Um novo Corcel, o Gol da Ford, projeto Pine da VW e outros planos das fábricas que nunca conheceram as ruas
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação e CARWP
Você acha grande a variedade de carros que vemos nas ruas? Pois ela poderia ser ainda maior. Durante décadas, a indústria brasileira estudou modelos e versões que acabaram por não chegar ao mercado. Projetos foram cancelados, planos de importação mudaram, e com isso alguns automóveis morreram antes de nascer. Você conheceu vários deles no primeiro vídeo da série. Aqui, veremos outros. Se preferir, assista ao vídeo com o mesmo conteúdo. Lembra-se de mais algum? Envie pelos comentários e podemos incluí-lo em uma terceira parte.
Alfa Romeo Alfasud
A Alfa Romeo preparava o 2300, primeiro sedã nacional com sua marca, enquanto estudava um carro menor para competir com o Chevrolet Chevette. Seria o Alfasud, com motor boxer e tração dianteira, lançado na Itália em 1971. Embora anunciado na imprensa para 1974, nunca o tivemos.
Chevrolet Diplomata
No Salão de 1978 aparecia um Opala mais luxuoso, o Diplomata, com grade prateada, faróis auxiliares e rodas de alumínio, então inéditas na marca. Dizem que só oito carros foram produzidos e nenhum foi vendido. Essa versão entrou em linha, mas só para 1980, já reestilizada.
Chevrolet Monza perua
O Monza foi um dos grandes sucessos da GM nos anos 80. Foram feitas pesquisas de público para uma perua, incluindo a versão de três portas projetada aqui: a Vauxhall Cavalier inglesa e a Holden Camira australiana (foto inferior) só existiam com cinco. Outro projeto engavetado. Só as transformações da Envemo e da Sulam, que mantinham as lanternas traseiras do sedã, chegaram às ruas.
DKW-Vemag Fissore perua
Um dos projetos não lançados da DKW-Vemag foi a perua Fissore, derivada do sedã que só existiu no Brasil. Pelo menos uma foi construída na Itália em 1966, com a curiosidade de ter cinco portas (no sedã eram só duas). Comprada pela Volkswagen, a marca encerrava atividades no ano seguinte e a perua nunca ganhou as ruas.
Dodge Trazo C
No Salão de São Paulo de 2008 a Dodge mostrou o Trazo C. Era um Nissan Tiida sedã com outros logotipos, que seria vendido aqui e em outros países do Mercosul. O emblema da Dodge não aparecia. Outro logotipo identificava o motor flexível, que o Tiida hatch ganharia no ano seguinte. O projeto foi abandonado e tivemos apenas o Nissan.
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Fiat 131 Mirafiori
A Fiat chegou ao Brasil em 1976 com o pequeno 147. Logo surgiram na imprensa seus planos para um carro maior, como o sedã 131 Mirafiori. Na Itália ele oferecia uma versão esportiva, a Abarth Stradale, com o mesmo motor de 2,0 litros e 16 válvulas que teríamos no Tempra. Como o 131 nunca veio, o jeito foi criar o Oggi, de pouco sucesso, em 1983.
Ford Corcel Gama
Com o Corcel II envelhecendo, a imprensa mostrava em 1983 o projeto de um sucessor com três portas, faróis e lanternas de perfil baixo e para-choques de plástico. O projeto Gama da Ford teve esse protótipo elaborado em 1979, com direito a testes de aerodinâmica no túnel de vento do CTA (Centro Técnico Aeroespacial) em São José dos Campos, SP, mas também morreu antes do nascimento. O Corcel seguiu até 1986 e o Del Rey até 1991 sem mudanças de estilo tão intensas. Curiosamente, em 1980 a concessionária Souza Ramos havia feito um Corcel hatch com perfil parecido.
Ford “Gol”
Na fase da Autolatina, a Ford desenhou sua versão do segundo Gol, o de 1994. As formas originais não lembravam outros carros da marca. As concessionárias Volkswagen protestaram, pois queriam o líder de vendas só para elas, e o projeto não vingou. Ao que se conta, isso contribuiu para o fim da associação entre as empresas em 1995. As projeções, feitas com base em fotos publicadas na imprensa, mostram duas fases do projeto.
Renault Mégane RS
Por longo tempo a Renault sondou para o Brasil o Mégane RS. O esportivo de 265 cv veio em 2013, apareceu em salões e eventos e foi dirigido pela imprensa, mas a importação não se confirmou. A justificativa foi o alto preço.
Volkswagen Polo
Ganhamos o Polo em 2002, mas ele foi estudado para o Brasil já em 1973, dois anos antes da estreia da primeira geração na Europa. Venceu a opção por um projeto brasileiro, o Gol, talvez pela facilidade em usar o motor do Fusca na frente.
Volkswagen Pine
No fim dos anos 80, já associada à Ford na Autolatina, a Volkswagen criava o projeto Pine. Um sedã com duas ou quatro portas e um hatch de três portas seriam feitos a partir do Escort, com linhas típicas da marca. Talvez para conter custos, o projeto deu lugar em 1990 ao Apollo, um Verona com poucas mudanças, que fracassou e saiu de linha em dois anos. Mais tarde, em 1993, chegariam o sedã Logus e o hatch Pointer com a plataforma do Escort de nova geração e desenho próprio.