A caixa automática HydraMatic
tinha duas marchas e dois modos de uso, Drive e Super, este levando o
motor a manter rotações mais altas
Perfil mais baixo, para-brisa
envolvente, para-lamas integrados: o Olds assumia linhas atualizadas em
1954, quando o motor chegava a 185 cv |
A diversidade de carrocerias durou apenas um ano-modelo, pois na linha
1952 o 88 básico recebia a mesma do Super. A diferença agora estava
limitada ao interior e à potência: enquanto no 88 simples o Rocket usava
carburador de corpo duplo e fornecia 145 cv e 38,7 m.kgf, no Super o
carburador tinha corpo quádruplo e o rendimento chegava a 160 cv e 39,1
m.kgf com a mesma cilindrada. Grade, lanternas traseiras e detalhes
internos também mudavam. No ano seguinte o básico recebia o nome DeLuxe
88 e havia novos opcionais: ar-condicionado, direção assistida e freios
com servoassistência. Por causa de um incêndio na fábrica da caixa
HydraMatic, alguns carros saíram com a Dynaflow de duas marchas da
divisão Buick.
Aceleração fabulosa
A segunda geração do 88
estreava para 1954 com linhas inteiramente novas, bem de acordo com as
tendências de então. Estava mais baixo, com grade e para-choque
dianteiro imponentes, laterais planas, para-brisa e vidro traseiro
envolventes e para-lamas de trás também incorporados ao desenho da
carroceria. As dimensões variavam pouco: comprimento de 5,21 m e
entre-eixos de 3,10 m. Havia escolha entre sedã de quatro portas,
cupê, cupê hardtop e conversível. O prefixo DeLuxe já desaparecia,
voltando a versão a ser apenas 88.
Com cilindrada ampliada para 324 pol³ (5,3 litros), o motor Rocket
ganhava potência e torque: 170 cv e 41,5 m.kgf no 88, com carburador
duplo, e 185 cv no Super 88, dotado de quatro corpos e que obtinha o
mesmo torque. O sistema elétrico passava de seis para 12 volts. A
Popular Mechanics elogiou o V8 ao dirigir a versão Super: "Ele tem
excelente desempenho, com uma velocidade máxima extremamente alta (chegou a indicar 185 km/h). A aceleração é fabulosa e mesmo
as subidas mais íngremes foram superadas quase como se estivéssemos no
plano. A relação de eixo traseiro torna cruzar na autoestrada
incrivelmente suave, com poucos ruídos e vibrações".
O carro agradou também por outros fatores: "Ele mostrou suspensão e
características de estabilidade aprimoradas. Mesmo nas curvas mais
fechadas, há pouca evidência de inclinação da carroceria. O rodar é bem
controlado por amortecedores de dupla ação à frente e de ação direta na
traseira. Os freios hidráulicos são efetivos, com pouca ou nenhuma perda
de eficiência por superaquecimento (fading)". A caixa automática,
contudo, mereceu crítica: "Quando as mudanças ocorrem é bem perceptível,
e certamente não tão suave quanto numa unidade com conversor de torque".
Outro ponto negativo foi a direção com 5,25 voltas entre batentes,
"excessivas em um sistema com assistência".
Mesmo assim, o saldo foi favorável ao 88 no teste: "A combinação de uma
posição de dirigir confortável, os excelentes bancos e a suspensão
traseira com longos feixes de molas semielíticas fazem do novo
Oldsmobile o carro mais agradável que já dirigi em longas distâncias.
(...) A economia de combustível do motor Rocket é excelente para um
carro de seu tamanho e peso [1.700 kg], em especial quando se considera
que esse é um motor potente, de alto desempenho, que deixa o motorista
médio mais inclinado a abusar".
Naquele tempo Detroit vivia o ritmo de alterações anuais de estilo,
estratégia dos fabricantes para estimular a troca de carros ainda novos
pelos zero-quilômetro. Assim, o ano-modelo seguinte já vinha com grade,
frisos cromados e lanternas traseiras diferentes, além de aumento de
rendimento: 185 cv e 44,2 m.kgf no 88 normal, 202 cv e 45,9 m.kgf no
Super. Ainda durante 1955 estreava a carroceria sedã hardtop de quatro
portas sem coluna central, sob o nome Holiday, para ambas as opções de
88.
Continua
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