Dois meses após este último, a Mercedes introduzia um V8 ainda maior, de 4,5 litros e 225 cv, apenas no mercado americano, com vistas à redução de potência que seria inevitável no ano seguinte com as normas de emissões poluentes. As versões assim equipadas, porém, continuavam a se chamar 280 SE, SEL e 300 SEL. Naquele país os modelos recebiam faróis diferentes, com quatro unidades circulares de mesmo tamanho em linha horizontal, sem a lente convexa, e luzes de direção na cor âmbar junto à grade.

Longo, baixo e de aparência nobre, o modelo W116 trocava os faróis em linha vertical pelos retangulares horizontais, o que o distinguia claramente

O W116, mais imponente   Em um ciclo de renovação até que rápido pelos padrões da marca (o Classe E de 1984, por exemplo, duraria 11 anos), a série W108/W109 era substituída em setembro de 1972 pelo primeiro Classe S assim chamado pela Mercedes: a geração W116. Cerca de cinco centímetros mais longa e larga, mas 2,5 cm mais baixa e com entreeixos de 2,86 metros nas versões convencionais, a carroceria era bastante imponente.

Faróis duplos com lentes retangulares horizontais eram sua principal identificação frontal, enquanto as lanternas traseiras estavam maiores e mais altas. Os pára-choques tinham lâminas duplas abaixo dos conjuntos óticos. No mercado americano, de 1974 em diante, eles usariam amortecedores hidráulicos para atender às normas de segurança, tornando-se protuberantes e desproporcionais.

As novas suspensões eram destacadas pela Mercedes, que dizia que a dianteira era a mesma desenvolvida para o supercarro de conceito C-111

O interior estava mais moderno, com um volante de quatro raios tipicamente alemão, painel com três instrumentos circulares, console mais estreito e ar-condicionado integrado ao conjunto. A temperatura podia ser selecionada de modo independente entre o lado esquerdo e o direito, o banco do motorista trazia ajuste de altura e havia encostos de cabeça à frente e atrás. Um teto solar de comando elétrico era oferecido, parte de um pacote luxuoso e refinado para competir com o Jaguar XJ, o BMW E3 (antecessor do Série 7) e, apesar da diferença de preços, o Rolls-Royce Silver Shadow. Continua

Carro de segurança
No início da década de 1970, diversos fabricantes empenharam-se em desenvolver projetos de automóveis mais seguros, encomendados pelo DOT — Department of Transportation, o ministério de transportes do governo americano. O da Mercedes-Benz foi derivado de um Classe S da série W116.

Revelado em junho de 1974, o ESV 24 (Experimental Safety Vehicle ou veículo experimental de segurança número 24) continha várias inovações. A frente propunha novas soluções de estilo para melhor absorver uma colisão a 65 km/h contra uma barreira rígida. Entre os itens mais tarde adotados em modelos de produção estavam encostos de cabeça para todos os ocupantes, cintos de três pontos com pretensionadores e ancoragem aos bancos, direção com deformação programada e bolsas infláveis.

A Mercedes conseguiu oferecer toda essa segurança sem se exceder no peso: o ESV 24 marcava 1.940 kg, apenas 10% mais que um W116 de produção, ambos com motor V8 de 4,5 litros e 225 cv. A marca construiu 31 versões da série ESV, mas mostrou ao público apenas cinco. Os demais terminaram seus dias na missão para a qual foram projetados: a destruição dos testes de impacto.

 

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