Por meio de fusões, cooperações ou fornecimento, o motor de um fabricante pode chegar aos automóveis de outros
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação
Se você tem um Fiat (como o Argo HGT da foto), Peugeot ou Citroën, sabia que seu motor pode ter a mão da BMW? E que tal comprar um Chevrolet Cruze com motor de Fiat Toro? Ou pegar um Mercedes novinho com motor da Renault? É comum o uso do motor de um fabricante pelo carro de outra marca, mesmo entre empresas que não estão associadas. Conheça alguns casos em ordem alfabética pela marca. Se preferir, assista ao vídeo com mais imagens — e inscreva-se em nosso canal.
Alfa Romeo
Nem todo Alfa Romeo teve motor do grupo Fiat. A união com a General Motors deu ao 159 um V6 de 3,2 litros da mesma família do 3,6 que tivemos em Chevrolet Omega e Captiva.
Aston Martin
Os carros são ingleses, mas o V8 Vantage e o DB11 da Aston Martin usam motor de oito cilindros da Mercedes-AMG.
Audi
A Lamborghini pertence à Audi. Assim, variações do V10 lançado no Gallardo foram usadas em esportivos como RS6 (geração anterior) e R8.
Bentley
Os ingleses da Bentley, como este Continental GTC, hoje usam motores V8 e W12 da Audi, do mesmo grupo Volkswagen. Antes, o Arnage usou um V8 da BMW.
BMW
A BMW desenvolveu vários motores com outras marcas. Com a Chrysler ela fez a fábrica Tritec, no Paraná, cujo 1,6-litro equipou o Mini Cooper em sua primeira geração. Depois, somou-se à PSA para fazer o Prince que equipou o segundo Mini (foto) e ainda está em Peugeots e Citroëns.
Chevrolet
A Chevrolet não usou motores da Fiat no Brasil, mas no exterior sim. O 1,3 Diesel equipou a Spin na Indonésia e o de 2,0 litros da Toro chegou ao Cruze (foto). O primeiro Tracker (2001) era um Suzuki Grand Vitara com motor Diesel da Mazda, então do grupo Ford, e depois com um Peugeot.
Chrysler
A associação da Chrysler com a Mercedes na Daimler Chrysler deu acesso a bons motores. O esportivo Crossfire usava o V6 do SLK. Os Diesels alemães equiparam modelos como o 300C (acima) na Europa e o Jeep Grand Cherokee. Nos anos 80, os pequenos Dodge Omni e Plymouth Horizon usaram motor Volkswagen de 1,7 litro da conhecida série AP.
Fiat
Palio (foto), Stilo, Doblò e outros Fiats dos anos 2000 tiveram motor Chevrolet de 1,8 litro, fruto da parceria com a GM. O E-Torq de 1,6 e 1,75 litro que veio em seu lugar nasceu na Tritec, união entre BMW e Chrysler. Hoje, os flexíveis da Toro (2,4) e do Jeep Compass (2,0 litros) são projetos conjuntos de Chrysler, Hyundai e Mitsubishi.
Ford
Escort e Del Rey tiveram motores Volkswagen nos anos 90, fase da Autolatina. No exterior houve outros. Focus ST e RS (foto) usaram um cinco-cilindros da Volvo, que pertencia ao grupo. O Duratec de 2,0, 2,3 e 2,5 litros (Focus, Fusion, Ecosport, Ranger) e o V6 de 3,5 litros do Edge são projetos da Mazda japonesa, que a Ford também controlava. O segundo Ka europeu era parceria com a Fiat e usava seu turbodiesel. E no Taurus SHO, sedã esportivo dos anos 90, havia um V6 da japonesa Yamaha.
Jaguar e Land Rover
O motor turbo de 2,0 litros da Ford foi usado em vários de seus modelos, como o Jaguar XE e o Range Rover Evoque (foto). Antes, o seis-cilindros em linha do Freelander era um Volvo, marca que também fazia parte do grupo. Nos anos 2000 o Range Rover usou um V8 e um turbodiesel da BMW, então dona da marca. E o V8 do primeiro Range Rover era um projeto Buick, da GM norte-americana.
Lancia
A italiana Lancia, do grupo Fiat, usou um motor nobre no Thema 8.32 dos anos 80: o V8 do Ferrari 308. Outro Lancia, o pequeno Y10 (foto), tinha um 1050 com ou sem turbo da Fiat brasileira.
Lotus
Os atuais esportivos Elise, Exige (foto) e Evora da Lotus inglesa usam motores japoneses: os de quatro e seis cilindros da Toyota.
McLaren
O supercarro McLaren F1 dos anos 90 tinha motor alemão, um V12 de 6,1 litros da divisão M da BMW.
Mercedes-Benz
A Mercedes não é de comprar motores de terceiros, mas o 1,3-litro do novo Classe A (foto) é projeto conjunto com a Renault. O Smart Fortwo também tem motor 900 da francesa, o mesmo do Sandero europeu.
Mitsubishi
Lancer, ASX e Outlander usam o 2,0-litros projetado em parceria com Chrysler e Hyundai. Em alguns países, o ASX tem um Diesel da PSA e o Lancer já usou um da Volkswagen.
Nissan
Associada à Renault, a Nissan usou motores da francesa no Brasil, como o 1,0-litro do primeiro March (foto) e o 1,6 da Livina. O Micra, novo March europeu, tem um três-cilindros da Renault.
Opel
Na Opel alemã, o segundo Omega (foto) teve um turbodiesel da BMW. A união GM-Fiat lhe deu acesso aos Diesels da italiana: o 1,3 equipou Corsa, Astra e Meriva e o 1,9 saiu em Vectra, Zafira e até no Cadillac BLS.
Pagani
Tanto no antigo Zonda quanto no atual Huayra (acima), a italiana Pagani recorre a motores V12 da Mercedes.
Porsche
Embora faça os próprios motores, nos últimos anos a Porsche adotou os V6 a gasolina e a diesel da Audi, usados no Cayenne, e o Volkswagen 2,0-litros no Macan (foto).
PSA
Os Peugeots e Citroëns vão além do motor Prince ou THP desenvolvido com a BMW. Um Toyota de 1,0 litro está nos pequenos C1 e 108 (foto), na Europa, e o Peugeot 206 nacional teve um da Renault de mesma cilindrada. Dos anos 70 aos 90, o V6 PRV era um projeto de PSA, Renault e Volvo, usado em XM e 604, entre outros. Ele equipou até o DeLorean, aquele dos filmes De Volta para o Futuro.
Renault
O primeiro Laguna usou, além do citado PRV, um 2,0-litros projetado com a Volvo. Hoje o Nissan 1,6 está em carros nacionais, como Sandero e Captur; o 2,0-litros do Sentra equipou o Fluence e um V6 da japonesa esteve em carros médios e grandes da francesa.
Toyota
Essa é outra empresa que vende motores e raramente os compra. Mesmo assim, no Brasil o jipe Bandeirante (acima) usou um Diesel da Mercedes-Benz até 1994 e o esportivo 86 toma emprestados o motor (e compartilha o projeto) do Subaru BRZ.
Volkswagen
O grupo alemão produz tantos motores que não precisa comprar de terceiros, mas durante a Autolatina duas gerações de nosso Gol (foto) usaram os de 1,0 e 1,6 litro da Ford.
