Discreto, mas elegante: o
novo Vectra não consegue impressionar como o antigo a seu tempo, mas tem
linhas bem resolvidas e um porte que chama atenção
No interior do Elite,
apliques que simulam madeira, bancos de couro e opção de ajuste elétrico
no do motorista; os instrumentos usam iluminação correta |
Morra e deixe viver parece ter sido o mote adotado pela General Motors
do Brasil ao resolver o que fazer com o Vectra, cuja segunda geração foi
produzida de 1996 a 2005, nada menos que nove anos (leia
história). Nesse período foram produzidas pouco mais de 300 mil
unidades, um volume importante para o segmento de mercado. Em maio foi
descontinuado, com despedida pomposa por meio de edição de série
especial de 1.000 carros e chamada de Collection. Para muitos, não
haveria mais o modelo no Brasil. Certo? Não. Errado.
Confirmando notícias que já vinham, primeiro, plantadas e depois,
confirmadas, a segunda mais antiga fábrica do Brasil (1925, Ford 1919)
apresentou oficialmente nesta quinta-feira (6/10) o novo Vectra. Pelo
que vimos, o carro tem os ingredientes para agradar e voltar a ser
objeto de desejo. E nessa volta há armas suficientes para enfrentar a
concorrência nacional — sobretudo Toyota Corolla e Honda Civic. A
garantia de três anos, com duas revisões gratuitas, aos 1.500 e 10.000
km, é uma delas. E não é só contra os nacionais a investida da GM: na
versão superior, vai partir para cima de importados como Citroën C5, VW
Passat, Ford Mondeo, Peugeot 407 e Honda Accord, com boa vantagem em
preço.
O estilo reflete bem a época atual, com o uso de mais arestas e linha de
cintura mais alta. O tratamento dado à sempre difícil coluna traseira
ficou bom e confere "traços de família" ao considerar o restante da
linha, notadamente o Astra. Foi decidido pela carroceria de quatro
janelas laterais, contra a de seis anterior, o que aumenta a impressão
visual de robustez, embora tenha sido aplicada uma solução de meio
termo, que é dotar a porta traseira de um razoável quebra-vento fixo. O
formato das lanternas traseiras sai do batido triangular e volta ao
retangular discreto, de bom efeito. No todo, porém, o carro está longe
de impressionar pela beleza como ocorreu com seu antecessor. Certos
desenhos são mesmo difíceis de substituir.
Como já se sabia, o Vectra agora existe em duas versões: Elegance, com o
já conhecido motor 2,0-litros flexível em
combustível de 127,6 cv (abastecido com álcool) e caixa manual de
cinco marchas de série (automática de quatro velocidades opcional), e
Elite, com um novo 2,4-litros de 16 válvulas que produz 150 cv com o
combustível vegetal, acoplado a câmbio automático apenas. Os preços
básicos são R$ 60 mil para o Elegance e R$ 80 mil o Elite.
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