Vários carros chamaram atenção, nem todos de modo positivo; uns ganharam espaço, outros perderam ou saíram de cena
Lá se vai mais um ano acompanhando o mercado de automóveis, assunto de todos os dias entre nós, os que fazemos e os que seguimos o Best Cars. Para relembrar um pouco do que marcou 2019, reunimos 10 destaques positivos e 10 negativos. Todos os índices de vendas citados são de emplacamentos fornecidos pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
E para você, o que mais chamou atenção no ano que está terminando? Escreva no espaço de comentários.
Os altos…
1. Híbridos. A Toyota deu um passo decisivo ao lançar o primeiro automóvel híbrido nacional, o Corolla, e ainda combinado a um motor flexível em combustível, solução inédita no mundo. Associar álcool e eletricidade promete ser uma importante solução para mercados como o Brasil nos próximos anos (como apontado no recente Simpósio da SAE), diante da dificuldade de oferecer autonomia e pontos de recarga suficientes em um país com dimensões continentais.

2. Segurança. Lançamentos como o novo Chevrolet Onix, com bolsas infláveis laterais e de cortina e controle eletrônico de estabilidade de série em todas as versões, elevaram o patamar de segurança ativa e passiva dos carros compactos. A tendência é que mais consumidores exijam tais conteúdos em seu próximo carro de qualquer segmento.
3. Chevrolet Onix Plus. Não só por essa razão, mas pelo bom conjunto de atributos ao preço, o novo sedã Onix decolou em vendas. Apenas entre outubro e novembro a GM vendeu mais de 15 mil deles, quase o dobro do alcançado no período pelo Volkswagen Virtus, líder da categoria até então.
4. Renault Kwid. O pequeno garantiu, no acumulado até novembro, o quarto lugar em vendas no País: muito bom resultado para uma marca fora das “quatro grandes” e para um modelo de seu porte. O concorrente direto da Fiat, o Mobi, está 10 posições atrás.
Associar álcool e eletricidade, como no Toyota Corolla híbrido, promete ser uma importante solução para mercados como o Brasil nos próximos anos
5. Ford Ka. Enquanto o Onix permanece inabalável na liderança de vendas, o segundo lugar é fortemente disputado. O Ka ultrapassou o Hyundai HB20 e, até novembro, mantinha-se 1,5 mil unidades à frente. A dianteira deve se confirmar caso os resultados dos últimos meses se repitam em dezembro.
6. Volkswagen Jetta. O sedã médio registrou o maior crescimento em vendas de sua categoria: mais de 160% de 2018 para este ano, sempre no período janeiro-novembro. Além disso, ganha destaque por trazer ao mercado nacional uma rara opção de sedã de alto desempenho — o esportivo GLI de 230 cv — a um preço moderado, abaixo de R$ 150 mil.

7. Jeep Renegade. Foi o destaque do ano em vendas entre os utilitários esporte: cresceu 54% e consolidou-se na primeira posição da classe, seguido pelo Compass da mesma marca.
8. Renault e Toyota. Na competição entre as marcas, a ordem das três primeiras promete se manter como em 2018: Chevrolet, Volkswagen e Fiat. Novidades são o crescimento da Renault para o quarto lugar, à frente da Ford, e o da Toyota para a sexta posição, adiante da Hyundai. No andar inferior, destaque à Caoa Chery por subir de 18°. para 14°. lugar (sempre considerados automóveis e comerciais leves).
9. Vendas diretas. O faturamento direto, como aquele feito para frotistas e locadoras, continua a crescer e atingiu 45,8% dos emplacamentos até novembro, entre automóveis e utilitários, ante 43% do mesmo período de 2018. Apenas em comerciais leves o índice chega a 71%. Não é boa notícia para os fabricantes, pois nessa modalidade a margem de lucro se estreita.
10. Motos, ônibus e caminhões. Esses três mercados tiveram crescimento bem maior que o de automóveis e utilitários no ano. De janeiro a novembro foram emplacados 14,8% mais motos, 35,7% mais caminhões e 41,4% mais ônibus que no mesmo período de 2018. Já o total de carros e comerciais leves subiu apenas 7,2%.
…e os baixos
1. Hatches médios. Uma categoria que já teve grande relevância caminha para a extinção. Em 2019 despediram-se do Brasil o Ford Focus e o Volkswagen Golf nacional, que estiveram entre nós por cerca de 20 anos em diferentes gerações. O segmento como um todo, pelos dados da Fenabrave, caiu 36% de um ano para o outro. O Chevrolet Cruze hoje nada de braçada: suas vendas no mês passado superaram 70% do total da classe.

2. Esportivos. Repetindo um processo de duas décadas atrás, versões apimentadas de carros nacionais ficaram mais raras este ano, com a saída de linha do VW Golf GTI e do Peugeot 208 GT. Como os Fiats Argo e Cronos HGT não justificam esse rótulo, o Renault Sandero RS pode ser considerado o último da espécie.
3. Peruas. Muitos — como este editor — gostam delas, mas poucos as compram e, assim, os fabricantes as têm abandonado no Brasil. Com o fim das Volkswagens Spacefox e Golf Variant por aqui, restam apenas a arcaica Fiat Weekend e, em faixa de preço superior, opções como Audi A4 Avant e Volvo V60.
4. Ford Fiesta. Depois de 24 anos no Brasil, a Ford abriu mão de um dos modelos de maior sucesso em sua história recente. Entendemos que o Fiesta merecia um sucessor, pois o segmento de hatches compactos continua a receber investimentos de várias marcas.
Ford Focus e Volkswagen Golf nacional despediram-se do Brasil e, como um todo, o segmento de hatches médios caiu 36% em vendas no ano
5. Fábrica da Ford. O encerramento da produção da marca do oval em São Bernardo do Campo, SP, fechou um ciclo de 52 anos da unidade, sem contar o período nas mãos da Willys-Overland.

6. Hyundai HB20. Lembra-se do impacto causado pelo primeiro HB20, em 2012, com seu desenho arrojado? Foi grande a polêmica acerca de sua nova geração, este ano, com linhas estranhas para muitos.
7. Chevrolet Onix Plus. Sucesso de vendas e referência em segurança, sim, mas o Onix derrapou em qualidade. Mal chegou e já teve uma convocação para reprogramar a central eletrônica do motor, a que se atribuiu o incêndio de uma unidade. Nos últimos dias comentou-se sobre um reparo para evitar vazamento de combustível, o que pode resultar na segunda convocação em poucos meses.
8. Ford Fusion. O que faz um bom carro cair 80% em vendas de um ano para o outro? A previsão de sair de linha pode ser um motivo: desde que a Ford anunciou que não terá novos sedãs nos Estados Unidos, a aceitação do Fusion despencou.
9. Volkswagen Up. Elogiado pela sofisticação técnica e pela segurança passiva ao ser lançado, o Up perdeu 35% de vendas do ano passado para este. A redução de versões e o abandono do segmento de menor preço do mercado, pelo fim da versão Take, sinalizam que sua carreira pode estar no fim.
10. Citroën C3. Outro que parece nos últimos dias entre nós é o C3, já com sete anos sem alteração visual. Este ano as vendas caíram 54% e ele hoje alcança 1% do volume do líder Onix. Como a PSA anunciou apenas a vinda do novo Peugeot 208, pode ser que o C3 saia de cena sem sucessor.
- A equipe agradece por sua parceria em mais este ano. Desejamos boas festas e um 2020 de muita paz e prosperidade!