Havia grandes novidades também no interior, como o painel de instrumentos circulares — acabava ali o velocímetro horizontal —, o volante sem o aro para comando da buzina e teclas para acionamento de alguns controles. Os motores do modelo B eram mantidos, mas a versão mais esportiva Sprint tinha dois carburadores Weber, taxa de compressão mais alta, 106 cv e 16 m.kgf com o 1,9-litro e podia alcançar 170 km/h. Por fora recebia faixas decorativas, faróis de neblina e de longo alcance e as rodas que seriam de nosso Opala SS, com pneus radiais 165 R 14 S. Freios dianteiros a disco eram disponíveis.

O Commodore era um Rekord mais luxuoso e esportivo, com motores de 2,2 e 2,5 litros

O seis-cilindros de 2,2 litros (com opção pelo câmbio automático, também aplicável ao 1,9) foi oferecido por apenas mais um ano, pois a Opel preferiu destinar os motores maiores a um modelo com denominação própria. Com o Rekord já estabelecido no segmento médio, a marca apostava em um modelo mais luxuoso e potente nele baseado: o Commodore — comodoro, mais um nome militar como tantos outros da empresa. Inserido ainda em 1967, sua maior diferença era o uso de motores de seis cilindros: o conhecido de 2.239 cm³, com 95 cv, e um novo de 2.490 cm³ (87 x 69,8 mm), com 115 ou 129 cv.

Essa primeira geração oferecia as versões cupê e sedã quatro-portas. Em 1970 aparecia o esportivo GS/E, com o motor de maior cilindrada dotado de injeção eletrônica, que desenvolvia 150 cv e 20 m.kgf e atingia velocidade máxima de 195 km/h. Era um autobahn stormer, traduzível como um míssil nas famosas auto-estradas alemãs sem limite de velocidade. No mesmo ano a linha crescia com o motor de 2.784 cm³ (92 x 69,8 mm: mais uma variação com o mesmo curso de pistões) e 145 cv, enquanto o 2,5-litros passava a 120 cv. A geração C foi a de maior sucesso na história do Rekord: 1,253 milhão de unidades em cinco anos.

A geração D do Rekord trocava as curvas pelas linhas retas, perdendo um pouco de elegância; foi nesse modelo que a Opel estreou o motor a diesel

Estilo retilíneo   Das linhas arredondadas a Opel passava às formas retas e angulosas na remodelação de 1972, o modelo D. Amplos vidros sem quebra-ventos, faróis e grade retangulares e laterais sem a linha de cintura ondulada davam um ar mais atual, embora talvez menos elegante. A frente lembrava a do Ascona, modelo intermediário entre o Kadett e o próprio Rekord, lançado dois anos antes e que em geração posterior daria origem ao Monza brasileiro. Na perua, a traseira inspiraria a da nova perua Kadett, que no Brasil seria a Marajó. O comprimento de 4,56 m era similar ao do anterior e a largura diminuía para 1,71 m.

Com versões cupê, sedã quatro-portas e as peruas de três e cinco portas, o Rekord perdia o motor 1,5-litro, pois agora havia outro Opel para atender ao mercado inferior. A oferta incluía apenas o 1,7, em versões de 66 e 83 cv, e o 1,9 de 97 cv. No ano seguinte aparecia o primeiro motor a diesel da linha, de 2.068 cm³ e 60 cv: já não era possível ignorar o espaço para esse combustível, que nas décadas seguintes ganharia cada vez mais adeptos na Europa. Em 1974 chegava o cupê Sprint. A concorrência, a esse tempo, contava com modelos mais atuais como Audi 100, Volvo 244, Peugeot 504, Rover P6 2000 e, de 1975 em diante, o Citroën CX.

O Commodore passava em 1972 pela mesma reformulação e, na versão GS/E, chegava a 160 cv com o motor de 2,8 litros a injeção

Com a renovação do Rekord, vinha ainda em 1972 a geração B do Commodore, um pouco maior (4,60 m) e sem o motor de 2,2 litros. Os demais eram mantidos, nas versões de 115, 130 e 145 cv, mas a versão "quente" GS/E 2,8, lançada um ano depois, fornecia respeitáveis 160 cv e atingia 200 km/h. Era identificado por faróis de longo alcance, defletor dianteiro, faixas decorativas e rodas esportivas de aço, como as do Opala SS de alguns anos mais tarde. Nas demais versões permanecia a oferta de sedã de quatro portas e cupê, inclusive com câmbio automático.

Em 1975 os motores do Rekord perdiam potência: o 1,7 caía para 60 cv, e o 1,9, para 75 cv. Em contrapartida, um inédito quatro-cilindros de 1.979 cm³ (95 x 69,8 mm, medidas iguais às do 3,0 de seis cilindros do futuro Omega) na versão de topo desenvolvia 100 cv e 15,1 m.kgf. Nos cinco anos dessa geração, 1,116 milhão de unidades chegaram às ruas, pouco menos que no modelo anterior.
Continua

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