

Novas tomadas e saídas de ar no
capô identificavam o Viper 2008, que trazia mais 100 cv no V10, agora
com 8,4 litros e variação de válvulas


Com outras alterações tanto no
roadster quanto no cupê, o Viper ainda era um adversário respeitado,
mesmo ante caros esportivos europeus |

Apesar do mau acabamento, a revista concluiu: "Pelo dinheiro, ele tem um
grande lote de desempenho a oferecer. E, aprecie-o ou não, não se pode
negar que o SRT-10 tem caráter, e muito".
De 500
para 600
Os 507 cv do Viper já
não impressionavam em meados da década, quando sedãs de luxo,
utilitários esporte e até minivans vinham atingindo esse patamar de
potência. Além disso, era necessário adequar seu motor V10 a novas
normas de emissões poluentes. Ciente da questão, a Dodge revelava em
2006 no Salão de Detroit a "víbora" com ainda mais veneno para a
prematura linha 2008 (não houve modelo 2007).
O maior motor de automóvel de série do mundo crescia ainda mais, de 8,3 para 8,4
litros; ganhava variador de tempo de
válvulas, um sistema peculiar por se tratar de comando no bloco; e
tinha melhorados arrefecimento, lubrificação e admissão, ao lado de
alterações em caixa de câmbio, diferencial, escapamento e sistema
elétrico. Da potência de 507 cv e do torque de 72,5 m.kgf do modelo
anterior, o Viper passava a 608 cv e 77,4 m.kgf. Como suas linhas ainda
mostravam atualidade, apenas o capô com novas
tomadas e saídas de ar, tanto no roadster quanto no cupê, foi adotado
para identificar essa fase mais potente do superesportivo da Chrysler.
A Motor Trend colocava o SRT-10 diante do Corvette Z06 e do Ford
GT. O Viper foi o mais lento (lento?) em aceleração, ao fazer de 0 a 96
km/h em 4 segundos, ante 3,4 do GT e 3,8 do Corvette, mas mostrou os
menores espaços de frenagem e a maior aceleração lateral — nos dois
casos, equilibrado com o Chevrolet — e só perdeu para o Z06 no tempo de
volta do circuito de teste. Bom resultado diante do preço de US$ 87 mil,
mais alto que o do Corvette (US$ 68,7 mil), mas muito menor que o do GT
(US$ 166 mil).
A revista definiu o Dodge como "honesto, brutal, na cara.
Oferece um rodar mais macio, com melhor isolamento de impactos e menor
nível de ruídos. Mas a cabine apertada, claustrofóbica e a posição
deslocada dos pedais seriam difíceis de conviver em longos períodos".
No mesmo ano o SRT-10 enfrentava os dois compatriotas de sempre (GT e
Z06) e três adversários europeus (Ferrari
F430, 911 Turbo e Gallardo) em comparativo da Road & Track.
Para um carro bem mais barato que o alemão e os italianos, o Viper não
fez feio ao obter o terceiro lugar em tempo de volta no circuito
(empatado com o Corvette) e o quarto em velocidade máxima (à frente de
Porsche e Lamborghini). Na prova de acelerar de 0 a 161 km/h e voltar a
parar, contudo, ele obteve o pior tempo — ainda que seus 13,5 segundos
não estivessem muito atrás dos 12,4 s do Ford GT, o melhor nesse
quesito.
Continua
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