Alemães apresentam nos EUA conceito inspirado no longevo utilitário, a ser produzido com motor elétrico
Sol invernal, temperatura civilizada, beira da costa californiana entre as charmosas Carmel e Monterey, paraíso de executivos aposentados tornados golfistas, e surfistas. Semana Santa, como ao período se referem colecionadores de veículos em todo o mundo, por indicar os cada dia mais pululantes eventos de automóveis, de encontros, corridas, leilões, concursos. É a única semana com 10 dias… Volkswagen quis fazer, no cenário onde a antecessora Kombi foi tão vista, ponte entre o passado ali exposto, e o futuro no vizinho Vale do Silício.
Pois foram estes clima e meio ambiente os escolhidos pela Volkswagen para apresentar o conceito ID Buzz, diretamente por Herbert Diess, presidente da marca. Encontro referencial, 20 jornalistas mundiais – dois do Brasil, Coluna um deles.
Conjuntura permite o raciocínio: atual maior do mundo VW ainda sofre o peso dos danos da emissão de seus motores diesel, englobados sob o nome de Dieselgate; deve mostrar um caminho tecnológico a ser seguido nestes tempos de soluções alternativas – álcool, híbrido, elétrico, hidrogênio ? — e contestar recém-aparecido competidor sem estrutura, autofinanciado com sinais de pagamento de incontáveis unidades, caso da ascendente Tesla. O anúncio da produção do Bus, como chama as formas a nós identificadas como Kombi, tem esta finalidade. Como disse Piek von Bestenbostel, chefe mundial de comunicação da marca, “estamos voltando à corrida”.
Conceito
Internamente espaçoso, chão liso – abaixo dele as baterias -, bancos dobráveis, transformando-se em plataforma, adequado ao deslocamento familiar, de esportistas e suas tralhas, ou para trabalhos em variados perfis. Atual desempenho impressiona: 370 cv, aceleração de 0 a 100 km/h em menos de 5 s, velocidade final em torno de 160 km/h, autonomia de 270 km, renovável por carga rápida de 80% em 30 minutos.
Mas são dados iniciais. Neste campo onde as inovações se sobrepõem, variarão até a produção em 2022. Conceito manter-se-á como veículo preparado para ser autônomo, do comprimento em quase 5 m, quase 2 m de largura, e em altura um menos ante a Kombi. Volante com comandos recua e se encaixa no painel se o modo de conduzir for autônomo, quando o banco do motorista pode sofrer rotação para incluí-lo num papo com os demais ocupantes.
Não é apenas produto, mas caminho. Letras ID identificam plataforma de múltiplo uso, para sedãs, peruas, cupês, utilitários esporte, mostrando a direção tomada pela marca. Significa, como informou Diess, versões para o Up, o Golf, e a projeção de marca de atingir 1 milhão de vendas em 2025. Produção inicial na Alemanha, e cedo para definir extensão ao Brasil, mercado considerado a julgar pela nacionalidade dos jornalistas presentes à apresentação – Alemanha, Brasil, Inglaterra e EUA.
Mercedes 1929, o melhor de Pebble Beach

Um conversível Mercedes-Benz com insólita traseira de barco – boat tail -, carroceria especial Barker em modelo Tourer, foi o Best of Show na 67ª edição do Pebble Beach Concours d‘Élegance, em Monterey, Califórnia. É o mais refinado encontro mundial e o prêmio alegra proprietário e valoriza o automóvel.
Vencedor consagrava a fórmula adotada em PB, em ares de renovação. Neste ano, dentre os 204 veículos expostos, 54 o faziam como primeira participação. Volume representou 31 estados norte-americanos e 15 países – havia um Aston Martin DB2 de Xangai! – e nenhum brasileiro.

Proprietário Bruce R. McCaw possuía o carro há anos, mantendo a pátina do tempo, mas instou-se a restauração total terminada uma semana antes. McCaw é sólido acionista da Microsoft, e saúde financeira é parcela sempre considerada em caso de empate, quase ocorrido com seu irmão Bruce com Ferrari 315S Scaglietti Spider; e um Packard 1932 – resistente à Grande Quebra -, modelo 906, dito Twin Six, 12 cilindros em V, formados pela junção de dois blocos de 6, também com carroceria especial Convertible Victoria, pela francesa Dietrich.
No esforço de oxigenar a fórmula, vitoriosa porém indutora ao surgimento de muitos eventos assemelhados a dividir público, nesta edição suprimiram-se as motos e os esportivos de fibra de vidro, trocando-os por antigos carros-conceito e esportivos de construção e vencedores de provas domésticas.
Portões abertos às 10h30 a multidão pagando US$ 500 – uns R$ 1.600 – para ter o direito de olhar veículos e a variada fauna humana em torno deles. Dez minutos de filmagem de caras e arrumações em PB dão para escrever um ensaio sociológico.
Em 2018 não será no tradicional 3o domingo de agosto: o gramado sediará prova de campeonato de golfe, cumprindo a missão do clube onde está a praia de cascalho. Será no domingo, 26.
Roda a Roda
Ximp? – Chinesa Great Wall declarou à FCA, união de Fiat e Chrysler, querer comprar a icônica e rentável marca Jeep. Será forma de entrar no mercado ocidental de utilitários esporte. Jeep Xing Ling será Xinp?
É? – Tudo é possível com a FCA, descolando-se do tema automóvel: cortou as origens italianas tornando-se em empresa holandesa; não ter herdeiro da controladora família Agnelli no quadro executivo, exceto o CEO; ter separado a Ferrari do grupo. Na prática tudo pode acontecer – inclusive nada… Quem não se lembra da história da venda da Alfa Romeo à Audi?
Eclipse – Bom nome de seu esportivo, Mitsubishi lançará crossover aplicando-lhe o sobrenome Cross. Fez pré-apresentação no Oregon, EUA, durante o eclipse solar quase total dia 21. Será importado ao Brasil.
Lá – Na Argentina, vitória do governo Macri nas eleições primárias, no país e na poderosa Buenos Aires provocou manifestação positiva nos agentes econômicos e cadeia produtiva na indústria do automóvel: país terá previsibilidade.
Junto – Resultados eleitorais, presidente respeitado, segurança jurídica e previsibilidade animam os argentinos. Preveem grande expansão no mercado, apostando na reação brasileira, positiva nos últimos meses, mais que tendência.
Precaução – Preocupada com a aproximação da VW Saveiro da posição de liderança de sua picape pequena, Fiat adotou na Strada Adventure central Mopar multimídia, tela de 15 cm. Gama vai de Working 1,4 cabine simples a Adventure 1,8 cabine dupla e preços entre R$ 47.250 a R$ 75.500. Fiat prepara nova geração da Strada, tateia entre agregar conteúdo e controlar custos para não concorrer com Toro.
Mais um – Para ampliar presença no mercado Hyundai criou versão Pulse Plus do utilitário esporte Creta. Fica entre 1,6 AT e Prestige 2,0 AT. Motor 1,6, central de multimídia. R$ 90 mil.
Começo – Dia 2, após comemorar 60 anos do início de produção no Brasil – de 1953 até a data apenas montava -, Volkswagen iniciou produzir o Polo. O automóvel vem sendo montado para ajuste de processos e equipamentos.
Design – Marca faz pequenas apresentações e divulgação de seus dados. Última foi sobre a conquista do emprego da mão brasileira no estilo do Polo. Nova plataforma, base para todos os futuros VW no país, oferece ótima relação entre volume externo e espaço interno. Novidade será instrumentos digitais.
Governo – É responsabilidade de todos os pagantes auxiliar o país a cruzar o abismo lulo-dilmista sobre frágil pinguela. Questão é: os guias da travessia sabem o que fazem, e se não estão criando um areal após tal pontezinha?
Nem tanto – Em nome de reduzir o rombo nas contas públicas resolve-se alienar patrimônio – Infraero, Eletrobras, Casa da Moeda, etc. -, na prática do orçamento familiar vender a empresa da família para comprar comida. Medida extrema, sem volta, sem maiores estudos e, principalmente, calço institucional: quais os cortes feitos para reduzir gastos orçamentários?
No caso – Assessores, Aspones, automóveis oficiais, jatinhos, reformas, auxílio moradia, auxílio paletó (?!), terceirizados em necessidade, custos e presenças não aferidos, aluguéis generosos e desnecessários, enorme lista de itens teriam sido os primeiros da planilha de custo – se objetivo fosse reduzir despesas. Minha avó, sábia macróbia, resumiria: vida de papagaio em gaiola – come o poleiro, e cai.
Ajuste – O ganho tecnológico no desenvolvimento de motores, menor cilindrada, maior potência específica, mais economia, menores emissões, forçam fabricantes de óleo lubrificante correr atrás.
Vizinho – Elaion, marca da YPF, estatal petrolífera argentina, apresenta tecnologia anti-stress, pacote de aditivos para garantir lubrificação adequada, atendendo exigências da maioria dos fabricantes de motores Otto, Flex, Diesel.
Caminho – Mercedes-Benz abriu inscrições a Programa de Estágio 2018. 70 vagas nas fábricas de São Bernardo do Campo e Iracemápolis, SP; Juiz de Fora, MG, e escritórios em São Paulo, Betim/MG, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e Brasília. Mais.
Resumo – Harley-Davidson mudou slogan mundial: All for Freedom, Freedom for All. Quer unir o legado institucional da marca com o sentimento de liberdade oferecido pela motocicleta. É parte da estratégia global para os próximos 10 anos.
Novos – Na ocasião, 115º aniversário da marca, apresentou cinco releituras de motos Touring e oito novas Big-Twin e sua suspensão soft-tail. Novos design, acertos de chassis, implemento na motociclística, como novos motores Milwaukee-Eight. Adiantam a corajosa promessa de 100 lançamentos até 2027.
Recorde – País curioso o Brasil. Notícia da reprovação do Chevrolet Onix em testes de impacto, expondo passageiros a perigo de morte, aumentou suas vendas. Também, informação de venda da fábrica de motos Ducati por sua controladora Audi não freou o animus comprandi nacional: em julho empresa atingiu maior percentual de participação no mercado, 5,14%.
Será – Não cita a questão e entende resultados como consequentes à reestruturação da rede de revendedores, reajuste de preços, e novos produtos, como a Monster 1200 S, de produção iniciada em Manaus, a R$ 75.000.
Negócio – Mercedes-Benz venceu concorrência do SAMU para compra de furgões a ser transformados em ambulância: 800 unidades do Sprinter.
Negócio, 2 – Com o cessar de produção do Fiat Ducato e o desistir da importação do Ford Transit, mercado se ampliou para Mercedes e Renault.
Mais – Franceses Peugeot e Citroën, antes montados pela Fiat, serão importados. Novidade, modelos de menor porte, de montagem iniciada no Uruguai e exportações ao Brasil. Outubro. Concorrentes ao Mercedes Vito.
Conforto – MAN caminhões exibiu VW Delivery 13.160 com câmbio automatizado, freios com ABS, EBD, controle de tração e auxiliar de partida em rampa.
Espaço patrocinado
Fiat Argo e o conceito premium
Há algum tempo estrangeirismos rotulam produtos e serviços no Brasil. A expressão premium, para ser entendida como superior, é a mais durável delas e auxiliou tornear mais exigências pelo comprador de automóveis novos. Como indústria a FCA interpretou-a e decidiu aplicá-la ao projeto do seu recente Argo. Focado para concorrer com Hyundai HB20 e Chevrolet Onix, buscou base de estilo nacional, processo de construção de qualidade superior, talento italiano para aproveitar área interna, acabamento acima da média dos concorrentes. Desde a primeira vista o Argo se impõe pelas formas, atual assinatura estética da Fiat também presentes em Toro e Mobi, sugerindo ter maiores dimensões.
As opções mecânicas, desde os motores, dos novo Firefly de 3 cilindros 1,0 e 4 cilindros 1,3, e E-torq 1,8, Flex, às transmissões manual e GSR automatizada 5M e automática 6M finamente compatibilizadas, ao emprego do sistema Start/Stop e direção elétrica para reduzir consumo, somaram-se à preocupação com o interior, incluindo a interconectividade, nova exigência dos compradores. No caso aplicou a central multimídia Uconnect em tela de 18 cm com Apple Car Play e Android Auto. Na parte ligada à rolagem, conteúdo superior como controle eletrônico de estabilidade (ESC), controle de tração (TC) e auxiliar de partida em elevações (Hill Holder). Amarrando o pacote para a vida posterior à venda, juntou baixo valor nas revisões e no seguro. Com os argumentos do Argo Fiat mira liderança no segmento.
A coluna expressa as opiniões do colunista e não as do Best Cars