
Os modelos 1996 de Escort e
Verona adotavam grade oval; o XR3 cedia seu lugar ao Racer (acima), com
acabamento e mecânica simplificados


Em apenas seis meses aparecia um
Escort amplamente reformulado: linhas mais atuais, cinco portas, opção
de perua e motor Zetec 1,8 16V |
O Escort do
Mercosul
Em 1996, para abrir
espaço na linha de São Bernardo do Campo, SP ao lançamento do
Fiesta brasileiro, a produção do
Escort e do Verona era concentrada em Pacheco, na Argentina, de onde
passavam a vir ao Brasil por meio do Mercosul. A gama era simplificada
com a eliminação do Ghia, do XR3 e do conversível — além do Hobby, que
perdia o sentido com a chegada do novo Ford mais acessível.
Restavam assim os hatches e sedãs GL e GLX, com motor VW de 1,8 litro
com injeção monoponto; o Verona S e o Escort Racer, dotados da unidade
de 2,0 litros e injeção multiponto. Toda a linha voltava a ter grade —
oval e estranha, como a dos europeus desde 1992 — e ganhava para-choques
na cor da carroceria. O Racer mantinha as rodas do XR3 1995, o aerofólio
traseiro e o volante com dupla regulagem, mas abandonava muitos itens
próprios do antigo esportivo, como para-choques, faróis duplos, bancos
Recaro, equalizador e freios traseiros a disco. Os mesmos equipamentos
desapareciam do Verona S.
A grade oval não agradou a muitos, mas — gosto à parte — o maior erro
foi efetuar tal modificação apenas seis meses antes da chegada de um
novo Escort, da fase Mk VII (a Mk VI dos europeus não chegou a ser
vendida aqui, pois correspondia a alterações bem mais abrangentes que a
simples troca de grade). Conhecido como Zetec, nome do motor inglês que
marcou o encerramento da influência da Autolatina no modelo, trazia uma
moderna e eficiente unidade de 1,8 litro com duplo comando, 16 válvulas
e injeção multiponto para 115 cv e 16,3 m.kgf.
Seu desempenho picante e a operação mais suave que a do antigo VW 2,0
traziam novo ímpeto aos Escorts de cinco portas e sedã de quatro portas
— agora as opções disponíveis, nos mesmos acabamentos GL e GLX. O nome
Verona era abandonado. Um ponto alto era o uso de marchas longas, que
permitiam viajar em boa velocidade com baixa rotação. O câmbio
argentino, o mesmo usado com o antigo CHT, também voltava a ser da
própria Ford. Chegava ao mesmo tempo a perua Escort Station Wagon, outra
opção que a Ford estudava desde os anos 80, mas que demorou a chegar
aqui.
Para marcar o novo motor havia ampla reformulação na aparência, que
passava por um arredondamento geral para ganhar aspecto mais moderno, o
mesmo vigente na Europa desde 1995. Embora a estrutura básica se
mantivesse — denunciada pelas linhas da cabine, inalteradas —, por fora
e por dentro havia inúmeros elementos com as formas ovais,
característica da marca naquele período. As rodas de toda a linha
passavam a 14 pol, com pneus de perfil mais alto (185/65), e havia
novidades como repetidores laterais das luzes de direção e retrovisor
esquerdo convexo.
Continua |