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"Novo, chique e na moda": o Bel Air 1959 apostava na ousadia com a frente larga, pára-brisa curvo no topo e aletas na traseira que lembravam asas de morcego

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Depois de uma breve ausência, o cupê hardtop estava de volta para 1960, quando o desenho anterior sofria algumas evoluções e a potência chegava a 335 cv

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O novo desenho de 1961 talvez tenha exagerado no bom senso, tornando-se enfadonho, mas a chegada do motor V8 409, de 6,7 litros e 360 cv, foi comemorada

Acima da grade, duas tomadas de ar lembravam bigodes. Atrás, as lanternas com formato de gota acompanhavam as linhas curvas daquela espécie de barbatana horizontal. O estilo de instrumentos projetados no painel faria sucesso na Alfa Romeo nos anos 60. Com pára-brisa bastante inclinado e curvo no topo e nas laterais, o Bel Air estava nitidamente mais moderno e baixo, a exemplo da linha Chrysler com o Forward Look lançada para 1957. A área envidraçada era imensa, em especial nas versões hardtop. Pela primeira vez o cupê hardtop — que deu origem ao nome Bel Air — não fazia parte da série, que incluía os sedãs de duas e quatro portas, sedã hardtop e a perua Parkwood de seis ou nove lugares.

Era o último fôlego de uma Detroit sem pudores de deixar seus projetistas criarem, o que também resultou em exageros como os Cadillacs daquele ano. A série Delray era cancelada. Os motores eram um seis-cilindros de 135 cv, os V8 283 (de 185 e 230 cv com carburador, 250 e 290 cv com injeção) e os V8 348 de 250, 280, 300 e 315 cv. Um câmbio manual de quatro marchas também estava disponível.

A linha 1960 era uma evolução desse projeto. A frente perdia os "bigodes", e a traseira, as lanternas em forma de gota. Voltavam as lentes circulares duplas, unidas por uma base cromada, e as asas eram mantidas, embora com um desenho retilíneo em "V". Nas laterais, uma faixa ressaltada nos pára-lamas traseiros começava com um ornamento cromado em forma de avião. Como vinha de um ano fértil em imaginação, o desenho do Bel Air 1960 ainda era detalhado o suficiente para despertar curiosidade. O cupê hardtop voltava.

Para aquele ano o V8 283 oferecia 185 ou 230 cv, enquanto o 348 tinha opções de 250, 280, 320 e 335 cv, o que só reforçava a disputa pelo motor mais potente da América em cada segmento. Entretanto, com a chegada do compacto Corvair, a Chevrolet perdeu a chance de encontrar um papel mais digno para o nome de seu produto de maior sucesso nos anos 50. Era de se esperar que o próximo passo seria um modelo intermediário, o que se comprovaria com a chegada do Chevelle em 1964. Mas a oportunidade de voltar a vender um Bel Air menor e mais esperto seria desperdiçada.

A proliferação dos V8   A Chevrolet sozinha detinha 28% do mercado americano e o Bel Air, mero coadjuvante dessa história de sucesso, evoluía com as demais séries grandes da marca para 1961. Estava alguns centímetros menor (5,32 metros), mas o entreeixos de 3,02 m era mantido. O estilo se despedia de vez dos anos 50, para melhor e para pior. Um excesso de bom senso criaria carros enfadonhos, cada vez mais difíceis de distinguir entre as diversas marcas. No Bel Air ainda havia discretos resquícios da década anterior, como o capô e o topo da tampa do porta-malas projetados. No pára-brisa, não mais panorâmico, as colunas eram curvas.

Mais que o sedã hardtop, de colunas traseiras mais grossas e retas, a versão com colunas centrais estava dentro da identidade da Chevrolet por ter vidro traseiro panorâmico. O belo cupê hardtop com teto em forma de "bolha" inspirava leveza e esportividade. No interior, o burocrático painel retangular não inspirava nada que qualquer outra marca americana não conseguisse. Sob o capô o V8 283 oferecia 170 ou 230 cv, ao passo que o 348 dispunha de 250, 280, 305, 340 ou 350 cv.

Era claro que o bloco grande ofuscava o inovador conceito de bloco pequeno. Outra prova disso foi a chegada do lendário V8 de 409 pol³ (6,7 litros), 360 cv e 56,4 m.kgf. Era tanta potência para os padrões da época que até viraria título e tema de música dos Beach Boys em 1963. Entretanto, dificilmente alguém que optasse por ele escolheria um Bel Air: o Impala era muito mais palatável ao status do "Four-oh-nine", sobretudo se equipado com os itens do pacote Super Sport, ou SS. Continua

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