Desde a década de 1960 a Opel vem tendo participações
significativas em ralis. Foi assim com o Kadett e, nos anos 70,
com o Ascona. O finlandês Ari Vatanen estreou nos ralis em 1971
com um Kadett Rallye, mas seu primeiro volante num mundial foi o
de um Ascona, em 1974, no Rali dos 1000 Lagos.

Com o mesmo modelo o francês
Jean Ragnotti, em 1972, foi o 3º lugar na geral e 1º no Grupo 1 em
Monte Carlo. Também com um desses o competente alemão Walter Röhr,
então com 27 anos, tornou-se em 1974 campeão europeu de pilotos.
No mundial daquele ano, tirou o 3º lugar no rali italiano de San
Remo e o 1º no rali grego Acrópole. Era uma versão SR de 1,9
litro, a mesma que o finlandês Rauno Aaltonen pilotou no Rali TAP
Portugal.
Mas foi na segunda geração (foto) que o carro fez mais presença.
Foram construídos, de 1979 a 1983, 448 exemplares do Ascona 400,
para que obtivesse a homologação.
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Era um carro robusto e muito
ágil, com motor de 2,4 litros e 16 válvulas preparado pela famosa
Cosworth. Com a versão menos potente para o Grupo 1, destinada a
campeonatos nacionais, o italiano Massimo Biasion estreou nas
provas mundiais, também em San Remo. No famoso Rali de Monte
Carlo, que abria a temporada, o sueco Anders Kullang ficou em 4º e
honrou muito a marca. Ainda com ele, novo 4º lugar no Rali
Acrópole e 5º na prova do RAC (Royal Automobile Club) inglês. No
mesmo ano o francês Jean Pierre Nicolas ficava em 5º no Safári da
África.
Concorrentes fortes, como o
Audi Quattro e o Lancia
Delta, estavam lá. Faltava ao Opel a tração nas quatro rodas,
que os outros tinham, mas seus pilotos não se intimidavam. No ano
seguinte a dupla sueca Klient-Kulang tirava o 5º lugar na África.
Em 1982 Walter Röhr ganhava o campeonato de pilotos para a Opel,
vencendo na neve de Monte Carlo e na terra da Costa do Marfim. No
Safári, ficou em 2º.
Com a chegada da terceira geração, o Ascona foi substituído pelo
irmão Manta 400, mas a empresa de Rüsselsheim ainda garantiu seu
lugar de triunfo em Monte Carlo e na África graças ao bravo Ascona
cupê, pilotado pela nata dos pilotos de rali da época. O último
modelo extraía 255 cv a 7.200 rpm do motor 2,4 e pesava 1.050 kg.
Já vinha com uma pré-preparação de fábrica: pára-lamas mais
largos, barras de proteção interna, maior altura do solo,
defletores no capô, saias laterais.
Os Asconas de tração traseira ainda são muitos apreciado em ralis
de carros antigos, na Alemanha e no resto da Europa.
por Francis Castaings |