Este Roadmaster 1952 mostra a carroceria adotada em 1949, com formas imponentes, friso cromado em curva nas laterais e as VentiPorts, saídas de ar nos paralamas

A grade com "dentes à mostra" chegava em 1950, junto da direção assistida; a perua continuava a usar madeira em parte da carroceria

O motor V8 "Nailhead", menor e mais leve, estreava em 1953; um ano depois (acima), mudanças de estilo como as dagmars no parachoque

O cupê estava mais charmoso na época e, em 1955 (nas ilustrações), ganhava potência no motor V8, que de 202 passava a entregar 239 cv

Um friso cromado cortava toda a lateral e, perto do motor, estavam presentes quatro entradas de ar circulares de cada lado, batizadas de VentiPorts pela Buick e que se tornariam uma marca registrada do Roadmaster — os outros modelos da marca usavam apenas três. Conta-se que muitos proprietários de veículos mais simples mandavam furar a carroceria para acrescentar a quarta entrada, assemelhando-se assim ao imponente Roadie. Os paralamas traseiros ficavam mais altos e abaulados e o parabrisa tornava-se inteiriço. Por dentro o estilo art déco tomava conta do ambiente e o velocímetro estava bem à frente do motorista.

O carro compartilhava com o Cadillac série 62 e com o Oldsmobile 98 a chamada plataforma C da GM. Estava mais comedido no comprimento e mais magro também. Inicialmente a linha era composta pelo sedã, sedanet, conversível e perua — esta com carroceria de madeira, muito comum na época. Logo o cupê hardtop, chamado Riviera, entrava no catálogo. Mas a imprensa especializada tinha críticas a fazer — e novamente a patinagem do Dynaflow era uma delas. A revista Motor Trend também apontou a maciez excessiva da suspensão, que ela considerou "mole como marshmallow".

Para 1950 uma novidade era a grade exagerada que literalmente "mostrava os dentes". Havia também duas opções de entre-eixos e o motor agora entregava 172 cv, graças a um novo carburador de corpo quádruplo. A direção com assistência hidráulica era uma novidade bem-vinda, sobretudo para as mulheres. Mas o tempo passava e a Buick percebera que seu motor de oito cilindros em linha já não competia por igual com os novos V8 da Oldsmobile e da Cadillac. Em 1953, portanto, a marca apresentava seu propulsor com cilindros em "V", que ficaria conhecido por Nailhead (cabeça de pregos) pela disposição das válvulas, que lembravam pregos no cabeçote.

Embora com deslocamento muito semelhante ao antigo, o novo era compacto, mais leve e entregava 190 cv. A taxa pulava de 7,5:1 para 8,5:1 e o torque crescia de 39,8 para 41,4 m.kgf
— disponível em rotação bem baixa, uma característica apreciada do Nailhead. Sistema elétrico de 12 volts e ar-condicionado também eram novidades. Para responder às críticas ao câmbio, a Buick elaborou a caixa chamada Twin Turbine Dynaflow, de dupla turbina, que tinha maior eficiência por precisar de menos deslizamento do conversor. O carro tinha, de fato, muitas qualidades. Tom McCahill, da revista Mechanix Illustrated's, destacou o baixo nível de ruído, mas a aceleração deixava a desejar. Os freios eram um problema, tanto que foram relatados por Ralph Nader no livro Inseguro a Qualquer Velocidade.

Em 1954 o Roadmaster estava rejuvenescido. À frente os faróis contavam com uma moldura cromada que deixava o conjunto mais vertical, lembrando de longe os Mercedes da década. A grade estava mais discreta e nos parachoques já era possível vislumbrar garras apelidadas de dagmars, nome em alusão ao busto voluptuoso de 99 cm da atriz e apresentadora Ruth Egnor, cujo nome artístico era Dagmar. As laterais, que estavam mais lisas, sem paralamas protuberantes, eram contornadas pelo parabrisa curvo, o que dava amplidão ao já espaçoso interior. Discretos rabos-de-peixe também surgiam, um prenúncio dos exageros que se veriam no fim dos anos 50 em todas as marcas.

Novidade na linha era uma versão especial conversível chamada Skylark, que comemorava os 50 anos da Buick. Seu desenho era diferente, com linha de cintura em forma de "V" e aspecto musculoso. Era muito luxuoso e caro, custando U$S 5 mil. Apenas 670 felizardos levaram um Skylark pra casa. Nos demais Roadies, mudanças mecânicas eram discretas, mas bem-vindas. O motor agora entregava 202 cv e a direção assistida era revista para melhor acerto. Vidros com comando elétrico eram de série no hardtop e no conversível e opcionais no sedã.

Em 1955 Ivan Wiles, responsável pela Buick e pressionado pelo novo presidente da GM, Harlow Curtice, aumentou a todo custo a produção e o resultado foi desastroso. Atuando acima da capacidade, as fábricas deixavam a desejar em qualidade, o que manchou a reputação da empresa. Problemas à parte, a potência do V8 crescia mais um pouco, passando a 239 cv. Isso se traduzia em 175 km/h de velocidade máxima e 0 a 96 km/h em 11,7 segundos, desempenho muito bom para um carro de 1.950 kg naquela época. Continua

Em escala
Motormax 1949 Motormint Hot Wheels Brooklin Models
A Motormax fez uma miniatura em escala 1:18 do conversível ano 1957. Há também uma versão de 1949, ambas com ótimo detalhamento. A Motormint traz o conversível Skylark de 1953 em 1:32.

Outra que lembrou o clássico das estradas é a Hot Wheels. O modelo, um brinquedo, é uma versão customizada do cupê de 1950 e de parco detalhamento.
Uma versão conversível 1948 é apresentada pela Danbury Mint. Na escala 1:24, traz incrível acabamento. Outro modelo pela mesma empresa é o sedanet 1948.

A Brooklin Models fez uma homenagem à canadense Barbara Ann Scott, famosa patinadora, ao reproduzi-la sentada no alto de um Roadmaster conversível 1948. O modelo, azul, vem na escala 1:43.

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