A tração integral era temporária na série produzida até 1989; o motor a diesel de cinco cilindros teve versões de 2,5 e 3,0 litros

O robusto chassi com eixos rígidos, voltado ao fora-de-estrada severo, estava associado a um interior confortável, apesar do aspecto simples

Outra interessante, com o mesmo combustível, era a 300 GD. Tinha cinco cilindros em linha, 2.998 cm³, 88 cv e 17,5 m.kgf. Esta versão era a mais cara da linha e custava quase o dobro da 230 G. Em toda a linha, a suspensão tinha molas helicoidais e eixo rígido tanto na frente quanto atrás. Usava pneus na medida 7,00-16, freios dianteiros a disco e traseiros a tambor.

No começo dos anos 80, os europeus tinham à disposição no mercado de veículos fora-de-estrada, além do Mercedes, o russo Lada Niva, o Renault Jeep CJ7 (por causa da cooperação desta empresa francesa com a American Motors, então fabricante do Jeep americano), o Citroën Méhari, o Volkswagen Iltis, os ingleses da Land Rover e, na Itália, o Fiat Campagnola. No Japão ele competia com Nissan Patrol, Mitsubishi Pajero e Toyota Land Cruiser. Embora não pelas mãos da Mercedes e sim por empresas independentes, chegava também ao mercado americano, onde enfrentava o Chevrolet Blazer (então derivado dos picapes grandes da marca) e o Ford Bronco.

Ainda em 1980 surgia uma versão furgão, fechada na parte traseira, com escolha de entreeixos curto e longo. No ano seguinte, o modelo com capota de lona podia ser equipado também com capota rígida removível. Interessante e jovial era a versão targa, que se distinguia da outra pela coluna central com pequeno vidro triangular. Em 1982 o 230 G passava a ser denominado GE e recebia novo motor com seis cilindros em linha e 2.229 cm³, derivado do usado pelo automóvel da série W123. Com injeção mecânica, a potência subia para 125 cv e o torque para 19,7 m.kgf. A caixa podia vir com cinco marchas.

Toda a linha contava com pneus mais largos e radiais, na medida 215/80 R 16, e com a opção de rodas de alumínio. Por este motivo foram inseridos alargadores de pára-lamas, que tornava o aspecto mais esportivo. Por dentro podia ter volante com desenho esportivo e bancos Recaro com apoio de cabeça. A linha a diesel também era beneficiada com um motor mais moderno, de cinco cilindros em linha e 2.497 cm³, na versão 250 GD. Tinha 84 cv e, pesando 1.860 kg, sua velocidade final era de 125 km/h. Em todos o tanque de combustível tinha capacidade para 83 litros.

O modelo 1983 trazia alterações no motor do 280 GE, que passava a ter 156 cv. Tanto o torque quanto a velocidade máxima aumentaram um pouco. Aparecia o câmbio manual de cinco marchas e, no 230 GE, a opção do automático de quatro velocidades. Em 1987 passava a ser montado na Grécia sob o sistema CKD (totalmente desmontado) e ganhava opção de chassi com cabine, para receber a carroceria mais adequada à finalidade de uso. Continua

Em escala
O Classe G faz também sucesso nas prateleiras e estantes dos colecionadores de miniaturas. A sempre impecável AutoArt tem em sua linha os modelos de duas e quatro portas. Na escala 1:43, vêm em oito cores diferentes e são muito bem acabados e detalhados. Bem mais acessível era o 280 GE de quatro portas da inglesa Matchbox. Havia o veículo de salvamento, na cor vermelha com teto branco e sirenes, e a versão Mountain, com adesivos decorativos e bagageiro. Ambas traziam quebra-mato e rodas largas. Simples, mas bem-feitos dentro da categoria.
Nas pistas
Em dezembro de 1983, a quinta edição do Rali Paris-Dacar estava para dar a partida. Por volta de 250 carros com tração total estavam inscritos: Range Rover, Peugeot 504 Dangel, Lada Niva, Toyota FJ45, o português Portaro Volvo, Datsun Patrol, Mercedes-Benz 280 GE. Em 1982 a equipe da Mercedes quase venceu, mas agora contava com o experiente piloto belga Jacky Ickx e o co-piloto francês Claude Brasseur. A outra dupla, com muita experiência em ralis, era formada por François Migault e Jean-Pierre Jaussaud. O Classe G estava mais leve e forte: o motor de 2,7 litros desenvolvia 170 cv. Saíram de Paris no dia 1º de janeiro de 1984, como era costume, e chegaram a Dakar no dia 20 do mesmo mês. A dupla Ickx-Brasseur chegou em primeiro lugar e outros dois 280 GE não oficiais ficaram em quinto e sexto colocados.
Para ler
Mercedes-Benz G-Wagen Gold Portfolio, 1981-2005 - compilações por R. M. Clarke - editora Brooklands Books. As obras de Clarke são sempre uma boa forma de conhecer mais sobre um carro. Em 160 páginas em inglês, o livro traz testes, comparativos, impressões fora-de-estrada, dados técnicos, história da marca e dicas para compra de um modelo usado. Lançado em 2006, cobre toda a linha: 230, 270, 280, 290, 300, 320, 500 e 55 AMG, incluindo versões de entreeixos longo.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade