O desempenho sadio e o visual moderno, com faróis escondidos atrás da grade — estilo em moda entre os carros de Detroit da época —, não surgiram por obra do acaso. Seu sucesso levou o Colt Galant a ser o primeiro Mitsubishi a ser vendido nos Estados Unidos (leia boxe abaixo). Ele chegava a 175 km/h, marca respeitável para o modelo intermediário, de 4,08 metros de comprimento e 2,42 m de entreeixos. Em 1970 era lançada a versão hardtop, primeiro carro japonês nesse estilo. Nos ralis japoneses e nos do exterior a boa impressão se confirmava. O Colt Galant seria o campeão do Southern Cross Rally em 1972.

O Galant GTO marcou uma séria investida na esportividade, com estilo fastback, tomadas de ar e motor 1,6 de 125 cv na versão MR

Com o Colt Galant GTO, também de 1970 e lançado no Salão de Tóquio, a linha ganhava sua primeira versão explicitamente esportiva. Um cupê fastback, com tomadas de ar no capô e nas colunas traseiras, ele tinha traseira levantada como num aerofólio. Até no nome o modelo fazia reverência a mitos da esportividade — no caso o Ferrari 250 GTO e o Pontiac GTO. As versões MI e MII surgiram em novembro daquele ano; a MR veio um mês depois. Este era equipado com duplo comando de válvulas no motor de 1.597 cm³, o que o levava a 125 cv. Um ano mais tarde chegava o Galant FTO, mais uma versão cupê do modelo e o primeiro Galant a ter seu nome desvinculado do Colt. Mas novas diretrizes já estavam em desenvolvimento para os produtos da linha Mitsubishi.

Novos rumos, novos nomes   No modelo 1973 o Colt Galant entrava em sua segunda geração e passava a se chamar apenas Galant, outro nome de sucesso entre os produtos da empresa japonesa. Como já era considerado o modelo intermediário da marca dos três diamantes, havia de se criar um sedã compacto entre ele e o pequeno Minica. Em vez de manter o já estabelecido nome Colt nesse segmento, a Mitsubishi preferiu chamá-lo de Lancer. Continua

O primeiro Lancer, em 1973: um sedã pequeno para a faixa abaixo do Galant, com quatro motores de 1,2 a 1,6 litro
Nos Estados Unidos
Na virada da década de 1960 para a de 1970, a indústria automobilística americana havia se dado conta de que precisava oferecer carros similares, em tamanho e proposta, aos compactos importados que cada vez mais faziam sucesso no mercado local. Enquanto as duas primeiras entre as três grandes de Detroit — a General Motors e a Ford — optaram por desenvolver seus próprios "subcompactos" no início dos anos 70, a Chrysler preferiu contar com o conhecimento estrangeiro no assunto para suprir sua oferta. Sua estratégia para esse segmento na América do Norte seria, no mínimo, confusa.

O terceiro grande fabricante americano decidiu combater os europeus e orientais com as armas dos próprios. Lançou o Colt Galant nos EUA em 1971, ano em que a Chrysler adquiriu uma participação da Mitsubishi, batizando-o apenas de Dodge Colt (acima). Vendido também pela divisão Plymouth, vinha como sedã de duas ou quatro portas, hardtop, cupê GT e perua de cinco portas (acima à direita). Os concorrentes Chevrolet Vega, Ford Pinto e AMC Gremlin tinham menos opções de carroceria, mas vendiam muito mais.

Não obstante, os Mitsubishis seriam um trunfo no catálogo da Chrysler por anos. O inglês Hillman Avenger (nosso Dodge 1800/Polara) viria em 1973 como Plymouth Cricket. Foi um fracasso comercial e não chegou ao segundo ano de importação — embora seu nome passasse a designar o Colt nessa divisão, de 1974 em diante, no mercado canadense. Nos EUA a Plymouth só teria um Mitsubishi em 1976: o Arrow, adaptação do Lancer Celeste.

A Chrysler só lançou um subcompacto próprio em 1978, com os gêmeos Dodge Omni e Plymouth Horizon. Essa novidade, como visto, não cancelaria a importação do compacto. Em 1979, o então novo Colt hatch japonês foi importado como Dodge Colt e Plymouth Champ. O nome Colt prevaleceria em ambas as divisões a começar de 1983. Nos anos 80, carros pequenos ianques como Dodge Aries/Plymouth Reliant e Dodge Shadow/Plymouth Sundance conviveriam pacificamente com os primos japoneses em suas respectivas linhas.

A geração de 1991 do Colt, como sedã e cupê, foi a última a ser americanizada, dessa vez com desenho exclusivo. Versões equivalentes do Colt e do Lancer foram vendidas ainda pela divisão Eagle, que batizou seu clone de Summit. Mas então em 1994 a Chrysler lançou um modelo próprio na categoria, o Neon. Após um breve período vendido apenas como Eagle Summit (acima), o Colt passaria a ser artigo exclusivo da rede Mitsubishi na América.

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