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Carros do Passado

Em 1953 fez sua primeira, mas indiscutivelmente a maior, contribuição para a história do automóvel: o incrível Isetta, primeiro "automóvel" fabricado no Brasil, pela tradicional fabricante de tornos Romi, sob licença da Iso italiana (leia história). O pequeno carro, apesar de desprezado por muitos por seu tamanho e desenho quase cômicos, foi um veículo urbano muito eficiente. Estranhamente não foi um sucesso na Itália, mas Rivolta vendeu licenças de fabricação para todo lado, e a mais famosa fabricante de Isettas foi a alemã BMW. Esse pequenino ovo ambulante salvou a marca bávara da falência nos austeros anos do pós-guerra.

Uma vista aérea da propriedade dos Rivolta em 1958. No alto, podemos ver a Villa Rivolta e seus magníficos jardins; à esquerda dela, a fábrica, e mais abaixo, a enorme pista de testes

Os esportivos de Rivolta   Com o boom da economia italiana dos anos 60, Rivolta, querendo diversificar suas atividades (e, lógico, ganhar mais dinheiro), começou a avaliar a fabricação de GTs. Rivolta adorava carros e barcos velozes, e com a fortuna que acumulou na década de 50, nada parecia impossível. O prestígio que Enzo Ferrari tinha o deixava com inveja, e como Ferruccio Lamborghini (leia história), achava que poderia fazer melhor.

Mas Lamborghini e Ferrari eram autodidatas. Apesar de muito diferentes, tinham várias similaridades. Os dois eram meio broncos, sem educação formal e "homens do povo" (apesar de Enzo odiar essa palavra, não passavam de paesanos que fizeram fortuna). Já Rivolta não poderia ser mais diferente: educado, bem vestido, polido, estudado. Um verdadeiro gentleman, Rivolta era quase aristocrático, faltando para ser um nobre apenas o título.

Como os senhores feudais, vivia em sua Villa Rivolta, que se parecia muito com um castelo, inclusive com a fábrica dentro dos limites da propriedade. A cidade de Bresso (nos arredores de Milão), onde ficava a Villa Rivolta, era praticamente sua. Mas era uma pessoa calma, sensata e muito inteligente. Diferente também de seus futuros concorrentes, Rivolta era um sujeito "família", fiel à esposa e bom pai para seus dois herdeiros.

Seus carros também não poderiam ser mais diferentes dos de Ferrari e Lamborghini. Rivolta, acostumado a fazer 50 Isettas por dia, pretendia produzir carros numa escala bem maior que os dois concorrentes.

Bizzarrini aceitou um contrato com Rivolta para desenvolver um carro-esporte. O resultado foi o elegante Iso Rivolta GT

Sua primeira idéia foi produzir uma versão do Gordon GT. Esse carro, um belo projeto inglês com carroceria Bertone, foi trazido a Bresso para avaliações. Mas Rivolta decidiu logo após que, apesar de gostar muito do carro, iria criar algo seu. Só não sabia, ainda, como fazê-lo.

Saiu então ao mercado de trabalho à procura de um nome de valor, alguém que tivesse experiência comprovada no desenvolvimento de carros-esporte de primeira linha. Além de uma pessoa assim ser necessária para apoiar sua engenharia, até então acostumada com motos e microcarros, um nome famoso daria respaldo ante o público em geral -- e ao mercado financeiro -- às pretensões de sua empresa.

Rivolta deu sorte, pois tanto Carlo Chiti quanto Giotto Bizzarrini acabavam de ser demitidos da Ferrari. Chiti recusou, devido a seu envolvimento com a ATS, mas Bizzarrini, que montara uma empresa de consultoria quando saiu da Ferrari, firmou um contrato de desenvolvimento de dois anos com Rivolta.
Continua

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