Também em 1980 a versão SLC era descontinuada, substituída pela série SEC, também com tendências esportivas. Mais moderno, derivado da plataforma mais recente dos sedãs S, o SEC começou a ofuscar a série SL, que já estava envelhecendo. Sem maiores alterações, a geração mais longeva dos SL permaneceu em produção até 1989. Em março desse ano, no Salão de Genebra, era apresentado o novo modelo do clã, com o código interno R129, mas que logo ganhou o apelido de Super Star.

A quarta geração compensou a espera: belo e sofisticado, o SL agora oferecia motores de seis a 12 cilindros e um sistema automático de proteção em capotamento

O SL chega ao V12   Dependendo do que ia receber abaixo do capô, esse SL teria concorrentes como o inglês Aston Martin V8 Volante, o ítalo-americano Cadillac Allanté, o Ferrari 328 GTS, o Jaguar XJ-S, o italiano Maserati Biturbo e os Porsches 944 e 930. A carroceria, muito bonita, era conversível mas oferecia uma capota rígida. Esportiva e imponente, rompia com o classicismo dos modelos anteriores. Entre os faróis trapezoidais ficava a grade, com a estrela da marca ao centro; seguindo o modismo mundial, os pára-choques eram da mesma cor da carroceria. Na lateral dos pára-lamas dianteiros havia uma entrada de ar com três frisos.

Mesmo com a capota de lona, o belo perfil não sofria distorções de estilo. Com linhas fluidas, o coeficiente aerodinâmico (Cx) era de 0,30. Media 4,47 metros e seu peso podia variar entre 1.550 a 1.800 kg, dependendo de acessórios e motorização. Para lidar com toda a massa e manter o apelo esportivo, estavam previstos motores de seis cilindros em linha, oito em "V" e também um V12. O SL entrava na era da modernidade e a tecnologia estava presente por toda parte. A capota de lona era recolhida por um controle elétrico, em poucos segundos e com muita precisão. Todo o processo era automático. Outra novidade era a barra de proteção anticapotamento: em caso de uma inclinação anormal da carroceria, o artefato se erguia rapidamente.

Por dentro, o conforto e o requinte habituais da Mercedes, sem maior esportividade -- mas as versões 500 e 600 SL respondiam ferozes ao comando do acelerador

Era equipado com diversos auxílios eletrônicos: ASD, um diferencial autobloqueante; ASR, controle de tração; EKD, que permitia regular a suspensão no modo conforto ou esporte, segundo as condições de pavimentação; e ABS, sistema antitravamento de freios. O motor básico, do 280 SL, era um seis-em-linha com 2.799 cm³, duplo comando e 24 válvulas, que desenvolvia 193 cv a 5.500 rpm. A caixa tinha cinco marchas e, como todos os SL, a tração era traseira. A velocidade máxima era de 230 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 10 segundos, números bons para um conversível de 1.760 kg.

Um pouco mais potente era o 320 SL: 3.199 cm³ e 230 cv, já com caixa automática de quatro marchas. Chegava a 240 km/h e o 0-100 era coberto em 8,4 segundos. Mais vigoroso era o V8 de 4.973 cm³, que agora dispunha de 32 válvulas e 319 cv a 5.800 rpm debaixo do longo capô. Começava a intimidar os mais ferozes concorrentes. A brutalidade vinha com o V12 de 5.987 cm³ do 600 SL. Nas entradas de ar laterais dos pára-lamas, o dístico V12 avisava que debaixo do capô havia muita emoção: potência de 394 cv a 5.200 rpm, torque de 58 m.kgf a 3.800 rpm. Agradava a qualquer americano obcecado por grandes cilindradas.
Continua

Nas telas
Podemos assistir à belíssima Grace Kelly, que interpreta Tracy Lord, dirigindo um roadster 190 SL no filme Alta Sociedade (High Society), de 1956. Ela estava ao lado de Frank Sinatra (Mike Connor), que interpreta um jornalista atrás de fofocas dos freqüentadores das altas rodas. Fazem um passeio no conversível indo de uma mansão a outra. Um filme muito divertido.

Em Intersection, de 1994, o famoso Richard Gere e as belas Sharon Stone e Lolita Davidovicthi fazem o trio central do drama. Ele interpreta Vincent Eastman, um arquiteto famoso, e tem um SL da versão Pagode, muito bonito, prata. Envolve-se num acidente no final do filme.

O casal mais elegante e sofisticado da televisão nas décadas de 1970 e 1980, os Hart, que faziam a série Casal 20, tinha dois exemplares em sua garagem. Ele era Jonathan Hart (Robert Wagner) e ela Jennifer Hart (Stefanie Powers). Tinham um 450 SL de 1979, de cor amarela e interior marrom escuro, e um 380 SL de 1983, também amarelo, com interior preto.

Um crime perfeito (Perfect Murder), de 1998, é um policial interessante com Michael Douglas, Gwyneth Paltrow e Viggo Mortensen. Douglas é um milionário que está à beira de um colapso financeiro. Sua esposa, Gwyneth Paltrow, tem como amante o pintor vivido por Mortensen. O marido planeja o assassinato da esposa e usa no dia um SL da quarta geração, cinza escuro, para ir jogar cartas. Depois, com a trama malsucedida, leva a esposa para a casa dos pais também a bordo do belo cupê. Bom filme.

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