Cadillacs já marcam presença em grandes filmes de Hollywood há
décadas. Curiosamente, ao contrário das miniaturas — mais de
acordo com os carros consagrados —, no cinema a participação do
Eldorado até hoje é mais expressiva entre os modelos mais
recentes.
Los Angeles - Cidade proibida (L.A. Confidential,
1997) mostra um Eldorado 1953 branco, e The Little Richard
story, um 1954 vermelho. Um Biarritz dourado estrela com Paul
Douglas e Judy Holliday O Cadillac de ouro (Solid Gold
Cadillac), comédia em preto-e-branco de 1956 que tem a última
cena a cores. Dan Aykroid aparece dirigindo um exclusivo Eldorado
Brougham 1957 no belíssimo Conduzindo Miss Daisy (Driving
Miss Daisy, 1989).
Em A fera do rock (Great Balls of Fire, 1989),
Dennis Quaid faz o astro do rock Jerry-Lee Lewis e dirige dois
Biarritz, um azul claro 1957 e um vermelho 1958. Na versão
original de Onze homens e um segredo (Ocean's Eleven,
1960) o casal Dean Martin e Shirley McLaine tem uma cena a bordo
de um Eldorado Brougham 1957-58.
Em Um romance muito perigoso (Into the night, 1985),
com Jeff Goldblum e Michelle Pfeiffer, um Biarritz 1959 fica ainda
mais chamativo com a inscrição The King Lives (o rei vive)
nas laterais. Os Rivais (Tin Men, 1987), com Richard
Dreyfuss e Danny De Vito, mostra dúzias de Cadillacs dos áureos
anos 50 e 60. Há um Biarritz 1959 cor de areia e outro vermelho do
ano seguinte. Charles Bronson dirige um Biarritz 1960 em Fuga
audaciosa (Breakout, 1975). Um dia, dois pais (Father's
Day, 1997), com Robin Williams and Billy Crystal, usa um
Eldorado 1968 bronze.
Foram os anos mais memoráveis do Eldorado, mas são os modelos da
década de 1970 que mais aparecem nas telas. Medo e delírio
(Fear and Loathing in Las Vegas, 1998) tem vários no
elenco, inclusive um Eldorado 1971 conversível que é destruído em
cena.
Um “Corvorado” está no elenco de Com 007 viva e deixe morrer
(Live and Let Die, 1973). Trata-se de um Corvette
personalizado, com carroceria reduzida de um Eldorado 1971-72,
feito pela Dunham Coach de Boonton, New Jersey. Um Eldorado 1972
preto aparece em O pai fujão (Fatherhood, 1993), com
Patrick Swayze e Halle Berry. Feitiço do tempo (Groundhog
Day, 1993) tem uma cena com um Eldorado 1973-74 que foge da
polícia e acaba sendo destruído.
Na comédia Tá todo mundo louco! - Uma corrida de milhõe$ (Rat
Race, 2001), com Rowan Atkinson (o Mr. Bean), John Cleese e
Whoopi Goldberg, |
um personagem prende a língua no ornamento de capô de um Eldo 1976
e um modelo 1971-72 é destruído numa corrida de caminhões-monstro.
Em Agarra-me se puderes (Smokey and the bandit,
1977), Burt Reynolds e Sally Field terminam o filme num Eldorado
conversível dos anos 70 com chifres acima do radiador.
Jeff Bridges morre num conversível 1974 em O último golpe (Thunderbolt
& Lightfoot, 1974), filme com Clint Eastwood. Um carro similar
é dirigido por Kevin Costner em O jogo da paixão (Tin
Cup, 1996). Um modelo 1976 com jeito de carro de gigolô leva
Austin Powers de volta a 1975 em Austin Powers: O agente “Bond”
cama (The Spy Who Shagged Me, 1999).
Comando para matar (Commando, 1985) com Arnold
Schwarzenegger, traz um conversível 1975-76. Walter Matthau e
Robin Williams fogem de trenós puxados por cães num Eldorado
1977-78 em O negócio é sobreviver (The Survivors,
1983). Um 1977 também estrela Um assassino à solta (Switchback,
1997) com Danny Glover and Dennis Quaid.
Em O Exterminador do futuro (The Terminator, 1984)
Michael Bien rouba outro 1977 numa garagem para fugir de
Schwarzenegger. O modelo básico com bancos de couro torna-se, por
erro de continuidade, um Biarritz com revestimento de tecido no
fim da perseguição... Além de um modelo 1968 e outros Cadillacs,
Cassino (Casino, 1995), com Robert de Niro e Sharon
Stone, mostra o protagonista dentro de um Eldorado 1979 que
explode.
Um Eldo 1983 é furtado em 60 segundos (Gone in 60
seconds, 2000), estrelado por Nicolas Cage e Angelina Jolie.
Na lista de carros a serem roubados que cria o enredo do filme
constam um Eldorado 1959, chamado de Madeline pelos ladrões, e um
Brougham 1958, que é Patrícia, mas não aparece. A “Madeline” que
surge numa cena é um cupê 1959, mas não um Eldorado Seville. Entre
tantos outros "Caddies" de diferentes décadas em Os bons
companheiros (Goodfellas, 1990), filme de gângsteres
com Robert De Niro, há um Biarritz 1985. Em Um conquistador em
apuros (Cadillac Man, 1990) Robin Williams vende carros
da marca e vêem-se vários dos anos 70 e 80.
Nos primórdios da televisão no Brasil, nos anos 1950, o misto de
dramaturgo e médico pediatra Silveira Sampaio costumava se referir
ao Brasil, em seu programa semanal de entrevistas na TV Tupi, como
au pays des Cadillacs. Era a sua crítica à falsa pujança de
um país pobre, sem divisas estrangeiras e endividado, mas repleto
de Cadillacs nas ruas. |