Em vez do V6, um V8   Ainda em 1988 apareciam mais duas novidades. Uma era o Karif, cupê de dois lugares com a plataforma encurtada do Spyder e o motor 2,8, produzido em pequena quantidade. Outra, o motor 2,0-litros com quatro válvulas por cilindro em vez de três, que desenvolvia 245 cv a 6.200 rpm e equipava o cupê de quatro lugares 2.24v — como o número sugere, indicação das duas portas e 24 válvulas.

O chassi curto do Spyder serviu a um cupê de dois lugares, o Karif, que tinha um desenho até interessante e o motor de 2,8 litros

O Shamal, um ano depois, foi um dos modelos mais marcantes da linha, tanto pelo estilo "nervoso" e atraente quanto por soluções depois estendidas aos demais. O nome vinha (como o de outros Maseratis) de um vento, no caso um vento quente que sopra na Mesopotâmia. Baseado no entreeixos curto, suas formas eram "musculosas", com pára-lamas abaulados, saídas de ar no capô, faróis menores com máscaras negras e uma faixa que ligava as colunas centrais dos dois lados, passando pelo teto, como a barra de proteção de um targa. Eram assinadas por Marcello Gandini, o autor do Lamborghini Countach.

Em vez do conhecido V6, o Shamal trazia um V8 dele derivado, com 3,2 litros, 32 válvulas e, claro, dois turbos. Desenvolvia estimulantes 325 cv, que levavam o pesado cupê (mais de 1.400 kg) de 0 a 100 km/h em pouco mais de cinco segundos e permitiam máxima de 270 km/h. Para lidar com todo o desempenho, tinha freios a disco ventilado nas quatro rodas, diferencial autobloqueante, câmbio da alemã Getrag com seis marchas, nova suspensão traseira e amortecedores Koni, de controle eletrônico, cuja carga era ajustada em quatro níveis pelo motorista, mediante um comando no console. No acabamento interno sóbrio, apenas o pomo do câmbio usava madeira.

O Shamal foi talvez o modelo mais marcante da série, com seu estilo intimidador e um motor V8 de 3,2 litros e 325 cv: apesar do peso, acelerava de 0 a 100 km/h em apenas cinco segundos

Em 1990 era vez do Racing, que apesar do nome (corrida em inglês) destinava-se apenas ao uso em rua. Era um cupê com o motor 2,0 de 24 válvulas, otimizado para render 282 cv a 6.250 rpm. Já o propulsor mais "manso", de 245 cv, equipava o sedã de quatro portas 4.24v e logo se estenderia a outras versões, enquanto o 2,8-litros continuava com 18 válvulas. No mesmo ano o Spyder recebia alterações de estilo frontal, com pára-choques mais integrados ao desenho. Foi a época em que desembarcavam no Brasil alguns poucos Maseratis, em versões cupê e Spyder, com o motor 2,8. Continua

Para ler
Maserati: The Grand Prix, Sports and GT Cars model by model - 1926-2003 - por Maurizio Tabucchi - editor Giorgio Nada. Se seu interesse ultrapassa os Biturbos, esta obra mostra os modelos de rua e de competição da marca em 77 anos. São 352 páginas e 600 fotos em cores e preto-e-branco, que não deixam escapar nem mesmo os utilitários construídos durante a Segunda Guerra Mundial. Maserati Cars Performance Portfolio - 1982-1998 - edição por R.M. Clarke - editora Brooklands Books. Publicado em 2002, é parte de uma série de três livros, sendo que os demais abrangem os períodos de 1957 a 1970 e de 1971 a 1982. As 136 páginas trazem testes, comparativos, guia de compra e especificações dos modelos citados neste artigo e também os sedãs Quattroporte e Royale, com 300 ilustrações.
Os especiais
Apesar de seu desempenho já bastante alto, a série Biturbo passou pelas mãos de algumas preparadoras. A Musketier oferece opções para os modelos Ghibli, Spyder, Biturbo cupê e Shamal (fotos). Este fica ainda mais "nervoso" com um conjunto aerodinâmico (defletor dianteiro, saias laterais e traseira), rodas de 9 x 17 pol (pneus 235/40 à frente e 275/35 atrás) e outros acessórios.

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