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Carros do Passado

O motor central era um V8 de comando de válvulas no bloco (OHV) e 4,7 litros de cilindrada, originário do Ford Fairlane, que devidamente preparado fornecia 390 cv de potência. Sua velocidade máxima estava perto dos 320 km/h. O câmbio tinha cinco marchas e os freios da famosa marca Girling. Nos primeiros testes no circuito Le Sarthe, na cidade francesa de Le Mans, os carros se acidentaram por causa da má estabilidade direcional, devido a problemas de aerodinâmica. Foi colocado então um aerofólio traseiro, que melhorou a situação mas não corrigiu o defeito.

Os primeiros modelos tinham problemas de aerodinâmica, mas foi o câmbio o ponto de maior fragilidade do GT 40 no início

Sua estréia no Campeonato Mundial de Marcas deu-se na 1.000 Quilômetros de Nürburgring, em 1964. Nos treinos foi o segundo mais rápido. Os pilotos eram o grande Bruce McLaren e o não menos famoso Phil Hill. Este último chegou a ocupar a segunda posição, mas problemas de suspensão não o deixaram completar a mais dura prova alemã da temporada.

No mesmo ano a marca americana alinhava três unidades do GT para a 24 Horas de Le Mans. A prova tradicionalmente começa num sábado, sempre às 16 horas. Nos treinos de classificação os carros americanos conseguiram a segunda, terceira e nona posição. Na prova, o carro da dupla Richie Ginther/Masten Gregory quebrou a caixa de câmbio (da marca Colotti) na quarta hora e o de Richard Attwood/Jo Schlesser pegou fogo, por causa de um vazamento de gasolina. O terceiro, de Graham Hill e Bruce McLaren, resistiu mais tempo mas sofreu o mesmo problema do primeiro. O câmbio não suportava tanta potência.

A versão Mark I A em Daytona, nos EUA: vitória fácil de Miles e Ruby sem concorrentes à altura

O GT 40 mostrou, contudo, ser veloz nas retas pelo fato de ter ultrapassado os Ferraris na famosa reta Mulsanne a mais de 320 km/h, número apreciável até hoje. Na corrida seguinte, a 12 Horas de Reims, também na França, o câmbio novamente traía o carro da Ford. Na última corrida do campeonato, em Nassau, nas Bahamas, o desastre foi maior: os oito carros que foram para a pista não terminaram. Quebra total na equipe americana.

No ano de 1965 nascia a versão Mark I A. A equipe já estava sob o comando de Carroll Shelby na fábrica de Kar Kraft, perto de Dearborn, no estado americano de Michigan. O novo motor do Cobra de 4,7 litros era adotado, as rodas passavam a ser fundidas, os pneus agora vinham da Dunlop, e o câmbio, da ZF alemã. A primeira corrida em Daytona, na Flórida, foi vencida por Ken Miles e Lloyd Ruby, mas a concorrência não estava à altura. Na segunda, em Sebring, o Mark II ficou em segundo atrás de um Chaparral, carro projetado por Jim Hall e equipado com motor Chevrolet, a maior concorrente da Ford nos EUA. Consta que os dirigentes ficaram furiosos por isso.

O Mark II de 1965: motor de 7,0 litros e 485 cv de potência. Este foi pilotado por Chris Amon e Phil Hill na 24 Horas de Le Mans daquele ano

Veio então o Mark II, apresentado em abril, com motor de 6.990 cm3. Nosso conhecido Ford Galaxie utilizava-o nos EUA em provas de stock-cars, em uma versão cupê que não foi produzida no Brasil. O motor pesava 280 kg, muito para um protótipo com pretensões de vencer os Ferraris, mas era bastante potente: 485 cv a 6.200 rpm. Em testes alcançou a máxima de 329 km/h. Os discos de freios eram ventilados e a caixa tinha quatro marchas. Enfrentaria Le Mans em junho. Continua

Em escala
Nos anos 60 o GT 40 brilhou também nas pistas de autorama brasileiras, tanto na escala 1/32 quanto na 1/24 -- nesta a carroceria era em bolha. Usava motores azuis ou vermelhos, mas os preferidos eram os de carcaça cromada, os famosos Cox. Faziam a alegria de adultos e crianças, tanto em pistas domésticas quanto nas profissionais de lojas, que tinham até 12 faixas de rolamento. Eram fabricados pela empresa de brinquedos nacional Estrela, que também fez o modelo J nas cores vermelha e azul. Deixaram saudades.

Nas miniaturas de metal, a Matchbox no catálogo de 1966 já disponibilizava
um modelo simples, mas muito bonito. Bem decorado, era branco com uma faixa azul central. O motor V8 bem detalhado era visível do vidro traseiro. Muito semelhante ao carro de estréia de Phil Hill.

A Le Mans Miniaturas, como o próprio nome indica, é especializada em carros que fizeram sucesso neste circuito. Recentemente lançou, na escala 1/24, os dois GT 40 Mirage que abandonaram na edição de 1967, nas cores da equipe Gulf -- azul com faixa laranja central -- e com os números 14 e 15. São vendidos em kit para montar e pintar, kit já pintado ou pronto. Perfeitos, mas caros.

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