Com 510 cv, o Supersport era o mais potente XJ; no painel, uma tela configurável
A estrutura leve do XJ empregava, além de alumínio, magnésio e outras ligas. Quatro motores estavam disponíveis: o novo V8 de 5,0 litros (385 cv e 52,5 m.kgf), sua versão com compressor (470 cv e 58,6 m.kgf), outra com 510 cv e 63,7 m.kgf para o Supersport (capaz de 0-100 km/h em 4,9 s) e o V6 a diesel com dois turbos e 3,0 litros (275 cv e 61,2 m.kgf). Todos usavam caixa automática de seis marchas, que admitia trocas manuais por alavancas junto ao volante, e o amortecimento da suspensão e o diferencial traziam controle eletrônico. O aparato de segurança passava por monitor de pontos cegos, controlador da distância à frente e faróis com comutação automática de fachos.
Ao avaliar o V8 Supersport a revista Autocar opinou: “Seus 270 cv por tonelada são fornecidos discretamente. Quando se usa realmente a potência, o som do motor muda para o de um verdadeiro carro de alto desempenho. Esse é um automóvel leve para sua potência e você sente isso. Como em todo XJ, a Jaguar está determinada a não perder nada aos oponentes em refinamento. Tanta potência e tanto torque são sedutores e, contra a competição, ele é quase uma bagatela”.
A versão Ultimate: minibar, massagem nos bancos e Ipads para os passageiros
A versão blindada com nível máximo de proteção Sentinel aparecia em 2010. O aparato resistia a armamentos do nível B7, como o fuzil de assalto AK-74 e a metralhadora M61, além de granadas por baixo e até 15 kg de dinamite. O peso passava a 3.300 kg. Um pacote de alto desempenho era novidade para 2012: o Sport Pack trazia rodas de 20 pol, defletores, pinças de freio vermelhas e bancos com maior apoio lateral. O limitador de velocidade subia de 250 para 280 km/h no V8 mais potente.
No mais recente XJR, o V8 com compressor passava a 550 cv para o grande felino acelerar de 0 a 100 km/h em 4,6 s e atingir 280 km/h
Para quem priorizava conforto, a o XJ Ultimate era mostrado em abril de 2012 com comodidades para os passageiros da traseira como ajuste elétrico, ventilação e massagem nos bancos, mesa de alumínio para trabalho e teclado sem fio para comandar dois Ipads. Um minibar conservava duas garrafas de champanhe. Alterações técnicas eram anunciadas em junho: um V6 a gasolina de 3,0 litros com compressor (340 cv e 45,9 m.kgf) assumia o lugar do V8 5,0 aspirado, com ganho apreciável em economia, e toda a linha recebia transmissão automática de oito marchas para consumo até 14% menor.
Um novo XJR estreava em abril de 2013 no Salão de Nova York. O V8 com compressor passava a 550 cv e 69,4 m.kgf para o grande felino acelerar de 0 a 100 km/h em 4,6 s e atingir 280 km/h. Direção, suspensão e controle de estabilidade vinham recalibrados e as rodas de 20 pol eram forjadas para menor peso. O visual esportivo incluía novos para-choques, defletor traseiro e quatro saídas de escapamento.
O XJR da última geração: compressor, 550 cv, rodas forjadas, 0-100 em 4,6 segundos
A Automobile comparou-o nos EUA ao Audi S8 e ao Mercedes S63 AMG: “A cabine do Jaguar é uma agradável combinação da tradição do palácio de Buckingham à modernidade do Vale do Silício. Quando solicitado a esticar seus músculos, o XJR aponta para o horizonte com a energia de um velocista. O dedicado motorista James entrega as chaves para seu alter ego, o piloto Zorro, e a atitude do carro passa por uma mudança dramática. Os sons do compressor e do escapamento dão o tom e os pneus lutam para se conectar ao asfalto”. A revista observou, porém, que os limites em curva do inglês chegavam mais cedo que os dos alemães.
O topo de linha da marca britânica passava por alterações na linha 2016. A versão Autobiography — mesmo nome usado pela Range Rover — estreava com o maior entre-eixos, tomadas de ar cromadas na frente, rodas de 20 pol e interior muito sofisticado, com couro até no forro do teto. Os bancos traseiros individuais traziam regulagens, massagem e telas de 10,2 pol para entretenimento. Também nova era a opção R-Sport, com defletores, saias laterais, frisos em preto e rodas de 20 pol. Seu interior tinha bancos e volante esportivos e apliques em preto ou fibra de carbono.
Para toda a linha XJ vinham novos faróis, grade e lanternas traseiras. O sistema de entretenimento In Control Touch Pro incluía conectividade para telefones IOS e Android, roteador de internet e áudio Meridian com 26 alto-falantes. Na mecânica, o V6 biturbo a diesel passava para 300 cv e 71,4 m.kgf e vinha a assistência elétrica de direção. A linha abrangia os acabamentos Luxury, Premium Luxury, Portfolio, R-Sport, XJR e Autobiography.
Retocado em faróis e lanternas, o XJ 2016 estreava a versão Autobiography, nas fotos
“Um prazer de dirigir”, definia a Autocar sobre o XJ a diesel com entre-eixos longo. “Nunca parece tão pesado quanto a ficha técnica sugere, com pose e agilidade. O V6 é muito refinado, com um borbulhar distante sob aceleração parcial, e a aceleração é rápida com muito torque em médias rotações. A caixa automática impressiona e a 112 km/h o motor está a apenas 1.400 rpm na última marcha. Se você procura um grande sedã que seja envolvente de dirigir, o XJ tem muito mérito a oferecer. Os novos recursos o deixam mais perto do que têm os rivais mais novos, fazendo-o mais competitivo”.
A caminho de completar 50 anos de história, o Jaguar XJ viu a concorrência se diversificar, passou por períodos turbulentos e por várias mudanças de mãos da empresa, mas soube se reinventar e se adequar às exigências modernas de desempenho, conforto e segurança sem perder a classe britânica.
Mais Carros do Passado
No Brasil
Embora alguns sedãs XJ possam ter chegado ao País antes que a importação de veículos fosse proibida, em 1976, foi com a reabertura do mercado que os brasileiros puderam conhecer suas gerações mais recentes. A Jaguar ganhava em 1994 um representante local — o empresário Sérgio Habib, também importador da Citroën e que mais tarde seria presidente desta marca no Brasil — para vender os sedãs XJ6 e XJ12. O XJ8 com motor de oito cilindros e 4,0 litros aparecia em 1997. Dois anos mais tarde a empresa dispunha das versões Executive (foto) e Sovereign (com maior entre-eixos) com o V8.
O XJ Super, com o V8 de 4,2 litros e 400 cv, era trazido já na nova geração lançada em 2003. No Salão de São Paulo de 2010 a marca expunha o XJ de nova geração, que chegava ao mercado na versão Supersport com o V8 de 510 cv. Em novembro de 2012 a própria Jaguar assumia a importação para o Brasil com a meta de ampliar as vendas, que passavam de cinco para 20 carros por mês, e a linha XJ ganhava a versão Portfolio com motor V6 3,0.
Ficha técnica
XJ12 L (1972) | XJR (1999) | XJR (2003) | XJR (2015) | |
Motor | ||||
Posição e cilindros | long., 12 em V | longitudinal, 8 em V | ||
Comando e válvulas por cilindro | nos cabeçotes, 2 | duplo nos cabeçotes, 4 | ||
Diâmetro e curso | 90 x 70 mm | 86 x 86 mm | 86 x 90,3 mm | 92,5 x 93 mm |
Cilindrada | 5.344 cm³ | 3.996 cm³ | 4.196 cm³ | 5.000 cm³ |
Taxa de compressão | 9:1 | 9,1:1 | 9,5:1 | |
Potência máxima | 250 cv a 6.000 rpm | 370 cv a 6.150 rpm | 394 cv a 6.100 rpm | 550 cv a 6.000 rpm |
Torque máximo | 41,6 m.kgf a 3.500 rpm | 53,5 m.kgf a 3.600 rpm | 55,2 m.kgf a 3.500 rpm | 69,4 m.kgf a 3.500 rpm |
Alimentação | 4 carburadores | injeção multiponto, compressor, resfriador de ar | injeção direta, compressor, resfr. ar | |
Transmissão | ||||
Tipo de caixa e marchas | automática, 3 | automática, 5 | automática, 6 | automática, 8 |
Tração | traseira | |||
Freios | ||||
Dianteiros | a disco ventilado | |||
Traseiros | a disco | a disco ventilado | ||
Antitravamento (ABS) | não | sim | ||
Suspensão | ||||
Dianteira | independente, braços sobrepostos | |||
Traseira | independente, braços sobrepostos | |||
Rodas | ||||
Pneus dianteiros e traseiros | 205/70 R 15 | 255/40 R 18 | 255/40 R 19 | 265/35 R 20, 295/30 R 20 |
Dimensões | ||||
Comprimento | 4,95 m | 5,02 m | 5,09 m | 5,13 m |
Entre-eixos | 2,87 m | 3,03 m | ||
Peso | 1.870 kg | 1.775 kg | 1.665 kg | 1.875 kg |
Desempenho | ||||
Velocidade máxima | 225 km/h | 250 km/h | 280 km/h | |
Acel. 0 a 100 km/h | 7,9 s | 5,6 s | 5,9 s | 4,6 s |