A Ford inicia as vendas no Brasil de uma nova versão do Mustang: o Mach 1, apresentado no ano passado nos Estados Unidos. Se naquele mercado ele se posiciona na linha entre o GT e o Shelby GT 350, aqui passa a ser a única opção do cupê esportivo em lugar da série especial Black Shadow. Segundo a Ford, seu posicionamento no mercado brasileiro (diferente do norte-americano, onde é um carro acessível) justifica oferecer sempre que possível uma versão diferenciada dos anos anteriores.
O Mustang Mach 1 tem preço sugerido de R$ 499 mil (pode variar entre estados conforme tributação), aumento importante de 26% sobre os R$ 396.900 do Black Shadow. O que ele oferece em troca?
As novidades começam pelo motor V8 aspirado de 5,0 litros, que recebe a mesma preparação da versão Bullitt. A potência passa de 466 cv (GT e Black Shadow) para 483 cv, mantendo o torque de 56,7 m.kgf, com o uso de componentes Ford Performance como coletor de admissão, corpo de borboleta e indução de ar com filtro exposto (os mesmos do Shelby GT 350) e o escapamento do GT 500.
Se nos EUA o Mach 1 oferece a transmissão manual Tremec 3160 de seis marchas do GT 350, ao Brasil ele vem apenas com a automática de 10 marchas, que recebe novo conversor de torque para mudanças mais rápidas. O diferencial traseiro ganha um sistema de arrefecimento como o do GT 500 e a suspensão Magne Ride com controle eletrônico dos amortecedores foi recalibrada, assim como a direção. Estabilizadores e braços traseiros são mais firmes (veja imagem) e há uma barra de amarração na frente como a do Bullitt.
A parte visual não foi esquecida no Mustang Mach 1. A frente traz nova grade com falsos alojamentos de faróis auxiliares, no mesmo ponto onde havia faróis no modelo de 50 anos atrás, e defletor que produz 25% mais força descendente. Há mais itens em preto, como retrovisores e aerofólio, e novas rodas de alumínio de 19 polegadas com tala mais larga na traseira que na frente.
O interior recebe aplique de alumínio no painel, novas soleiras de porta e emblema com o número da unidade na série. O esportivo passa a ter o sistema Ford Pass Connect, que permite efetuar ações por aplicativo de celular como travar e destravar portas, dar partida, acionar ar-condicionado, checar autonomia e pressão dos pneus, localizar o carro e receber alertas de funcionamento e da ativação do alarme.
O Mustang Mach 1 permanece com elevada dotação de equipamentos, como quadro de instrumentos digital configurável, escapamento com válvula para ajuste entre quatro níveis de ruído, seletor de condução com sete programas (normal, Esportivo, Esportivo+, Pista, Drag, Neve/molhado e My Mode, que é configurável), bolsas infláveis laterais, de joelhos (motorista e passageiro) e de cortina; monitor de pontos cegos, assistente de faixa e sistema de áudio B&O.
O nome Mach 1 vem da barreira do som, ou seja, a velocidade de 1.235 km/h. O primeiro Mustang assim chamado surgiu em 1969 e quebrou 295 recordes de velocidade e resistência em seu primeiro ano nos lagos de sal de Bonneville. O Mach 1 venceu o Campeonato da SCCA naquele ano e em 1970. A Ford trouxe o nome de volta em 2001, mantendo-o em linha até 2004.
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação