O
E-type tinha caixa de câmbio da marca Moss com quatro marchas, sendo a
primeira não-sincronizada. A tração
era traseira e o diferencial
autobloqueante da marca Thornton Power-Lock. A suspensão
independente nas quatro rodas usava, na frente, braços triangulares
sobrepostos e barras de torção longitudinais, e atrás – inovando na
marca – um sistema de braço transversal inferior, tensor longitudinal e
locação superior da manga-de-eixo pela própria semi-árvore, com duas
molas helicoidais por lado.
O arranjo garantia uma boa estabilidade, com tendência de sair de
traseira em curvas fechadas. Os pneus 6,40-15 calçavam belas rodas
raiadas com fixação central, um parafuso com bonito desenho trabalhado.
A direção, tipo pinhão e cremalheira, algo pesada em manobras,
tornava-se suave e precisa em velocidade. Os freios Dunlop, a disco nas
quatro rodas, eram assistidos mas não muito eficientes. Os traseiros
internos, junto ao diferencial, ajudavam a reduzir o
peso não-suspenso.
Por dentro, como exigia a tradição da Jaguar, tudo de muito bom gosto e
refinamento. Se o capô era grande, o habitáculo nem tanto. Os bancos
dianteiros eram confortáveis, mas limitados – um carro apertado. Atrás
do volante, com três raios de alumínio e aro de madeira, havia uma vasta
instrumentação de boa qualidade da marca Smith. Bem diante dos olhos do
motorista ficavam o conta-giros e o velocímetro. À frente das alavancas
de marchas e do freio de estacionamento, com acabamento cromado, estavam
sobre uma chapa de alumínio mais cinco mostradores e seis interruptores
elétricos para diversos fins.
Alguns concessionários tiveram o privilégio de sair, após a apresentação
em Genebra, para uma volta pela Europa, onde o apresentaram para grandes
empresários, reis, rainhas e artistas. O príncipe Rainier de Mônaco – um
apreciador de boas máquinas –, junto de Grace Kelly, ficou encantado com
o novo felino. Um mês depois, em abril, o carro era apresentado em Nova
York. Continua
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No mercado americano pneus de
faixa branca eram usados, sem muita harmonia com o conjunto esportivo.
No interior, volante de madeira, farta instrumentação e pouco espaço
para os dois ocupantes |