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Comparativo Completo
Mecânica, comportamento e segurança

A simples comparação de cilindrada, potência e número de válvulas entre os motores já diz muito sobre seu comportamento. O moderno 1,75-litro de duplo comando, 16 válvulas e 132 cv a 6.500 rpm do HGT é picante, agressivo, lembrando um pouco os da Alfa Romeo. Embora adote coletor de admissão de geometria variável, a distribuição de torque privilegia claramente os altos regimes (16,7 m.kgf a 4.000 rpm). Mas sua disposição em baixa rotação é superior à da Marea Weekend de mesmo motor (leia avaliação completa) em função do menor peso.

Personalidade do HGT é picante: o motor de 132 cv privilegia altas rotações, sobe rápido de giro e o câmbio é mais curto

O Sport recorre ao consagrado -- mas um pouco defasado -- dois-litros de comando simples, oito válvulas e 112 cv a 5.200 rpm. São 9 cv a menos que o Kadett GSi de mesmo propulsor, mas as normas de controle de emissões eram menos severas àquele tempo. O ponto alto está no torque abundante desde os regimes mais baixos (17,3 m.kgf a apenas 2.400 rpm), que garante agilidade no uso urbano e o faz parecer bastante potente para o motorista menos esportivo.

Em desempenho a vantagem é do Brava, mas não por tão larga margem como se poderia supor: acelera de 0 a 100 km/h em 9,5 s, ou 1,1 s menos que o Astra, e alcança velocidade máxima de 200 km/h, contra 192 km/h (dados do fabricante). O Sport atinge 4 km/h mais que o GLS de mesmo motor, em função da melhor aerodinâmica; o coeficiente divulgado, porém, é o mesmo 0,30.

E o GM evidencia cálculo exato da relação de transmissão: o motor estaria a 5.410 rpm na velocidade final, praticamente o regime de potência máxima, como deve ser para máximo desempenho. O Fiat está muito longo: com 6.115 rpm, ficaria quase 400 rpm abaixo do regime de maior potência.

Sport destaca-se pelo torque generoso em baixos regimes, mas as 16 válvulas fazem falta em altas rotações. Cálculo de transmissão para velocidade final foi perfeito
Espera-se menor consumo do Astra, pelo câmbio mais longo e motor mais "comportado", mas -- ainda pelos fabricantes -- o Brava vence por pouco (0,4 km/l) na cidade, com empate técnico em estrada (confira números de desempenho e consumo).

O Brava é mais suave, mesmo perto do limite de rotações -- 6.750 rpm no conta-giros --, e tem um ronco que apaixona os apreciadores do tempero italiano. Acelerá-lo através das marchas, cujas relações são próximas entre si (a quinta foi encurtada e o diferencial alongado em relação ao Marea SX), é um verdadeiro prazer.

O Astra obteve bom resultado sonoro, transmitindo ruído agradável, mas seu funcionamento não é tão macio como se deseja hoje (a GM exporta esse motor para a Europa com
árvore de balanceamento, aqui dispensada até no vibrante Vectra 2,2 de oito válvulas). Deveria ser revisto o peso excessivo do acelerador, que gera desconforto ao dirigir de modo econômico, acelerando fundo em baixa rotação, ou exigir maior velocidade.
Faróis do Brava são marca registrada deste modelo e do Marea, com refletores superelipsoidais para o facho baixo. Pneus de 195/55 contribuem para a estabilidade e frenagens

Os engates do câmbio são precisos nos dois, assim como as respostas de direção. O Sport vem com freios a disco também atrás (só dianteiros no HGT) e demonstra eficiência, mas o Brava não fica muito atrás. Em ambos nota-se calibragem adequada do sistema antitravamento (ABS).

Em relação ao Brava 1,6-litro, com suspensão traseira extremamente macia, a versão esportiva revela conciliação mais adequada entre conforto e estabilidade. Os balanços longitudinais permanecem, mas em curvas o motorista se lembra menos da traseira. É o mesmo que já ocorria entre os Mareas aspirados e o Turbo, levando-nos à sugestão de que a Fiat busque, para as versões "comportadas" de seus modelos, um compromisso mais próximo das esportivas.

O HGT não se iguala, porém, ao Sport em comportamento dinâmico. Referência em estabilidade na categoria, o Astra fica ainda melhor com os pneus 195/60 e o pacote aerodinâmico que, segundo a GM, reduz a
sustentação em velocidade, assentando-o à estrada, além de reduzir a influência de ventos laterais. É possível notar esse efeito em curvas de (bem) alta, que o carro executa com precisão e sem balanços. Parece mesmo feito para as autobahnen alemãs sem limite de velocidade...

Moldura interna em cinza dá agressividade aos faróis desta versão do Astra. Apesar dos pneus de perfil mais alto, 195/60, seu comportamento dinâmico é referência na categoria e supera o Brava
A suspensão do Astra transmite mais as irregularidades do piso, mas sua firmeza traz uma vantagem apreciável: mesmo sendo o spoiler dianteiro bastante baixo, passa-se por lombadas com menor risco de raspá-lo que no concorrente. Claro, deve-se ter cuidado em valetas e ao estacionar em 45 graus. O mesmo vale para garagens sem proteção junto à parede, pois o aerofólio traseiro e os spoilers encostam antes dos próprios pára-choques...

O pacote de segurança passiva de ambos inclui duas bolsas infláveis frontais, mas o Brava oferece também laterais, incorporadas aos bancos dianteiros (todas opcionais), e pretensionadores dos cintos de série, enquanto no Astra eles acompanham as bolsas. O GM responde com cintos de três pontos para todos os passageiros -- falta o traseiro central no concorrente -- e o sistema que desarma os pedais em caso de colisão, para não ferir as pernas do motorista, primazia da marca.
Continua

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