O novo desenho frontal do
Ranger trouxe, enfim, faróis de superfície complexa; as rodas do Limited
são de 16 pol, com pneus 245/70
No Hilux, como no concorrente,
os faróis poderiam ser de duplo refletor; estranha-se a escolha de rodas
de 15 pol, que ficam pequenas dentro dos pneus 255/70 |
A favor do Hilux há o pedal de embreagem mais
leve, típico de automóvel (seria novamente no Ranger a questão de
"parecer picape"?). Freios eficientes e dotados de sistema
antitravamento (ABS) nas quatro rodas equipam os dois modelos, mas há no
Ranger a evolução do sensor de desaceleração (saiba
mais).
A Ford optou por
acionamento elétrico da tração nas quatro rodas e da reduzida, via
botões no painel, enquanto a Toyota permanece fiel às alavancas no
assoalho para esse fim. Embora a primeira solução tenha estética bem
melhor, não garante a mesma confiabilidade. De resto, os sistemas são
similares: permitem engate da tração dianteira até certa velocidade, em
torno de 80 km/h, e não trazem diferencial central, que permitiria o uso
em modo 4x4 todo o tempo sobre piso seco.
Um ponto positivo de ambos é o comportamento dinâmico — dentro, é claro,
do que se espera de um veículo pesado e com eixo traseiro rígido. A
definição correta da carga dos amortecedores e a direção precisa
transmitem segurança ao motorista, que não sente oscilações incômodas ou
respostas imprecisas, comuns em picapes antigos. No entanto, aqui o
Ranger dá um troco que recupera muitas chances de ser o escolhido.
O fato de usar o mesmo conjunto desde 1998 com esta capacidade de carga,
aliado ao notável desenvolvimento de chassi que a marca tem feito em
toda sua linha, permitiu à Ford chegar a um rodar bem razoável com sua
suspensão traseira. Não lembra um automóvel, é verdade, mas
transpõe lombadas e irregularidades com relativo conforto. Já o
Toyota, com uma das traseiras mais duras entre os picapes que já
avaliamos, causa grande desconforto em todo piso que não seja bem regular. É
o maior defeito do picape e, sem dúvida, merece completo reestudo pelo
fabricante.
Os dois modelos vêm com faróis de
superfície complexa mas de um só refletor, unidades contra neblina e
terceira luz de freio; já os repetidores de luzes de direção nos
pára-lamas equipam só o Hilux. Também agrada mais nele o retrovisor
esquerdo convexo (e ambos bem
grandes). Seu vidro traseiro tem a base alta, mas não incomoda: se fosse mais baixa só mostraria mais a caçamba.
Em segurança passiva há equilíbrio:
ambos trazem de série bolsas infláveis frontais, encostos de cabeça e
cintos de três pontos para quatro ocupantes apenas. Bom recurso no
Toyota é a luz-piloto que alerta para o uso do cinto por
motorista e passageiro da frente, pois seu assento possui
sensor de peso.
Continua
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