

Os pára-choques adotados em 1973
e 1974 deixaram pesado o aspecto do modelo americano; embaixo, a versão
Mercury do Maverick: o Comet GT


Sem alterações de estilo, o
Maverick saía de produção nos EUA em 1977 |
Seis e oito
cilindros
Debaixo do capô do
Maverick estava o velho conhecido motor Thriftpower Six herdado do
Falcon, com seis cilindros em linha, comando de válvulas no bloco,
válvulas no cabeçote e duas opções de cilindrada: 2,8 litros, com
potência de 82 cv e torque de 17,8 m.kgf, e 3,3 litros, para 91 cv e
21,3 m.kgf (valores líquidos). Já em
1970 chegava a versão de 4,1 litros, 98 cv e 25,3 m.kgf, ocasião em que
foi apresentado o acabamento esportivo Grabber. Era caracterizado por
faixas decorativas no capô e laterais, teto revestido em vinil, rodas
com sobre-aros cromados e painel traseiro na cor preta.
Todas as versões podiam vir com caixa manual ou automática de três
marchas, com alavanca na coluna de direção. A imprensa especulava sobre
a possibilidade da adoção do V8 de bloco pequeno (small-block) e 302
pol³ ou 4,95 litros, mas a Ford só confirmou sua produção em 1971 —
havia um temor infundado de que a oferta de um V8 acabaria com a imagem
de carro econômico que o Maverick havia consolidado. Com 143 cv e 33,4
m.kgf, deixava o desempenho bem mais interessante. Também era
apresentada naquele ano a versão de quatro portas, com distância entre
eixos maior para ganho de espaço para pernas no banco traseiro.
Freios dianteiros a disco, ar-condicionado e direção assistida foram
introduzidos como opcionais, fazendo com que o Maverick caísse ainda
mais no gosto do consumidor. O sucesso foi tanto que ainda em 1971 a
divisão Lincoln/Mercury ressuscitou o nome Comet em sua versão para a
linha Mercury. Ele diferenciava-se com grade e capô de desenho próprio,
bem como quatro lanternas traseiras, comuns ao
Mercury Montego e ao Cyclone.
Havia também a versão esportiva Comet GT, com as mesmas opções de
motores do Maverick. Diferenciado do Grabber por detalhes como a entrada
de ar no centro do capô, era uma alternativa para aqueles que não podiam
comprar um Mercury Cougar.
Em 1972 surgiam mais duas versões do modelo da Ford: Sprint e LDO. A
primeira era um pacote oferecido também ao
Pinto e ao Mustang e caracterizado por pintura branca com faixas
azuis e detalhes vermelhos, além de interior revestido no mesmo esquema
"patriótico". A versão LDO (sigla para Luxury Decor Option) trazia
bancos com encosto reclinável, tapetes em tecido, painel com
revestimento imitando madeira, pneus radiais, calotas na cor do carro e
teto revestido em vinil.
O fraco motor de 2,8 litros era descontinuado em 1973, mesmo ano em que
a frente passava a ostentar um enorme pára-choque que destoava das
linhas do carro. A alteração visava a atender à nova legislação
americana, pela qual os pára-choques não poderiam ser danificados em
impactos a até 8 km/h. No ano seguinte o pára-choque traseiro também
mudava, o que acabou por descaracterizar a fluidez das linhas. Mas, ao
contrário do que aconteceria no Brasil, o sucesso do Maverick nos EUA
não foi abalado pela crise do petróleo de 1973. O êxito só
cairia com a apresentação de seu substituto, o Granada, em 1975.
Continua
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