado sem a devida permissão do licenciado.
Cisitalia era famosa marca italiana no pós-Guerra, com projetos estão entre os mais puros e atraentes dessa época. Além disso, brilhava nas competições, com pilotos como Tazio Nuvolari e Piero Taruffi. Fundada pelo empresário italiano Piero Dusio, que terminou casualmente seus dias na Argentina, direitos da marca pertencem à sua filha.
Novo Audi A8, pré-autônomo
Audi Brasil iniciará importar ao início do ano o novo A8. Recém-apresentado no Salão de Frankfurt e de vendas iniciadas na Europa, o maior dos sedãs da marca se assinala pela classificação de Nível 3 em informatização. Na prática é o sedã mais completo em semi-independência.
Na escala aplicada à agregação de dotes, o Nível 4 indica ser um Veículo Autônomo. A par de constituir-se no último degrau pré-autonomia, deve ser visto sob outros rótulos: bandeira tecnológica da marca; referência para a democratização destes itens ao restante da gama de produtos – e dos carros sob o controle da holding Volkswagen; sinal da evolução da Audi, de fabricante de veículos a empresa de mobilidade.
A ampliação da interconectividade muito amplia o conforto do uso. Há três grandes telas com comandos, maior delas digital, 31 cm, e duas outras para os passageiros do banco traseiro, e facilidades foram incorporadas, como a capacidade de ser programado para cumprir um destino, de oferecer informações sobre o que encontrar no caminho, sobre as vagas disponíveis para estacionamento antes da chegada, permitindo parquear autonomamente e, neste quesito outra evolução: nas vagas de edifícios e torres de estacionamento é capaz de identificar o espaço a ser utilizado, manobrar para entrar e posteriormente sair por comando externo.
Mantém os sistemas já aplicados pela marca, capaz de seguir um fluxo à velocidade de deslocamento, frear ante a proximidade de obstáculos. De origem terá outras facilidades, entretanto operacionais apenas nas vias com boa sinalização a ser lida pelos sensores do A8.
Duas versões em carroceria, com a L indicando maior distância entre eixos, nitidamente um automóvel para chofer; disposição interna para 4 ou 5 lugares, confortos como temperatura de bancos e massagem para costas e pés; apurada vedação termoacústica. Motores V6, com duplo comando de válvulas, injeção direta, 3,0 litros, projetados 310 cv, monumentais 61,2 m.kgf de torque, transmissão automática de 8 velocidades e tração nas quatro rodas. Carroceria em alumínio e partes em fibra de carbono.
Roda a Roda
Nova escrita – Chinesa Geely adquiriu a sueca Volvo, surpreendeu o mundo crescendo vendas e sinergia com sua co-irmã chinesa Geely, e apresentou o primeiro produto de nova marca de luxo performático, a Polestar. Cupê 2+2, o Polestar I desenvolve híbridos 592 cv e foca sobre alemão BMW i8 e norte-americano Tesla Model S, o elétrico queridinho do momento. Contra a maior promessa da Tesla, o Model 3 haverá o Polestar 2. Construção na China sobre plataforma modular Volvo.
Refinamento – A nobre fibra de carbono reduziu 230 kg em relação ao modelo Volvo S90, sócio na mesma plataforma. Muita eletrônica, poderosos freios Akebono, com discos de 400 mm e pinças com seis pistões.
Outro nível – Apenas 500 unidades anuais. Sistema comercial corajoso lembra o do automóvel mais exclusivo, imbatível em refinamento construtivo, o mítico Bugatti Royale: não terá revendedores, e comprador especificará e personalizará o produto direto à fábrica. Leasing por dois ou três anos, sem entrada e juros contidos. A conservadores, 80 concessionários no mundo civilizado. Mudará imagem do carro chinês: refinado e caro — R$ 550 mil. Lá.
Esperado – Honda trará do Canadá o Civic Si. Conhecido por oferecer confiável desempenho, com nova plataforma e motor turbo. Cupê, motor 1,5-litro, turbo com injeção direta, duplo comando de válvulas com abertura variável, 208 cv e 26,5 m.kgf de torque, 70% disponível a 2.300 rpm. Aços mais leves reduzem peso e aumentam resistência à torção, uma alegria a quem busca esportividade. Segundo semestre 2018. Sem preço.
Avanço – FCA – Fiat Chrysler Automobiles ajustou-se com a PUC Minas no primeiro Centro de Simulação de Dinâmica Veicular na América Latina. Fica no Campus da Universidade, em Belo Horizonte, o SIM Center reúne o pico da tecnologia mundial para pesquisas em segurança de veículos, pessoas, vias.
Negócio – Para manter, conquistar e encantar clientes, Mercedes-Benz dá outro passo sedimentando a campanha Mercedeiros de Verdade, atraindo usuários dos caminhões da marca. Aplica a crescente conectividade com motoristas, frotistas, gestores com um programa de fidelidade e recompensas.
Ocasião – Se tens recursos sem receio de expô-los, e gosta de automóveis performáticos e quase exclusivos, incorporadora BRG quer te dar um presente: um dos 14 exemplares do Aston Martin Vulcan cujo valor, por construção, desempenho e marketing, é de US$ 2,3 milhões – uns R$ 7,3 milhões.
Presente – Automóvel competente em rendimento, 570 cv nascidos a 7,0 litros em motor V12 e construção de materiais leves como fibra de carbono, é homologado para andar apenas em circuitos.
Condição – Para tê-lo em garagem próxima ao circuito de Homestead, a 55 km de Miami, basta apenas adquirir a cobertura triplex na Aston Martin Residences, projetada pela marca inglesa e a brasileira incorporadora G and G Business. Empreendimento visitável por agendamento em www.beyondrealtygroup.com. Quanto? Se perguntou não tens os US$ 50 milhões demandados…
Registro – Dia 20 marcou 90 anos do início de produção do Ford Modelo A, carinhosamente dito Fordinho ou Fordeco. Missão inglória, suceder o mítico Modelo T, responsável por dar rodas aos EUA, primeiro automóvel mundial.
Confusão – Desenvolvimento atropelado, não programado, consequência da cabeça dura de Henry Ford, insistindo nas limitações do T, em apavorante queda de vendas, ante as exigências do consumidor por rendimento. Entre parar o T e iniciar fazer o A, a grande fábrica do Rouge ficou fechada seis meses, muitos revendedores quebraram. A apresentação, às vésperas do Natal, juntou congeladas filas nas vitrines dos revendedores.
Padrão – Foi das melhores máquinas construídas no século passado, confiável como o revólver Smith and Wesson, a máquina de datilografia Remington, o isqueiro Zippo. Fizeram-se entre o final de 1927 e 1931, mais de 4 milhões de unidades – o T superou os 15 milhões. É o retrato do automóvel antigo no Brasil.
Coluna anteriorA coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars