O ano seguinte, 1958, veria a Sprint Speciale (SS), nova empreitada da Alfa com a Bertone. Marcando 100 cv a 6.500 rpm, o motor 1,3 levava o carrinho a 190 km/h e contava com câmbio de cinco marchas sincronizadas. Tudo começara dois anos antes, quando Elio Zagato criou extra-oficialmente carrocerias personalizadas de alumínio para o Sprint Veloce, sobre base de finos tubos de aço. Inicialmente ele reconstituíra um Giulietta SV, destruído numa corrida, a pedido do piloto Massimo Leto di Priolo.

Um raio X do Sprint mostra seus elementos mecânicos; a tração traseira era um elemento essencial dos Alfas, cuja extinção os admiradores da marca hoje lamentam

Substituindo aço por alumínio, Zagato conseguiu reduzir o peso do SV para 854 kg, o limite mínimo da categoria Gran Turismo. A estréia ocorrera na Copa Intereuropéia, em Monza. A Alfa Romeo gostou do que viu e encomendou mais algumas unidades. O resultado não diferia muito do original, mas conforme eram feitos novos carros, mais eles se afastavam dos traços de Bertone. O peso bem menor ajudava no sucesso nas pistas e abria-se um precedente para uma nova parceria alguns anos mais tarde. A princípio, Zagato foi a fagulha de inspiração para o SS.

Não demoraria para a Alfa Romeo decidir fazer da idéia essa nova versão do Giulietta. O chassi viria do Spider e a mecânica do Sprint Veloce. Mas, novamente, caberia a Franco Scaglione, da Bertone, criar uma carroceria ainda mais esportiva e aerodinâmica. Para isso, estudos realizados na estrada que ligava Milão a Turim fariam as vezes de um túnel de vento improvisado. Coberto pela metade com fios de lã, o protótipo era filmado por um carro que vinha atrás. Áreas em que os fios emaranhavam-se indicavam pontos a se aprimorar na resistência ao ar.

O aerodinâmico Sprint Speciale: nova criação de Bertone em 1958, com motor de 100 cv, linhas fluidas e máxima de 190 km/h

Em 1957 o protótipo estava pronto. Confeccionado em alumínio, o trabalho de Scaglione apresentava linhas mais imponentes do que a versão definitiva teria ao ser produzida em aço a partir de 1959. Pequenas alterações seriam feitas ao longo do tempo no Giulietta SS, como o acréscimo de pára-choques. O desenho comunicava com clareza ser aquela uma versão especial. Bertone projetou um esportivo mais "orgânico", com pára-lamas ovalados e fluidos, terminando numa traseira fastback, em comparação aos traços dúbios do Sprint original. A frente era bem pronunciada, e a abertura das rodas dianteiras, rebaixada, formando um ângulo próximo às portas. Na frente mais baixa a grade era um único elemento, com um friso central interrompido apenas pelo “coração” central. Continua

Uma nova temporada
O Giulietta clássico deixou de existir em 1965. Seu nome, porém, ainda renderia mais algumas linhas a esse enredo: seria reutilizado pela Alfa Romeo em outro modelo em 1977. A idéia era agregar apelo a uma nova versão do Alfetta com o carisma do Giulietta original. Identificado internamente como Tipo 116, o novo carro tinha um desenho retangular bastante moderno na época. Deveria atrair quem buscava um sedã menor que o Alfetta, mas não apreciava o Alfasud. Um pouco mais leve que o Alfetta, usava a mesma mecânica.

Inicialmente oferecia motores de 1.357 cm³ (95 cv) e 1.570 cm³ (109 cv). Em 1979 chegava um de 1.779 cm³ que rendia 122 cv. No ano seguinte 130 cv eram gerados pela nova unidade de 1.962 cm³. A linha 1981 ganhava retoques no desenho, como proteção plástica em toda a lateral inferior e saídas de ar nas colunas traseiras. Por dentro, novos instrumentos, volante, bancos e apoio de braço central.

Um ano depois era a vez do Giulietta 2.0 Ti, de visual distinto. No Salão de Paris de 1982 a Alfa destacava o Giulietta 2.0 Turbo Autodelta (depois apenas Turbodelta), com motor 2,0-litros turbo de 175 cv. Discos ventilados nas quatro rodas, radiador de óleo e suspensão modificada faziam um convite à velocidade. Teve cerca de 200 exemplares fabricados (última foto).

Em 1983, um motor a diesel de 1.995 cm³ e 82 cv da VM Motori enriquecia a oferta. O novo Giulietta sairia de cena em 1985. Dessa vez um grande nome era abandonado sem grande pesar. Sucesso de crítica e de público, o espetáculo do Giulietta já fizera história. Sua "segunda temporada" apenas trouxe de volta belas memórias.

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