Ano terá hatch e sedãs compactos, mas utilitários esporte serão os principais lançamentos
Bem-vindos ao novo ano os apreciadores de novidades automobilísticas. Serão muitas, em período movimentado, com o fim da queda das vendas, a estabilização, e a retomada do crescimento no setor. Estabilidade no país e queda da inflação auxiliaram deter e reverter a espiral negativa. O ano findo, relativamente a 2016, apesar de números ainda não consolidados, mostrou resultado positivo – aumento de 25% nas exportações e vendas internas crescendo a grosso modo em 10%. Melhores expectativas para 2018: 15%.
O quê
Mercado brasileiro não é exceção e preferências vêm moldando universalmente o segmento dos utilitários esporte, carros atléticos e crossovers – rótulos difíceis de classificar, porém percebidos como dotados de cara valente e elevada posição para dirigir. Foi a fatia de maior expansão em 2017 e deverá manter velocidade ascensional.
Ano se inicia com apresentação do Virtus, sedã Volkswagen derivado do Polo. Logo a seguir, o Fiat Cronos com direcionamento idêntico e a revisão estética do Honda City, com agregação de itens internos e controle eletrônico de estabilidade — sempre adiado pelas autoridades brasileiras e argentinas. No campo dos sedãs de maior porte, Volkswagen terá o Jetta sobre a plataforma
Novidades deverão marcar a chinesa Chery, única com tal origem a viabilizar-se no país. Agora comandada pela CAOA, assumindo gestão operacional, e compatibilizará estrutura industrial. Na prática significa democratizar o espaço da fábrica de Anápolis, GO, onde até agora são montados apenas os utilitários da sul-coreana Hyundai. Negocialmente a CAOA comprou a solução de manter-se no mercado quando encerrar seus negócios industriais com a Hyundai, e no varejo solver o problema maior da Chery: garantir produção independentemente das vontades e constantes problemas e interrupções comandadas pelo sindicato dos metalúrgicos na área de Jacareí, SP, onde é a fábrica da empresa chinesa. Corre com adaptações para utilizar a base do Celer, criando novo SUV.
A morfologia SUV, a de maior interesse do público, será adotada pela Toyota, importando versão atualizada do Land Cruiser Prado, maior ante o SW4; pela Peugeot com o 5008; Renault representada pelo Koleos. Volkswagen acordou de sonho letárgico e entrará com vontade em tal segmento com o T-Cross sobre plataforma do sedã Virtus, a ser feito na Argentina. Também, do México importará o Tiguan ampliando opções no setor.
Em picapes, novidades. Fiat prepara substituir a líder Strada a partir da cabine com detalhes assemelhados ao Argo, e Volkswagen gesta versão maior da Saveiro para estar presente no segmento superior aberto por Renault Oroch e Fiat Toro. Renault distribuirá no Brasil a Alaskan, sua versão sobre Nissan Frontier, a ser feita na Argentina.
Veículos importados sofrerão queda nos primeiros meses, por reposição de estoque ou permitirão limpar o pátio de modelos antigos, consequência do não entendimento entre os ministérios da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio quanto ao novo parâmetro à indústria automobilística, incluindo a importação. Até o final do ano vigoraram regras do Inovar-Auto, alegoria protetora da falta de competição e da baixa produtividade. Seriam substituídas pelas constantes do programa Rota 2030, mas sem acordo quanto a incentivos e ônus pelas regras não baixadas. Assim, sem saber o futuro – e o quantum de imposto a pagar -, garrotearam-se as importações.
No mesmo terreno pantanoso está o futuro das linhas de montagem brasileiras para Mercedes, BMW, Jaguar/Land Rover e Audi, considerando se terão preço menor e lucros superiores mantendo a atividade da montagem superficial no país – ou se apenas importarão os veículos prontos. Audi predefiniu-se e enfatizará novos produtos de menor preço e maior demanda.
Não se exclua a reduzida probabilidade de formalização e implementação dos acordos entre Mercosul e União Europeia auxiliar inflar o mercado, fomentando presença de novos produtos, de importação facilitada pela isenção de impostos alfandegários, base do acordo.
Em 2018 inexistirão novos fabricantes de veículos leves. Planos e projetos foram atropelados pela economia, pela retração do mercado, pela aceleração de custos. Daí não se aguardar os JAC T40 e T50 nacionais, com os quais o grupo nacional SHC intenta abrir e manter caminho no mercado com tentativas anunciadas na Bahia e em Goiás. Geely, também chinesa, representada pelos acionistas da operação nacional da Kia, talvez retorne a conta-gotas com montagem no Uruguai e complementação de conteúdo regional. Sempre prometida, a fábrica da Zotye em Goianésia, GO, promete acelerar a partir da montagem de motos elétricas em março e picape com a mesma tração antes do final do ano.
Caso viabilizado o crescimento previsto para o exercício de 2018, número final deverá arranhar os 2,4 milhões de unidades. Número e comportamento indicarão a consolidação da retomada do retorno para a expansão.
Provocar vizinhos, cunhados,
contar histórias? É com o Audi RS3
Motor de cinco cilindros, o mais potente do mundo na configuração de 2,5 litros, dois sistemas de injeção (um na cabeça dos pistões, outra no coletor de admissão), mais turboalimentador e sistema de abertura das válvulas, obtém 400 cv de potência e 49 m.kgf de torque a partir de 1.700 rpm. Na prática tal conjunto oferece consistente aceleração, indo da imobilidade aos 100 km/h em 4,1 segundos. O dimensionamento mecânico para permitir tal proeza inclui tração integral, transmissão de dupla embreagem S-Tronic e um enlace operacional entre direção, câmbio, gerenciamento do motor, sistema eletrônico de estabilidade.
Como comparativo com o Audi A3, é rebaixado 25 mm; a bitola dianteira mais larga em 20 mm. Internamente, o Virtual Cockpit permite adequar instrumentos à vontade do condutor, como deslocar o conta-giros para o centro da tela. Nela, dentre informações, cores indicam momento da troca de marchas. Estofamento em Napa Fina, comando de luzes do sistema de infodiversão no volante, som Bang & Olufsen de 705 watts. Preço inicia em R$ 330 mil.
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