Conforto de longa vida

Topo de linha da Oldsmobile, o Ninety-Eight tem uma das
histórias mais longevas da indústria automobilística americana

Texto: Thiago Mariz - Fotos: divulgação

A primeira geração do 98 durou pouco: lançada em 1941 e renovada para 1942 (foto), já então dava lugar à produção bélica; no alto um 1957

O foguete ao fundo do anúncio de 1951 faz referência ao Rocket, o V8 com válvulas no cabeçote que ganhou projeção por seu desempenho

As divisões de marcas dos Estados Unidos são tão comuns naquele país quanto a Coca-Cola ou o McDonald's. Todas as grandes corporações possuem suas divisões com a intenção de atingir públicos diferentes, sem rotular todos os seus produtos em um logotipo apenas. Esse é o caso da General Motors com a Oldsmobile. Fundada em 1897 por Ransom E. Olds com o nome de Olds Motor Vehicle Company, a empresa obteve grande êxito naquele tempo, em especial com o modelo Curved Dash.

Mas as pernas da companhia, com fábrica em Lansing, Michigan, estavam bambas. Seu fundador a deixou e fundou outra empresa, a REO Motor Car Company. A GM entrou na história adquirindo a Olds em 1908, um ano depois de a empresa fabricar o último Curved Dash. Dali em diante, sob as asas do gigante, a Olds viveu dias de glória — e faz parte dessa história o modelo 98. Conhecido também pela pronúncia do número em inglês, Ninety-Eight, o carro, pertencente à série 90, era o topo de linha da marca em 1941, ano de sua estréia no mercado. Vinha nas carrocerias sedã de quatro portas e cupê.

Diferente do que costuma acontecer entre as divisões — o aproveitamento da carroceria com retoques de estilo de acordo com cada marca —, o 98 por vezes rompia esse padrão. Não era um carro agradável a todos os olhos: o estilo seguia a tendência da época, com capô afilado e muito alto e pára-lamas destacados e mais baixos. Mas no 98 os faróis vinham mais ao centro, com uma grade horizontal que saía deles e descia até os pára-choques. Entre essas grades surgia outra, maior, com cinco frisos horizontais cromados e acima dela vinha o nome Oldsmobile. As luzes de direção estavam nas extremidades e ornadas com um acabamento cromado.

As laterais recebiam um friso discreto na altura das maçanetas e a linha de cintura era alta. Além das janelas presentes nas quatro portas havia a da coluna traseira, com caída suave para a grande tampa do porta-malas. As lanternas retangulares, minúsculas, vinham nas extremidades da traseira. Rodas com calotas cromadas e pneus de faixa branca encerravam o conjunto externo.

Por dentro o acabamento era sóbrio. O painel em metal vinha na mesma cor da carroceria e o porta-luvas imitava o formato do quadro de instrumentos, dando simetria ao conjunto. Os cromados apareciam no volante, de três raios, e em detalhes dos painéis de portas. Os bancos tinham forração clara e de bom gosto e podiam levar seis ocupantes com conforto, para o que concorria a avantajada distância entre eixos de 3,17 metros.

A mecânica inicial era discreta. O principal motor disponível era um seis-cilindros em linha com comando de válvulas no bloco, cilindrada de 238 pol³  (3,9 litros) e potência bruta de 101 cv a 3.200 rpm. O câmbio manual de três marchas contava com alavanca seletora na coluna de direção. Como opção já havia a caixa automática Hydramatic, recurso em que a Olds tivera a primazia em 1940. Uma alternativa pouco comum era do oito-cilindros em linha do tipo flathead (cabeçote plano, ou seja, válvulas laterais no bloco), com 257 pol³  ou 4,2 litros, que só a Olds e a Pontiac usavam. Continua

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Data de publicação: 8/11/08

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