Os modelos Phaeton de cinco
lugares e sedã de sete do Imperial em 1926, primeiro ano em que ele
assumia desenho próprio para se diferenciar do Chrysler básico
Em 1931 chegava o motor de oito
cilindros em linha e 6,3 litros; a distância entre eixos atingia 3,68
metros |
Walter Percy Chrysler nasceu em 1875 em Wamego, no estado americano do
Kansas. Chegou a ser presidente da Buick e vice-presidente da General
Motors, mas em 1921 adquiriu os ativos da Maxwell Motor Company, que
estava por falir, e fundou a Maxwell Motor Corporation. Três anos depois
apresentava, no Salão de Nova York de 1924, o primeiro automóvel com seu
sobrenome, o Chrysler Six. Só no ano seguinte, em junho, a empresa
tornava-se a Chrysler Corporation.
O nome Imperial indicou, por quase três décadas, o modelo mais
sofisticado da Chrysler. Lançado em 1924, era apenas uma versão mais
luxuosa para o sedã Six, do qual tomava emprestada a mecânica. Dois anos
depois, porém, crescia para se equivaler — em tamanho e também em preço
— ao Packard de seis cilindros. Oferecia um motor de 289 pol³ (4,75
litros) com potência bruta (como todas
neste artigo até 1971) de 92 cv, vantagem de 30 cv sobre o concorrente.
Era 500 kg mais pesado que o Chrysler — e bem mais caro, em especial na
versão Town Car, com capota apenas sobre o banco traseiro. Havia seis
opções de carroceria com a distância entre eixos normal, de 3,04 metros,
e duas versões mais longas, com 3,22 e 3,37 metros e até sete lugares.
Além do Packard, concorria com outros automóveis de prestígio e preço
elevado, como Cadillac, Lincoln e Pierce Arrow. Um Imperial conversível
foi o carro-madrinha da 500 Milhas de Indianápolis de 1926 tendo ao
volante, curiosamente, Louis Chevrolet.
O propulsor era novamente ampliado em 1928, quando passava a 309 pol³
(5,1 litros) e 112 cv, o mais potente carro americano àquele tempo. Era
o bastante para superar 160 km/h, a mágica barreira de 100 milhas por
hora no sistema inglês. Três anos mais tarde, outro aumento de tamanho o
fazia assumir um entreeixos de 3,68 metros, enquanto as formas ganhavam
elegância e uma grade que lembrava a do
Cord L-29. O motor estava ainda
mais vigoroso, com oito cilindros em linha em vez de seis, os primeiros
pistões de alumínio usados pela empresa, 385 pol³ (6,3 litros) e 125 cv,
e o câmbio tinha quatro marchas.
Mas o momento era inadequado a carros de luxo, com a economia abalada
pela quebra da bolsa em 1929. Com isso, nos anos 30 o Imperial teve de
perder requinte para buscar um segmento inferior. A exceção ficava para
a série Custom Imperial, sedãs com entreeixos longo e produção limitada.
Continua
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