Best Cars Web Site
Curiosidades

Uma das heranças da fusão entre a Daimler e a Auto Union foi o motor quatro-tempos de quatro cilindros, 1,7 litro e comando no bloco que passou a equipar o DKW F102, rebatizado Audi 60, em 1965. Nesse período foi desenvolvido o mitteldruckmotor, considerado por muitos como o mais antigo antecessor dos motores AP ainda utilizados na linha VW/Audi. O nome pode ser traduzido como "motor de pressão média", já que adotava taxa de compressão bem superior à dos motores a gasolina de até então, mas não chegava aos extremos das unidades diesel.

Outro VW alemão não fabricado aqui: o Tipo 34, um Karmann-Ghia de linhas modernizadas

Outro passo significativo foi dado em março de 1969, quando a VW adquiriu a NSU (Neckarsulm Strickmaschinen Union). Em agosto do mesmo ano realizou a fusão desta empresa com a Auto Union, passando a razão social para Audi NSU Auto Union AG. O nome NSU foi utilizado comercialmente até 1977, quando a Volkswagen resolveu encerrar a produção do Ro80, de motor rotativo, depois de apenas 37.204 unidades deste modelo (leia história). Em janeiro de 1985 a Audi passava a se chamar apenas Audi AG, nome que permanece até os dias atuais.

A saga da marca das argolas   Se o Fusca era um sucesso no mundo todo, por que a Volkswagen resolvera adquirir a Audi e a NSU? A resposta é simples: grande parte da tecnologia desenvolvida pela VW foi fruto do trabalho de um dos mais notáveis engenheiros automobilísticos que o mundo já conheceu, Ferdinand Porsche.

Autor de vários projetos vitoriosos para a Mercedes-Benz e para a própria Auto Union, Porsche fundou sua empresa em 6 de março de 1931, após se desligar da Daimler-Benz por suas divergências com os diretores da empresa. Já com 56 anos, o professor Porsche tinha muito interesse em popularizar o automóvel, idéia nunca aceita pelos diretores da Daimler-Benz.

Ironia do destino: este NSU Tipo 32, desenvolvido pelo Professor Porsche em 1934, acabou sendo um protótipo para o famoso e bem-sucedido carrinho da Volkswagen, marca que mais tarde absorveria a NSU

Esteve também envolvido com a NSU em 1934, desenvolvendo o Tipo 32 -- que, por ironia do destino, seria um dos protótipos do Volkswagen. Pode parecer brincadeira, mas a NSU ajudou a desenvolver o produto que faria o sucesso da VW, que mais tarde "canibalizou" a própria NSU.

Porsche passou a desenvolver o carro com a NSU após tentativas de levar o projeto adiante com a Zündapp, famoso fabricante de motocicletas da Alemanha. Mas a NSU, assim como a Zündapp, descartou o projeto. O professor acabou desenvolvendo-o a pedido de Adolf Hitler. O resto da história todos conhecemos (saiba mais).

Só que Porsche faleceu em 1951 e sua empresa, a Porsche Konstruktionburo für Motoren-Fahrzeug-Luftfahrzeug und Wasserfahrzeugbau, nada tinha a ver com a Volkswagen (apesar dos projetos em comum que fizeram anos depois) desde o dia em que deixou de ser estatal, ocupando-se com os esportivos que carregavam a marca Porsche e projetos industriais, de automóveis a motores aeronáuticos e marítimos.

Após adquirir a NSU, em 1969, a Volkswagen manteve a marca no mercado até 1977, quando o avançado sedã de motor rotativo Ro 80 era descontinuado

Como a tecnologia dos motores refrigerados a ar estava ficando defasada, a Volkswagen precisava de novidades -- daí a compra da Auto Union. Já a NSU, apesar de apresentar uma tecnologia até mesmo superior à da Audi, como o desenvolvimento de motores Wankel, teria sido comprada apenas para que a Fiat não entrasse no mercado alemão.

Ocorre que a NSU produzira diversos modelos Fiat na Alemanha. Depois que comprou a fábrica da Neckarsulmer Fahrzeugwerke AG, em 1929, fundou a NSU-Automobil AG, que vendia carros sob as marcas NSU-Fiat e Neckar. Muitos destes carros eram basicamente os mesmos Fiats vendidos na Itália, chegando a ter muitas peças intercambiáveis entre eles.
Continua

Muitos componentes em comum

Inúmeros componentes dos antigos Audis foram -- ou ainda são -- usados nos VWs brasileiros: chave, volante, pedais, maçanetas externas, pinos de trava das portas, maçanetas internas (utilizadas até hoje na Kombi, já equiparam até o Audi Quattro!), travas do capô (sob o painel e sob o próprio capô), retrovisores externos (linha Gol a partir de 1988) e interno (continua no Santana), fivela dos cintos (no Santana até 1990 e Gol até 1994), alavanca do freio de estacionamento (no Passat), alavanca de câmbio, miolo de ignição (Gol e Santana), instrumentos, pára-sol, iluminação interna.

As rodas do Audi 80 1979, de aço com calota central, eram padrão nos Gols até 1986. As do Audi Coupe equiparam o Gol GT, o Passat Pointer e o Santana/Quantum até 1989. Até sob o capô, tampa de válvulas, polia do comando e a posição do alternador e do radiador na linha Gol antiga, até 1994, eram praticamente as mesmas dos Audis. Ao reestilizar o Santana em 1991, a VW inspirou-se na frente, nas colunas traseiras e nas lanternas (foto) do Audi 200, embora sua origem fosse mesmo o VW Corrado.

Humor & Curiosidades - Página principal - e-mail

© Copyright 2001 - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados