Por baixo de um estilo ainda sóbrio, uma tecnologia aprimorada com foco na segurança. A carroceria tinha uma célula de sobrevivência (cabine reforçada) e áreas de deformação à frente e atrás e o enorme de tanque de combustível, de 96 litros, estava protegido acima do eixo posterior. Até as lanternas traseiras haviam sido desenhadas para ser seguras: suas reentrâncias mantinham relativa visibilidade mesmo ao rodar por estradas poeirentas ou molhadas.

Aos motores iniciais, de 2,8 e 3,5 litros, logo se juntariam os potentes V8 de 4,5 e 6,9 litros, este o legítimo sucessor do 300 SEL 6.3 da geração anterior

A suspensão dianteira adotava o conceito de braços sobrepostos, com efeito antimergulho (dificulta o afundamento em frenagens intensas), que o carro-conceito C-111 havia apresentado três anos antes, enquanto a traseira seguia o princípio de braços semi-arrastados — era o aguardado fim para os arcaicos semi-eixos oscilantes, configuração que já causara assustadoras "traseiradas" em Mercedes antigos. O C-111, aliás, seria inspiração para boa parte da publicidade desse Classe S: os anúncios diziam que seu trem dianteiro era o mesmo do supercarro, capaz de atingir 335 km/h.

As primeiras versões eram 280 S (com motor de seis cilindros, 2,8 litros, duplo comando de válvulas, carburador, 160 cv), 280 SE (mesmo motor com injeção e 180 cv) e 350 SE (3,5 litros, injeção e 200 cv). A injeção era eletrônica e bem mais eficiente que a mecânica da geração anterior. O câmbio automático tinha quatro marchas, algo incomum àquele tempo.

A segurança era um ponto alto do W116, com sua estrutura programada para absorver
impactos, tanque em local seguro e comportamento dinâmico muito superior

Em março de 1973 chegavam os 450 SE e SEL (este com entreeixos de 2,96 metros e maior espaço no banco traseiro), com o V8 de 4,5 litros a injeção, 225 cv e torque máximo de 38 m.kgf. Seus pneus eram mais largos, 205/70-14 em vez de 185/80-14. Versões ainda mais longas, verdadeiras limusines, seriam feitas entre esse ano e o seguinte com base nos modelos 280 e 350.

Um novo modelo de desempenho excepcional estreava em setembro de 1975: o 450 SEL 6.9, com motor de 6,9 litros e 286 cv (leia história). Na mesma época a injeção eletrônica das demais versões dava lugar a um sistema mecânico, mais simples e confiável naquela época, reduzindo um pouco a potência. Três anos depois, o Classe S era o primeiro automóvel do mundo com bolsa inflável para o motorista.

O 300 SD, destinado apenas aos EUA, foi o primeiro Classe S a diesel: apenas um recurso para atender aos limites de consumo do CAFE

Em maio de 1978, já em fim de carreira, aparecia a versão diesel 300 SD, com um cinco-cilindros de 3,0 litros, turbocompressor e 115 cv, potência que surpreendia na época. Mas apenas os mercados da América do Norte podiam tê-la: era um modo de atender aos novos limites de consumo médio de combustível por fabricante estabelecidos pelo CAFE (corporate average fuel economy) para aquele ano.

O mais vendido   No Salão de Frankfurt de setembro de 1979 a Mercedes-Benz apresentava uma nova geração de Classe S, identificada como W126. Enquanto as dimensões cresciam ainda mais (5,02 metros de comprimento, 2,94 m entre eixos), o estilo elaborado pela equipe de Bruno Sacco era uma evolução do W116, mais "limpo" e refinado, sem correr o risco de inovar em um formato que pudesse ser malsucedido. Os pára-choques envolventes em plástico, sem muitos cromados, eram a diferença mais evidente. Continua

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