Outra boa notícia do novo Corsa vem debaixo: a suspensão dianteira enfim recebeu subchassi (leia também na parte técnica), o que permitiu equilibrar de modo muito favorável conforto e estabilidade. Esqueça as críticas de alguns órgãos de imprensa "especializados": o carro está muito bem acertado, com respostas precisas e controladas, e ganhou um rodar macio e silencioso como nunca se viu no modelo.

Trafegar por pisos irregulares faz lembrar um carro bem maior, tamanha a qualidade com que absorve os pequenos impactos. Lombadas de qualquer formato e altura são brincadeira de criança, como no saudoso Omega de quatro cilindros, o melhor GM nesse aspecto até então. Pode parecer algo sem utilidade para o usuário cuidadoso, mas neste país lombadas ainda aparecem do nada -- com sinalização precária ou sem ela --, e um carro que as cruze com solidez e conforto torna-se fator de segurança.

E quanto ao Siena? Também melhorou em conforto ao ser remodelado, com a ampla suavização da suspensão, mas o comportamento dinâmico saiu prejudicado. O carro está mole demais, inclinando-se muito nas curvas e mostrando imprecisão quanto são tomadas rapidamente. A modéstia dos pneus 165/70-13 colabora com o problema -- não há como entender essa escolha, já que o Palio de mesmo motor, menor e mais leve, pode vir com 175/65-14, medida também usada no Corsa 1,0.

Os freios de ambos atendem bem às necessidades. O GM é o primeiro oito-válvulas do segmento com discos ventilados à frente, que resistem melhor à solicitação contínua e também equipam o Siena 16V. Já o Fiat tem a exclusiva opção de sistema antitravamento (ABS). No carro mineiro o retrovisor esquerdo tem lente biconvexa, excelente, enquanto no paulista é plano (e enorme).

O Corsa agora traz ótimos faróis de duplo refletor com lente de policarbonato, equiparando-se ao Siena (a tecnologia de superfície complexa já o equipava desde 2001), mas faltam-lhe as unidades de neblina, que o Fiat oferece como opcionais. Falhas de ambos são a luz de neblina traseira e os repetidores de luzes de direção nos pára-lamas, que todo carro deveria ter.

Em segurança passiva há equilíbrio. Nos dois há encostos de cabeça e cintos de três pontos de série, mas apenas para quatro dos ocupantes, e barras de proteção no interior das portas; já as bolsas infláveis são opcionais. Só no Siena a do passageiro pode ser desativada, mas o Corsa tem exclusivos pedais desarmáveis em caso de acidente para proteção das pernas e pés (primazia da GM no mundo, com o Vectra, também disponível no Astra e Zafira) e destravamento automático das portas nessa situação. Continua