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Mesmo que pareçam aleatórias, as siglas têm significado ou seguem uma lógica dentro do fabricante
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação*
BMW 540i, Ferrari 458 Italia, Lamborghini Aventador LP 700-4, Mercedes-Benz C 200: você sabe de onde vêm essas siglas? Alguns fabricantes usam números, combinados a letras ou não, para dar nome a seus carros. Essas siglas podem parecer aleatórias, mas têm significado ou, pelo menos, uma lógica dentro da marca. Nesta matéria você entenderá algumas delas. Se preferir, assista ao vídeo a seguir com o mesmo conteúdo e mais imagens.
A Audi acrescenta letras a seu padrão nos esportivos, como S4 (em cima) e RS6 Avant (esquerda); o TT, em caso peculiar, vem de uma tradicional competição
Audi
A regra da Audi para automóveis é simples, com a inicial da marca seguida por um número, de A1 a A8. Os utilitários esporte usam “Q”, provável referência à tração Quattro. Nos esportivos, “S” vem de Sport e “RS” de Renn Sport ou esporte de corrida. A mesma letra aparece no R8. E TT vem da prova Tourist Trophy na Ilha de Man.
O 540i (em cima) mostra como o padrão da BMW, iniciado nos anos 70 (época do Série 3 em amarelo), se flexibilizou; a letra “e” final distingue o Série 7 híbrido
BMW
O padrão atual da BMW começou nos anos 70, com um dígito para o porte do modelo e dois para a cilindrada. Na época o 320i tinha motor de 2,0 litros, e o 535i, de 3,5 litros, mas logo surgiram exceções. Com o uso de turbo, hoje os números finais são uma referência de desempenho: o 328i tem apenas 2,0 litros, mas você sabe que é mais potente que o 320i. E por que a letra “i”? De início era a injeção de combustível, mas hoje diferencia as versões a gasolina daquelas a diesel, que usam “d”, e das híbridas, que recebem um “e” pelo motor elétrico.
Cilindrada unitária foi tema de muitos Ferraris até o 456 GT (em cima); o 458 (esquerda) mostrava cilindrada e cilindros, e o 360, apenas a cilindrada total
Ferrari
Desde a fundação em 1947, a Ferrari usou a cilindrada unitária dos motores em modelos como 250, 330 e 365. Foi assim até o 456 GT, dos anos 90, e voltou com o 488 GTB. Na série Dino o padrão era de dois dígitos para a cilindrada e um para os cilindros, como em 246 GT: 2,4 litros, seis cilindros. A regra foi mantida nos Ferraris de oito cilindros, do 308 ao recente 458 Italia, e chegou aos de 12 cilindros opostos, como o 512 Berlinetta Boxer. Peculiar foi o F355, que apontava 3,5 litros e cinco válvulas por cilindro. Em alguns, só a cilindrada foi indicada: 360 Modena, F430, 550 Maranello, 599 GTB. E no FF uma letra era de Ferrari e a outra de Four, pela tração integral.
Próxima parte- Imagem de abertura: vetor Projetado pelo Freepik sobre foto de divulgação
O Aventador LP 750-4 (em cima) indica potência e tração; as letras já estavam no Countach (à direita), mas o Miura só tinha o P, pois o motor era transversal
Lamborghini
Arquirrival da Ferrari, a Lamborghini também seguia a cilindrada: 3,5 litros no 350 GT, 4,0 litros no Miura P400 e no Countach LP 400. O “P” é de posterior, ou motor central-traseiro, e o “L” de longitudinal (ausente do Miura, cujo motor era transversal), regra mantida até hoje. Nos carros recentes, um número mostra a potência e o dígito após o traço aponta se a tração é integral: Aventador LP 750-4, por exemplo.
O Mercedes 380 SEC (em cima) tinha 3,8 litros; hoje apenas um patamar de potência é sugerido, como no C 250 (esquerda); o GLC é um dos SUVs com as mesmas letras dos sedãs
Mercedes-Benz
Na Mercedes as siglas vêm desde antes da Segunda Guerra Mundial. No começo indicavam a cilindrada, como 180 para 1,8 litro e 300 para 3,0 litros. Houve exceções, como o 300 SE 6.3 e o 450 SEL 6.9. Nos anos 80 o 190 manteve o número em toda a linha, caso do 190 E 2.3. Hoje a indicação é de um patamar de potência, como na BMW: o C 250 tem 2,0 litros e não 2,5, mas é mais potente que o C 200.
As letras que vinham após os números serviam para modelos e carrocerias, como SL para o conversível esportivo, E para sedãs intermediários, SE para os maiores e SEC para o cupê de luxo. Em 1993 as letras passaram a vir antes dos números. Surgia o padrão atual com C, E e S para os sedãs, além do A e do B. Nos últimos anos a Mercedes padronizou os utilitários esporte, sedãs de perfil esportivo e conversíveis com o mesmo processo: ficou fácil saber que o GLE está acima do GLC e este do GLA.
O primeiro algarismo indica o tamanho, e o último, a geração dos Peugeots, mas depois do 8 o dígito final não deve mais ser alterado
Peugeot
A Peugeot, desde a década de 1920, usa combinações de três algarismos com o zero no meio. O primeiro dígito indica o porte do carro: o 408 está acima do 308, e este, do 208. O último dígito subiu a cada geração, desde 1 até 8, mas agora estacionou: parece que não será usado 9, exceto no antigo 309 dos anos 80.
O 911, que nasceu como 901, tem suas séries designadas com códigos de projeto como 964 e 993; o motor V8 é destacado no nome do 928 (embaixo)
Porsche
O código de projeto deu nome a vários Porsches, como 356, 550 Spyder, 959 e 911. Este surgiu como 901, mas mudou após a Peugeot protestar pelo zero no meio. O mesmo vale para séries do 911, como 964, 993, 997 e 991, que não aparecem na carroceria. Em outros modelos, um dígito apontava o número de cilindros: 4 no 944, 8 no 928.
O padrão da Volvo: S90 (em cima) indica sedã, V60 (esquerda) vem de versátil e XC90 origina-se de cross country ou trilha
Volvo
A regra da Volvo é fácil de entender. As letras referem-se à carroceria: S para sedãs como o S90; V de versátil para hatches e peruas, como V40 e V60; C para cupês, como o extinto C70; e XC, de Cross Country ou trilha, para utilitários esporte. O número, por sua vez, indica o porte do modelo em uma linha que já variou de 30 a 90.
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